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Modernidade Filme Dr. Strangelove

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Por:   •  24/2/2015  •  891 Palavras (4 Páginas)  •  458 Visualizações

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Dr. Fantástico trata de uma ficção através de fatos e boatos que circulavam na época: o general Jack D. Ripper ordena um ataque não autorizado a União Soviética após ter certeza de que os comunistas estariam envenenando a água potável de todo o mundo. O capitão Mandrake tenta impedir o ataque, mas sem sucesso. Quando o real problema é descoberto, o presidente dos EUA, Merkin Muffin, reúne o conselho de guerra e descobre que não há como impedir o ataque, uma vez que a bomba está no ar e se encontra incomunicável. Neste filme, os governantes destas duas superpotências estão cegos pelo poder, eles se comportam como líderes sábios, centrados e poderosos mas na realidade não passam de idiotas dissimulados que não sabem o que fazem.

Desse modo, Dr. Fantástico traz embutido um forte componente de denúncia satírica, com o objetivo de, através do riso, ter um alcance muito maior em seus propósitos. A crítica do longa é realizada aos alicerces das duas sociedades hegemônicas da Guerra Fria, e não mais exclusivamente ao polo comunista (aliás, o filme critica, e com certa ênfase, inclusive o polo capitalista). Assim, são possíveis elementos de análise, a partir da leitura do filme, a política e o progresso tecnológico.

Em relação ao elemento política, a figura do presidente dos EUA é uma figura moderada, sendo visto como um líder fraco, pois não tem o controle sobre a bomba e está sem possibilidade de intervenção. A própria relação entre o presidente dos EUA e o primeiro-ministro da União Soviética é demonstrada de uma forma satírica. O tom é de sentimentalismo exacerbado, mostrando uma relação diplomática bastante frágil, uma vez que o soviético se ofende com facilidade ao passo que o estadunidense procura ter um comportamento compreensivo, bem de acordo com a imagem de fragilidade já retratada através sua da incapacidade de controlar/emitir a ordem de detonação do ataque nuclear.

Já o progresso tecnológico está presente na substituição do homem pelas máquinas em prol de uma eficiência total. E dessa vez não é por acaso: a Máquina do Fim do Mundo é soviética, em alusão ao grande progresso tecnológico que a URSS adquire após a Segunda Guerra.

A crítica mais intensa está presente na abordagem do progresso tecnológico. O capitão inglês, Mandrey, após várias tentativas, acaba por conseguir descobrir o código secreto necessário para abortar a missão que se dirigia a URSS, fazendo-os voltarem a solo estadunidense. É imprescindível que o presidente dos Estados Unidos seja imediatamente comunicado para evitar a hecatombe nuclear. No entanto as telecomunicações estão todas cortadas. Mandrey, que está sob a custódia do militar estadunidense (uma metáfora sob a condição da Inglaterra frente aos EUA no pós-guerra) encontra um telefone público dentro da base militar. No entanto, não consegue realizar a ligação que salvaria o mundo: o público (telefone) está subordinado ao privado (moeda). É o interesse individual que é denunciado por se sobrepor aos direitos civis, portanto coletivos, mais fundamentais, quer seja, o direito à vida. O mundo, com toda a riqueza produzida, fica a mercê da destruição por 10 centavos. A vida humana, de toda a espécie humana, em última análise, não vale 10 centavos.

Porém, ainda há uma última alternativa: o ícone maior do capitalismo estadunidense, a marca de refrigerantes

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