Monografia de Criminalistica

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FUNDAÇÃO DE PERITOS EM CRIMINALÍSTICA

ILARAINE ACÁCIO ARCE - FPCIAA

MAPEAMENTO DO ALUNO A DISTÂNCIA: UM ESTUDO SOBRE OS PERITOS CRIMINAIS NO BRASIL

 

ADIANE CAMILA GUIMARÃES BRAZ

Brasília, março de 2015

1. Introdução

        Ao se falar de Educação a Distância - Ead - destacam-se grandes nomes que obtiveram seus diplomas superiores nesta modalidade, como "[...], Mahatma Gandhi (Índia), Nelson Mandela (África do Sul) e C. P. Snow (Inglaterra), além de vários cientistas e escritores outorgados com o Prêmio Nobel” (LITTO, 2008, p.10) todos eles estudaram pela Universidade de Londres que em 2008 completou 150 anos de experiência em Ead. Mas, como definir a terminologia Educação a Distância? Moore e Kearsley (2008) definem da seguinte forma:

Aprendizado planejado que ocorre normalmente em um lugar diferente do local do ensino, exigindo técnicas especiais de criação do curso e de instrução, comunicação por meio de várias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas especiais (p.2).

        Moore e Kearsley ainda destacam que o aluno de educação a distância precisa desenvolver habilidades de estudo e comunicação para obter sucesso nessa modalidade (MOORE; KEARSLEY, 2008). Um desses fatores é a flexibilidade, pois proporciona aos alunos acesso a educação. Com base no Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância 4ª edição, a graduação a distância entre os anos de 2003 e 2006 cresceu 571% quanto ao número de cursos e 315% quanto as matriculas. Vale ressaltar que no período de sete anos houve um crescimento de sete para setenta e sete instituições que ministram cursos a distâncias. Outros dados que se destacam, consiste em que nove dos treze domínios de conhecimento acadêmico testados em 2007, indicaram que os alunos que estudaram na modalidade a distância obtiveram notas maiores do que alunos da modalidade presencial (SANCHEZ, 2008).        Para Litto (2008), os fatores que elevaram o crescimento da Ead foram o fato do aluno virtual ser mais determinado e disciplinado bem como, enquanto na sala presencial o sucesso da classe depende de um só professor, na Ead, há um grupo de especialistas que contribuem para um planejamento sólido, regular e previsível. Moore e Kearsley (2008) também indicam que para obter sucesso na Ead o aluno a virtual precisa se adequar ao estudo e habilidades de comunicação; referente ao grupo de especialistas que gerenciam esses cursos, eles precisam dar suporte e auxílio diferenciado ao aluno virtual e identificar meios de gerenciamento e administração dos programas oferecidos.

        Entretanto, a evasão nos cursosa distância ainda é algo preocupante,  o que leva  muitos pesquisadores e administradores a se empenharem em entender o que faz com que  estes alunos desistam (MOORE; KEARSLEY, 2008). De acordo com pesquisa realizada pela AbraEAD/2008 91,5% dos motivos foram: problemas financeiros, falta de tempo, não adaptação ao método Ead ouconsiderar que o método seria algo mais fácil (SANCHEZ, 2008).

Com base neste contexto, este estudo apresenta a seguinte problemática: Como podemos mapear o perfil do aluno à distância?

Para responder a essa questão, se tem como objetivo geral de pesquisa mapear o perfil do aluno à distância no contexto dos peritos criminais brasileiros, bem como apresentar proposta de agenda de pesquisas futuras com intuito de suprir possíveis hiatos de TD&E.

E como objetivos específicos:

1. Analisar a construção e trajetória histórica da Ead;
2. Investigar os processos de aprendizagem do aluno virtual;
3. Identificar a caracterização do aluno virtual;

Por conseguinte, esta pesquisa justifica-se por ser de suma importância mapear o perfil do aluno perito criminal para conhecer hábitos de vida e características de aprendizes, expectativas, motivações, interesses e metas (MENEZES, 2006). Buscando avaliar necessidades de ações educacionais para solucionar hiatos de competências de trabalho facilitando profissionais ações para novos programas de treinamento e capacitação de aprendizagem ser mais flexível e dinâmica. O interesse de pesquisar este tema surgiu a partir de observações das diferenças na metodologia de aprendizagem das Instituições de educação à distância no que tange condições psicossociais e materiais de trabalho.

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1. MARCO TEÓRICO

1. Trajetória da Educação a Distância no Mundo

A educação à distância surgiu como meio de as instituições ou organizações facilitarem o acesso à educação para pessoas que de outra forma não conseguiriam educar-se devido ao seu cotidianode trabalho, filhos e etc. Diante desta necessidade, a trajetória histórica da educação à distância teve um processo de evolução ao longo de diversas gerações, cujo início foi no século XIII (SCOTT, 1999 apud MOORE; KEARSLEY, 2008). Os autores classificam em cinco gerações, a saber: correspondência, transmissão por rádio e televisão, Universidades abertas, Teleconferência, Internet/Web.

A primeira geração, denominada comoestudo por correspondência, tem seus primeiros indíciosem datas conflitantes, para Nunes (2009) este novo método de ensinar a distância iniciou com Caleb Philips em 1728, na Gazetede Boston, EUA, na qual enviava toda semana lições para seus alunosinscritos, enquanto para Moore e Kearsley (2008) a primeira geração teve seuiníciona década de 1880, momento em que as pessoas que dispusessem de tempo para estudar em casa poderiam aproveitar destes métodos de ensino por meio de serviços postais baratos e confiáveis.  Uma dessas iniciativas aconteceu em 1881, com a Chautauqua Correspondence College, esta oferecia cursos de Educação Superior via correspondências, sendo autorizada pelo Estado de Nova York a conceder diplomas e graus de bacharel também por correspondências (BITTER; MALLORY, 1933, apud MOORE; KEARSLEY, 2008). Este método de envio dos materiais de ensino por correspodência ocorreu também em outros lugares como na Grã Bretanha. Desde então, novas experiências foram sendo adotadas possibilitando uma melhoria metodologia aplicada ao ensino por correspondência.

A segunda geração citada por Moore e Kearsley (2008) foi à transmissão por rádio e televisão. No início de século XX o rádio surgiu comouma nova tecnologia que poderia ser usada para a educação à distância, muitos educadores nos departamentos de extensão das universidades reagiu com entusiasmo e otimismo. Porém, segundo Moore Moore e Kearsley (2008) o rádio se mostrou umrecurso “[...] medíocre para o compromisso firme da mídia de radiotransmissão” (p.32), não atendendo as expectativasdos educadores. Já a televisão mostrou-se muito mais promissora, Moore e Kearsley (2008)salienta que o sucesso da televisão educativa se deu em parte pelo apoio recebido pela Fundação Ford que desde 1950 realizou doações de centenas de milhões de dólares.