Multiculturaalismo Cap.8
Artigo: Multiculturaalismo Cap.8. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: wanderleia12345 • 14/5/2014 • 934 Palavras (4 Páginas) • 227 Visualizações
Do ponto de vista das relações de poder, que se fazem presente nas políticas curriculares,
a professora Carmem Gabriel está em consonância com Tomáz Tadeu da Silva, o qual afirma
que o Currículo é uma construção de onde se é possível perceber o jogo de disputas. O livro
didático deveria, dessa forma, ser enxergado não como uma lista de conteúdos, escolhidosaleatoriamente, dos quais é inegável suas implicações na construção das identidades, mas apartir do seu caráter produtivo:
“Conceber o conhecimento, a cultura e o currículo como produtivos permite destacar seu
caráter histórico(...)O currículo é também uma relação social, no sentido de que a produção de
conhecimento que é visto como coisa foi produzido através de relações sociais _ e de relações sociais
de poder. Esquecer esse processo de produção _ no qual estão envolvidos relações de poder entre
grupos sociais _ significa reificar o conhecimento e reificar o currículo, significa destacar seus
aspectos de consumo e não de produção”
O LD ao mesmo tempo em que é construído, e isto, através das relações sociais,
contribui na formação de milhares de indivíduos, ou seja, ajuda “a construir”; é necessário,
pois, que o enxerguemos através de uma ótica dialética, já que as tensões sociais, as relações
de dominação/subordinação tendem a ser harmonizadas na seleção de conteúdos, que nem
sempre as evidenciam: “As narrativas contidas no currículo trazem embutidas noções sobre
quais grupos sociais podem representar a si e aos outros e quais grupos sociais podem apenas
ser representados ou até mesmo serem totalmente excluídos de qualquer representação”
.
Os grupos historicamente marginalizados – àqueles sem representação ou mesmo comuma representação estereotipada – que estiveram de uma certa forma, excluídos do saberformal, do qual o LD é portador, acabam encontrando outras maneiras de transmitir o seusaber, e isto ocorre, entre outros meios, através da tradição oral, da qual os estudos sobre amemória melhor nos informam.
II – Principais correntes teóricas do Currículo.
Uma síntese histórica da Teoria do Currículo, serve para demonstrar como historicamente
alguns grupos estiveram estrategicamente fora e ao mesmo tempo presentes – na forma de
disputa – dos conteúdos “ensináveis” e como estão conseguindo cada vez mais se inserir
(ainda que estejamos muito distante daquilo que seria uma sociedade democrática e
igualitária) nos documentos oficiais norteadores de uma política pública educacional.
Os primeiros estudos sobre a teoria do currículo ocorreram nos EUA e visavam um“controle” social, sobretudo sobre o conhecimento produzido e consumido pelas classestrabalhadoras, enfatizava o caráter tecnicista e de neutralidade na produção dos saberes, écomumente considerada uma perspectiva tradicional (Hornubug).
Esta perspectiva tradicional é perceptível, por exemplo, na constituição outorgada de
1937:
“(...)fruto do temor das elites frente às exigências de maior democratização social e
instrumento autoritário de um projeto modernizador excludente(...)em vista da disciplina moral,
eugênica, cívica e da segurança nacional (…) Em termos de concepção, o Estado Novo chega a
explicitar uma discriminação entre as elites intelectuais condutoras das massas e as classes menos
favorecidas (art 129 da Constituição) voltadas para o trabalho manual e com a cesso mínimo à
leitura e escrita (…) Este momento marca um impulso sistemático em prol da industrialização
cujos moldes tayloristas exigiam um mínimo de escolaridade e de controle da mão de obra”.12 (grifo
nosso)
A partir da década de 1960, é importante salientarmos o contexto de exceção, a qual o
Brasil, encontrava-se submetido, surgem em oposição à perspectiva tradicional de currículo,
as teorias críticas que articulavam-se na fronteira entre ideologia e educação na busca pela
emancipação, libertação e democracia. Essas teorias também defendiam a concepção de que
as forças sociais não são inertes, mesmo em momentos de grande repressão.
Entretanto, é, sobretudo, com as teorias pós-críticas que se lança luz sob o aspecto
multiculturalista
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