Métodos de autoridade disciplinar
Artigo: Métodos de autoridade disciplinar. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: erios • 30/9/2013 • Artigo • 661 Palavras (3 Páginas) • 293 Visualizações
Na Europa no século XVII, a internação passou a ser um movimento de reclusão e exclusão dos indivíduos, internando-se não só os loucos, mas também os pobres e os considerados vagabundos. São criadas as primeiras instituições disciplinares, nas quais todos aqueles que estavam à margem da sociedade, eram presos, e os loucos faziam parte desse grupo. Desta maneira, a prática médica se apresenta sob duas formas: o poder sobre o doente, e a representação do poder, ou seja, o médico, era um veículo do poder. Vale ressaltar, que nesta época a Igreja aliou-se ao Estado em prol dessa nova modalidade de poder. E assim, a reclusão simbolizava a redenção da moral condenável, e a clausura do mal. O internamento tanto serviria para a reclusão dos loucos e para a punição dos vagabundos, quanto para a consolação dos pobres. Desse modo, a igreja exerceu o poder sobre os pobres, doentes e miseráveis que se submetiam aos mecanismos do poder. a punição e a vigilância são mecanismos de poder utilizados para docilizar e adestrar as pessoas para que essas se adéquem às normas estabelecidas nas instituições. A vigilância é uma tecnologia de poder que incide sobre os corpos dos indivíduos, controlando seus gestos, suas atividades, sua aprendizagem, sua vida cotidiana. Foucault, afirma que nos séculos XVII e XVIII, o poder era, sobretudo, o direito de apreensão das coisas, do confisco do tempo, dos corpos e da vida, o qual tinha o privilégio de se apoderar da vida para suprimi-la. Este confisco passa a ser uma entre outras funções do poder, entre as quais se destacam a função de controle, de vigilância, de majoração e de organização das forças[...] O poder disciplinar é [...] um poder que, em vez de se apropriar e de retirar, tem como função maior “adestrar”: ou sem dúvida adestrar para retirar e se apropriar ainda mais e melhor. Ele não amarra as forças para reduzi-las; procura ligá-las para multiplicá-las e utilizá-las num todo.
[...] “Adestra” as multidões confusas [...] (FOUCAULT, 2005, p.143). O poder disciplinar é fruto de transformações da sociedade burguesa, do deslocamento do poder soberano para o corpo social. A partir de então, o poder se exerceria, na forma de micro poderes ou de uma micropolítica. Tal poder se exerce sobre os corpos individuais por meio de exercícios especialmente direcionados para a ampliação de suas forças. Estes exercícios tinham como objetivo, o adestramento e a docilização dos corpos. Assim, a partir da segunda metade do século XVIII, surgiu o poder disciplinar, o qual controlou a sociedade burguesa nascente. Surgiram também as disciplinas que garantiram a articulação harmoniosa da sociedade. Desse modo, a disciplina passou a controlar os indivíduos estabelecendo relações de poder reguladas pelas normas. A disciplina executou a distribuição dos indivíduos no espaço. Para isso, utilizou-se de técnicas como, por exemplo, o grande encarceramento dos considerados vagabundos e dos miseráveis. No entanto, o corpo só terá utilidade se for produtivo e submisso A punição terá agora a função de corrigir os indivíduos para estabelecer relações de poder, como forma de controle para atender aos interesses da burguesia que necessita de corpos úteis, produtivos, disciplinados .Na concepção foucaultiana, os dispositivos do poder disciplinar caracterizam-se pela minúcia e pelo detalhe. Nesse sentido, o corpo será submetido
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