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Narradores De Javé

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Por:   •  15/8/2014  •  775 Palavras (4 Páginas)  •  372 Visualizações

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NARRADORES DE JAVÉ

Introdução

O filme retrata a história de um povoado do Vale de Javé, situado no sertão baiano, que está prestes a ser inundado para a construção de uma enorme usina hidrelétrica. Diante dessa situação terrível, a comunidade se reúne para discutir diversas formas de como resolver o problema. De acordo com os moradores o ideal seria preparar um documento oficial, contando todos os grandes acontecimentos heroicos de sua história, justificando sua preservação, ou seja, o importante é provar para "todos" que o local abriga um patrimônio que não pode ser perdido e, por causa disso, decidem escrever os feitos da história de Javé, na esperança de impedir o tal desastre. Na vila só há analfabetos, então o jeito é recorrer a Antônio Biá- o antigo responsável pela Agência de Correios do povoado, o único que sabe escrever, e justamente o maior fofoqueiro do local, fazia cartas com fofocas inventadas sobre o povo e distribuia pela vila para garantir seu emprego como carteiro, causando revolta na população até ser expulso do local onde vivia. A contragosto ele é escolhido para fazer o dossiê/livro da história de Javé e salva-lá do afogamento que expulsaria todos do vilarejo.

Desenvolvimento

Algumas comunidades iletradas, como é mostrada na trama, enfrentam problemas tais quais a falta de educação, saneamento básico, desconhecimento de meios para solucionar problemas vividos diariamente, desconhecimento dos seus direitos e deveres... Na abordagem principal as pessoas do vilarejo enfrenta o problema de reconhecimento de suas terras, por não ter registro em cartório. Isso faz com que esse tipo de comunidade seja "excluída" dos demais, principalmente diante de questões que precisam ser resolvidas por pessoas letradas. No filme as autoridades impõe uma condição que por as pessoas do povoado não têrem conhecimento, não saber seus direitos, aceita a situação.

O escriba, Antônio Biá demonstra se destacar diante dos moradores por saber ler e escrever, transferindo a história contada pelos moradores, de forma "culta" e com frases de grande efeito, criando sua ‘’versão’’ dos fatos com o dito de que “uma coisa é o fato acontecido, outra coisa é o fato escrito, o escrito tem que ser melhorado para que creiam no acontecido". A partir da fala de Biá tem-se como reflexão que, no sentido prático, o historiador busca em suas pesquisas algo que garante a autenticidade de sua história perante a humanidade. Biá tem o potencial de despertar a curiosidade quando escreve o livro, e é certo afirmar que esse potencial foi mal direcionado, mesmo assim ele era o único que seria capaz de colocar no papel a grande história da comunidade. O historiador lida com a diversidade de versões sobre seu conhecimento; e a diversidade de versões é colocada na trama sob a forma de conflitos de interesses dos moradores em colocar a si mesmo como o personagem principal, assim elas são contadas colocando os interesses pessoais de cada um, dificultando saber ao certo quais das versões é a verdadeira e que apresenta fundamentos.

Conclusão

Mas todo esse trabalho foi em vão, nas várias versões, os heróis são alterados conforme os moradores, como se os mesmos contadores

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