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Nota de plano real

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Por:   •  6/9/2014  •  Seminário  •  738 Palavras (3 Páginas)  •  247 Visualizações

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ma nota sobre o Plano Real

Marcelo Fernandes *

O Plano Real completou 15 anos e, como era de se esperar, houve ampla repercussão na imprensa. A repercussão é justa. O Plano conseguiu a estabilização dos preços após vários anos com alta inflação. Hoje os calouros do curso de economia têm dificuldade de

Quando o Plano foi anunciado em 1993, grande parte da esquerda não conseguiu compreender claramente o seu significado. Dizia-se que se tratava de uma dolarização disfarçada, ou simplesmente de um plano eleitoreiro, que não seria mantido após as eleições. Enquanto isso, Fernando Henrique Cardoso, candidato apoiado pelo governo federal nas eleições daquele ano, e tornado o “pai” do Real por uma campanha de marketing muito bem montada, tomava a dianteira nas pesquisas, sendo confirmado vitorioso já no primeiro turno das eleições. Não é tão difícil entender a vitória de um político que alguns anos antes não conseguiu se eleger prefeito de São Paulo, quando se tem em conta os malefícios causados pela inflação, particularmente sobre os trabalhadores.

No campo teórico, o Plano Real seguia a mesma concepção do Plano Cruzado, ou seja, a de que a inflação era inercial (1). Porém, ao invés do congelamento dos preços, o Plano Real criou um mecanismo de convivência com duas moedas, a Unidade Real de Valor (URV) que destinava-se a restabelecer a função de unidade de conta da moeda, sem a necessidade do congelamento. Tal proposta já tinha sido colocada em pauta na primeira metade dos anos 1980, mas foi deixada de lado (2). Na época, dizia-se dentro do governo que seria muito difícil para a população entender a existência de duas moedas oficiais.

Na prática, os dois planos tiveram efeitos de curto prazo análogos. A começar pela rápida desinflação nos primeiros meses. No Cruzado, o congelamento do câmbio levou a sua valorização, fazendo com que o superávit na balança comercial sofresse uma rápida queda. O mesmo aconteceu com o Real: após o seu lançamento, o câmbio se valorizou e a balança comercial saiu de um superávit de US$ 10,9 bilhões, em 1994 para um déficit de 3,1 bilhões, em 1995.

Por que o Plano Real deu certo?

É possível apontar alguns motivos para o sucesso do Plano Real, e estes, evidentemente, sempre serão alvos de controvérsia. Mas um desses motivos é fundamental: as condições externas no momento do lançamento do Plano. Enquanto no Plano Cruzado o país vivia as turras com a dívida externa e não havia liquidez internacional; no Real, o Brasil pode financiar facilmente seus déficits na conta de transações correntes com uma enxurrada de capitais que eram atraídos pelo diferencial da taxa de juros. Assim, conforme Belluzzo e Almeida, o Plano Real “seguiu o método básico para dar fim à maioria das ‘grandes inflações’ do século 20: recuperação da confiança na moeda nacional, por meio da garantia de seu valor externo” (3). Esta forma de alcançar a estabilidade de preços conhecida como âncora cambial, somente

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