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Novo Perfil Da Classe C

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Por:   •  8/5/2014  •  1.163 Palavras (5 Páginas)  •  369 Visualizações

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Novo perfil da classe C contribui para mudanças comportamentais nas periferias

Gravidez na adolescência e aumento dos jovens no mundo do crime são pontos-chave

Jornal do Brasil

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A ascensão da classe C tem sido um dos fenômenos mais marcantes no país nos últimos anos. O aumento do número de pessoas pertencentes a esse estrato revela uma redução da desigualdade e melhoria das condições econômicas de parte da população que, antes, vivia na miséria. A entrada no mundo do consumo e a mudança no perfil dessa nova classe média têm sido os principais pontos debatidos. Nas periferias, essa transformação de comportamento pode ser vista no abandono do conservadorismo, que dá lugar a uma maior liberdade sexual e religiosa entre os jovens de baixa renda. O resultado não poderia ser outro: cada vez mais meninas se tornam mães na adolescência. O aumento da entrada dos jovens no mundo do crime também revela uma busca por ascensão social.

Nos estudos sobre a classe C brasileira, o principal ponto destacado é a integração dos filhos dessas famílias de baixa renda no contexto acadêmico. Famílias cujos progenitores têm baixo grau de escolaridade, quase analfabetos, e nível profissional também reduzido. Já os seus filhos hoje estão integrados ao processo de aprendizagem e frequentam escolas e universidades. Apesar disso, algumas pesquisas esquecem que essa realidade não chegou para todos. Alguns membros da classe C ainda enfrentam grandes dificuldades econômicas e sociais e acesso reduzido à educação de qualidade, mesmo que transformações comportamentais sejam observadas entre as gerações.

O fenômeno social é desencadeado quando esses jovens com pouca escolaridade abandonam o tradicionalismo típico de seus pais. No que diz respeito ao sexo, uma maior liberdade sexual e aumento no número de parceiros, uma vez que o conceito tradicional de família não é mais tão cultivado, revela um aumento do número de filhos entre esses jovens, que se tornam pais cada vez mais cedo. Os números são reveladores: dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que entre 2011 e 2012, o total de filhos gerados quando as mães tinham entre 15 e 19 anos quase dobrou – de 4.500 para 8.300.

Ainda de acordo com o IBGE, 18% das mulheres nessa faixa de idade já engravidaram ao menos uma vez. Em 2012, 536 mil jovens foram mães em todo o país. E esses números são especialmente altos nas favelas e comunidades carentes. Em um contexto economicamente problemático, as jovens são levadas a enxergar com naturalidade a chegada da gravidez na adolescência. Dez entre dez especialistas apontam que a resposta para mudar essa dinâmica está na educação.

O chefe do departamento de ciências políticas da Universidade Federal Fluminense (UFF)e doutor em ciência social, Marcus Ianoni, aponta que, mesmo que uma melhoria econômica seja observada no contexto das classes mais baixas, o descuido com métodos sexuais preventivos refletem no aumento dos números de gravidez na adolescência.

“É possível que o aumento da gravidez precoce tenha relação com a melhoria das condições de vida dos estratos sociais desfavorecidos, desde que suponhamos que, com mais recursos monetários, os jovens podem ter mais acesso a eventos sociais como bailes nas comunidades, festas em casa de amigos, casas noturnas de diversão etc. Tendo mais acesso e esses recursos, mas descuidando-se dos mecanismos preventivos da gravidez, ocorre, possivelmente, o aumento da gravidez precoce”, explica o professor.

Por outro lado, existe a cultura de décadas passadas, em que a menina busca a gravidez ainda muito jovem, de maneira consciente. O sociólogo e cientista social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Paulo Baía, explica. "A gravidez é desejada, elas retomam o patamar de décadas de 1930 e 40, quando as mulheres eram mães muito jovens. E as mulheres maduras têm, em média, três filhos, enquanto a classe média alta tem de 1 a 2 filhos. Elas têm informação de como não ter filho, muitas meninas querem ter o filho. Meninas com 14, 15 anos planejado, as meninas terem filhos jovens, com apoio da família, relações sexuais precoces dentro de casa, e tem acesso aos métodos contraceptivas. Elas decidiram engravidar. E quando vem a gravidez indesejada, a maioria não opta pelo aborto e tem o apoio da família".

O analfabetismo funcional,

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