Nutrição estética

Na escola, durante muito tempo a linguagem da

Arte esteve reduzida a meras atividades, muitas

vezes sem continuidade. Era apenas uma técnica

a ser executada ou uma proposta a ser reproduzida de

acordo com um modelo oferecido pelo professor. Nessas

situações, as crianças não tinham opinião e espaço para

criar suas produções baseadas nas poéticas pessoais.

Outra forma de pensar metodologicamente as ações

educativas é propor situações de aprendizagem, cuja

concepção sugere os momentos descritos a seguir.

Nutrição estética

São momentos para apreciar obras artísticas em

diferentes linguagens. A proposta não é trazer imagens

ou músicas para estabelecer referenciais, e sim alimentar

o repertório cultural da criança, mostrando como

o artista resolveu determinados problemas com certos

materiais ou como articulou conceitos e elementos

de determinada linguagem. A prática de realizar

releituras de obras de arte que mais parecem cópias é

uma confusão conceitual e metodológica no ensino de

arte. Segundo Martins, Picosque e Guerra (2010), quando

focamos a produção das crianças na reprodução da obra

do artista, damos ênfase à poética e à técnica do artista,

e não à aprendizagem das crianças. O foco do trabalho

deve ser sempre o desenvolvimento da criança; na relação

com a poética do artista. Nesse sentido, a obra de arte

vem para nutrir o olhar do aluno e não para direcioná-lo.

Os artistas contribuem para conhecer a Arte e perceber

como essa linguagem funciona.

Ao observar obras artísticas, a criança formula hipóteses,

estabelece relações e percebe soluções técnicas e

estéticas que alimentam seu processo criativo. A mediação

cultural propõe uma conversa a respeito do que se