O ENSINO DA MATEMÁTICA A ALUNOS SURDOS NO ENSINO FUNDAMENTAL EM ESCOLA PÚBLICA.
Artigos Científicos: O ENSINO DA MATEMÁTICA A ALUNOS SURDOS NO ENSINO FUNDAMENTAL EM ESCOLA PÚBLICA.. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 11fhr • 12/1/2014 • 3.394 Palavras (14 Páginas) • 1.303 Visualizações
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA
E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CAMPUS JUÍNA
O ENSINO DA MATEMÁTICA A ALUNOS SURDOS NO ENSINO FUNDAMENTAL EM ESCOLA PÚBLICA.
ACADÊMICOS DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA:
CLAUDINÉIA GONÇALVES ROCHA SILVA
FABIANO HILÁRIO RAMIRES
MARCIA DA LUZ MORALES
PROFESSOR
WAGNER MENDES DA SILVA
JUÍNA/MT, 2013
Resumo:
Este artigo é resultado de uma pesquisa realizada em uma escola pública do Estado de Mato Grosso, município de Juína, com alunos surdos e professores de séries do Ensino Fundamental, com o objetivo de compreender as dificuldades dos alunos surdos e dos professores, a posição desses quanto à prática docente e métodos alternativos para uma melhor aprendizagem.
Foram feitas observações em sala de aula na matéria de matemática e coletadas respostas de alunos surdos inclusos e de professores, que responderam 20 questões que envolviam desde o grau de surdez até questionamentos em relação à atuação do professor em sala de aula.
Palavras-chave: Surdos, Matemática, Ensino Fundamental, LIBRAS.
1 Tema.
O Ensino da Matemática a Alunos Surdos no Ensino Fundamental em Escola Publica.
2 INTRODUÇÃO
Este trabalho vem transmitir o resultado de uma pesquisa realizada em uma escola pública de Juína, Mato Grosso, a respeito da dificuldade de lecionar Matemática a alunos surdos e a dificuldade de alunos surdos a aprender a matemática com o ensino convencional.
A pesquisa foi direcionada para a coleta de dados em campo e através desta identificamos algumas dificuldade de ensinar a alunos surdos e desses alunos a aprender a matemática, dificuldade essa que não se deve ser intitulada diretamente as instituições de ensino, pois muitos foram os que contribuíram para essa atual veracidade de hoje, como a própria igreja católica que os considerava sem alma imortal e até mesmo Aristóteles (384-322 a.C) que os considera incapaz de raciocinar.
No Brasil, ainda são raras as escolas que possuem o sistema bilíngue, onde os surdos recebem a educação com o auxilio de um interprete que fica dentro de sala para auxilia o professor a transmitir o conhecimento a eles. Mas somente isso muito das vezes não é suficiente, pois a maioria desses alunos não teve a sua alfabetização em Libras, ou seja, é muito vácuo o conhecimento desses sobre a língua de sinais brasileira, tendo em vista que raramente uma escola tem profissionais habilitados na língua brasileira de sinais para lecionar nos anos iniciais da alfabetização para esses alunos, com isso ao chegar ao ensino médio, seu conhecimento tanto em Libras quanto nas demais matérias são precários, pois não passavam de alunos copistas na sala de aula nos anos iniciais.
Existem escolas que trazem consigo também uma sala de apoio, onde os alunos com alguma necessidade especial possuem aulas em paralelo, como é o exemplo desta unidade escolar onde foi realizada a pesquisa, sala essa que auxilia no ensino desses alunos em horários alternativos com profissionais qualificados a atender suas necessidades, identificando e apoiando os professores a sanar a mesma em sala de aula. A educação para alunos com necessidades especiais sempre foi e será um assunto muito discutido. Hoje em dia já existe uma legislação federal que visa garantir a esses alunos o atendimento de suas necessidades, como por exemplo, o Decreto nº 3.298 de 20/12/1999, alterado pelo Decreto nº 5.296 de 2/12/2004, que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, onde consolida as normas de proteção e dá outras providências.
Mas será que somente integrar esses alunos a uma escola convencional seria a solução, será que basta somente adequar a estrutura da escola a necessidades deles, será que só colocar um interprete em sala resolveria as necessidades de aprendizagem desses alunos? Diante disso, a inclusão de estudantes surdos é problemática, pois, esses sujeitos, obviamente possuem a comunicação entre professor e aluno prejudicada em um ambiente que utiliza uma língua que não lhe é acessível em sua forma oral e que ele não domina em sua forma escrita. A situação fica mais complexa quando se trata do ensino de Matemática, que pressupõe a utilização de mais uma linguagem: a linguagem matemática. O fato de que a Matemática possui uma linguagem própria, com termos que não são diretamente traduzidos em sinais específicos na Libras (logaritmos, matrizes, funções etc.), dificulta ainda mais o ensino dessa matéria a esses alunos, mesmo a aqueles que são alfabetizados em Libras.
Observou-se nesta pesquisa que, durante as aulas, existem momentos em que os alunos questionam o professor ou fazem comentários, vindo a contribuir para a discussão e debate do assunto pelo professor abordado ou do conceito científico. Mas, muitas vezes, esses comentários não são transmitidos ao aluno surdo, mesmo porque não há um interprete em sala.
Diante dessa situação, o aluno perde a oportunidade de interação com o seu grupo, por isso e muito mais, a uma grande necessidade de pensarmos e discutirmos como têm ocorrido as aulas de Matemática e como realmente esta a aprendizagem desses alunos surdos. Percebemos que uma pesquisa que busca analisar as aulas de Matemática em uma sala de aula que tem alunos surdos e que não há a presença de um interprete da língua de sinais, realizando a tradução do Português para a Libras no entendimento educacional desses alunos surdos, devemos então adentrar mais profundamente dentro deste ambiente inclusivo, para que possamos contribuir com considerações que possam alavancar discussões que venham aborda esse tema.
...