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O Meio Terrestre

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Por:   •  23/10/2014  •  9.040 Palavras (37 Páginas)  •  465 Visualizações

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CAP. 9 - O meio terrestre

9.1 – Introdução:

O solo pode ser estudado por suas características físicas, químicas e biológicas, com o objetivo de conhecermos suas propriedades e utilizá-lo no atendimento das necessidades humanas sem degradar o ambiente.

9.2 – Conceito, composição e formação dos solos:

CONCEITO DE SOLO

O conceito de solo pode ser diferente de acordo com o objetivo mais imediato de sua utilização. Para o agricultor e agrônomo, esse conceito destacará suas características de suporte da produção agrícola. Para o engenheiro civil, o solo é importante por sua capacidade de suportar cargas ou de se transformar em material de construção. Para o engenheiro de minas, o solo é importante como jazida mineral ou como material solto que cobre e dificulta a exploração dessa jazida. Para o economista, o solo é um fator de produção. Já o ecologista vê o solo como o componente da biosfera no qual se dão os processos de produção e decomposição que reciclam a matéria, mantendo o ecossistema em equilíbrio.

COMPOSIÇÃO DO SOLO

Em termos médios de ordem de grandeza, os componentes podem ser encontrados na seguinte proporção:

• 45% de elementos minerais

• 25% de ar

• 25% de água

• 5% de matéria orgânica

A desagregação das rochas se dá por ações físicas, químicas e, em menor proporção, biológicas, as quais constituem o que se denomina de intemperismo.

As ações químicas mais comuns ocorrem sobre as rochas calcárias atacadas pelas águas que contenham gás carbônico dissolvido e, em situações específicas de poluição atmosférica, que contenham também outros íons ácidos (chuvas ácidas).

A parte líquida é fundamentalmente constituída por água proveniente de precipitações. A parte gasosa é proveniente do ar existente na superfície e, em proporções variáveis, dos gases de biodegradação de matéria orgânica. A parte orgânica é proveniente da queda de folhas, frutos, galhos e ramos, além de restos de animais, excrementos e outros resíduos, em diferentes estágios de decomposição, em fase sólida ou líquida. É da biodegradação dessa matéria orgânica que resulta o húmus do solo, responsável, em boa parte, pelas suas características agrícolas e várias de suas propriedades físicas.

A FORMAÇÃO DO SOLO – HORIZONTES DE UM SOLO

Como parte integrante de um ecossistema, é possível, em uma escala de tempo geológico, identificar em um solo o que se denomina de ‘sucessão’, ou seja, o conjunto de estágios de equilíbrio pelos quais passa esse ecossistema até atingir o ‘clímax’.

A formação dos solos é resultante da ação combinada de cinco fatores: clima, natureza dos organismos, material de origem, relevo e idade.

Os quatro primeiros fatores imprimem, ao longo do tempo (idade), características que definem os estágios de sucessão por meio de sua profundidade, composição e propriedades e do que se denomina ‘horizontes do solo’. No solo formado à superfície, começam a se estabelecer os vegetais e os microorganismos. A lixiviação (transporte por meio da água que infiltra e percola no solo) faz a translocação das frações mais finas do solo e a remoção de sais minerais. As frações mais grossas permanecem na parte superior. Em conseqüência, formam-se estratos com aparência diferente, constituindo os horizontes.

Quando o solo atinge seu clímax, é que esses horizontes se apresentam de forma mais evidente e são identificáveis em maior número. Observamos que os poros do solo são um grande reservatório de água doce, capazes de assegurar muitas vezes sua disponibilidade, mesmo durante longos períodos de estiagem. Por outro lado, a ausência desse reservatório nas regiões áridas de solos rasos agrava a escassez de água nas estiagens, sendo, ainda, uma das causas das grandes amplitudes do regime hídrico: grandes secas podem ser sucedidas por grandes enchentes e inundações.

Os climas equatoriais e tropicais, por causa da temperatura, umidade e pluviosidade que os caracterizam, favorecem não só o intemperismo acelerado, mas também intensificam a fotossíntese. Em comparação com as áreas de maior latitude e clima temperado, as regiões equatoriais têm uma densidade total de matéria orgânica similar. A diferença reside na sua distribuição, pois, enquanto nas regiões equatoriais a vegetação luxuriante contém boa parte da matéria orgânica, nas temperadas, grande parte da matéria orgânica está no solo.

Consequentemente, é mais provável que os horizontes orgânicos sejam mais espessos em climas temperados.

9.3 – Características ecologicamente importantes dos solos:

Dentre as principais dessas características, estão cor, textura (ou granulometria), estrutura, consistência e espessura dos horizontes. Além delas são também importantes o grau de acidez, a composição e a capacidade de trocas de íons.

A cor é utilizada popularmente e mesmo em classificações científicas para denominar e identificar os solos, sendo a ‘terra roxa’ e a ‘terra preta’ os dois exemplos mais conhecidos. Os solos escuros, tendendo para o marrom, por exemplo, quase sempre podem ser associados à presença de matéria orgânica em decomposição em teor elevado; a cor vermelha é indicativa da presença de óxidos de ferro e de solos bem drenados; as tonalidades acinzentadas, mais comumente encontradas junto às baixadas, são indício de solos freqüentemente encharcados.

A textura ou granulometria descreve a proporção de partículas de dimensões distintas componentes do solo. A textura ou granulometria é a base de classificação mais conhecida dos solos e explica, também, algumas das principais propriedades físicas e químicas dos solos.

A estrutura é o modo pelo qual as partículas se arranjam em agregados ou torrões. Produtos da decomposição de matéria orgânica, juntamente com alguns componentes minerais, como o óxido de ferro e frações argilosas, promovem a agregação das partículas. S estrutura de um solo explica, em boa parte, seu comportamento mecânico, conferindo-lhe o que se denomina consistência, ou seja, a capacidade de resistir a um esforço destinado a rompê-lo.

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