O NOVO CONHECIMETO

O NOVO CONHECIMENTO

Prof. Carlos R.B. Neves^[1]*

O mundo vive profundas mudanças e surpreende por suas contínuas e crescentes transformações sociais, econômicas e culturais.

Essas mudanças, nos dias de hoje, decorrem, fundamentalmente do conhecimento, seu intercâmbio e compartilhamento entre todos os pontos do mundo, gerando, assim, um efetivo bem universal, disponível, que relaciona distintas culturas e realidades.

O conhecimento é, pois, em conseqüência desse processo, do ponto de vista econômico, um novo fator de produção e geração de riqueza.

Em geral, conhecemos a produção como um processo sistêmico que, nos primórdios do desenvolvimento industrial, por meio de Henry Ford, permitiu ao mundo atender as suas necessidades de consumo de bens tangíveis.

Os profissionais agentes do processo produtivo, - operadores e gerentes - eram os principais agregadores de valor aos produtos, fundamentalmente pelo esforço físico, cujo objetivo maior era transformar a matéria-prima em produto acabado, comercializá-la e gerar resultados para as empresas.

As empresas, com áreas de atuação definidas, competiam pelos seus clientes em um esforço conjunto de fornecedores, produção e marketing.

Hoje, contudo, podemos observar o surgimento de novo modelo de empresa: as organizações produtoras de conhecimento, realizando bens intangíveis, tais como, software, patentes, consultorias, cultura, entretenimento, informação e outros.

Essa produção intelectual de cada país está diretamente correlacionada à formação educacional de seus membros, através de métodos e sistemas de ensino consistentes que  permitam o acesso aos centros de excelência em pesquisa e treinamento profissional, aos centros universitários, atuando estes com efetivos assessores e estimuladores da aplicação do conhecimento nas realidades empresariais, sociais e econômicas.

Falamos, portanto, do capital intelectual adquirido pelos homens e organizações que se mantêm alinhados no contínuo esforço de busca pelo saber e que transformam idéias em resultados e necessidades em soluções para sua comunidade local e para o mundo, dada a universalização do conhecimento, como já dito, por todos os meios e canais construídos pelo homem, especialmente, nas últimas décadas em que o avanço da informação foi maciço.

É este o emblema diferenciador, na atualidade, e o será daqui para frente, no sucesso das empresas: a geração permanente de conhecimento e sua aplicação às necessidades humanas, sociais, econômicas, políticas e culturais.

No passado, as empresas produziam bens tangíveis, que, através de sua caracterização física e design arrojado, produziam o diferencial competitivo das empresas e atendiam às necessidades dos clientes.

Hoje, tais diferenças são absolutamente insuficientes. Tornaram-se, com o acesso a distintos mercados, elevação dos padrões requeridos e geração de novas necessidades, um lugar comum, uma verdadeira comoditização, ou seja, todas as empresas competidoras em dado mercado já ofertam aquelas, no passado, características diferenciadoras, eliminando, dessa forma, as antigas vantagens competitivas.