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O Papel Do Psicopedagogo Na Escola

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Por:   •  11/10/2013  •  3.956 Palavras (16 Páginas)  •  1.200 Visualizações

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O Papel do Psicopedagogo na Escola

Apesar de décadas de existência, no Brasil e na Europa, a identidade da Psicopedagogia não está ainda bem delimitada. Permanecem discussões e embates com os próprios pares, em meio a mal entendidos sobre fins, locais, modalidades e recursos de atuação (MASINI, 2006).

Peres e Oliveira (2007) referem à psicopedagogia como uma área de conhecimento interdisciplinar, pois apesar de ter seu referencial na Psicologia e na Pedagogia, também considera valiosas as contribuições de outras áreas de conhecimento como a Antropologia, a Sociologia, a Fonoaudiologia, a Medicina, a Neurologia, a Lingüística. As autoras complementam que desta forma “se valoriza a construção de uma educação mais ampla que integre as diversas áreas de conhecimento, na construção dos saberes do aluno” (PERES; OLIVEIRA, 2007, p.116).

Weiss (2007) corrobora que a psicopedagogia é um campo de saber interdisciplinar que se ocupa com a aprendizagem e seus processos, suas razões, motivos e problemas, seus limites, possibilidades, e múltiplas formas.

Portella e Hickel (2010) concordam que para entender o que é psicopedagogia, deve-se ir além da simples junção de conhecimentos oriundos da Psicologia e da Pedagogia, conforme definição reducionista do senso comum.

O Código de Ética do Psicopedagogo (BRASIL, 2011) tem o propósito de estabelecer parâmetros e orientar os profissionais da Psicopedagogia brasileira quanto aos princípios, normas e valores ponderados à boa conduta profissional, estabelecendo diretrizes para o exercício da Psicopedagogia.

Artigo 1º: A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e o contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em diferentes referenciais teóricos.

Parágrafo 1º: A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento, relacionada com a aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre os processos de aprendizagem e as suas dificuldades.

Parágrafo 2º: A intervenção psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em diferentes âmbitos da aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre o institucional e o clínico.

Artigo 2º: A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utiliza métodos, instrumentos e recursos próprios para compreensão do processo de aprendizagem, cabíveis na intervenção.

Artigo 3º: A atividade psicopedagógica tem como objetivos: a) promover a aprendizagem, contribuindo para os processos de inclusão escolar e social; b) compreender e propor ações frente às dificuldades de aprendizagem; c) realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia; d) mediar conflitos relacionados aos processos de aprendizagem.

Artigo 4º: O psicopedagogo deve, com autoridades competentes, refletir e elaborar a organização, a implantação e a execução de projetos de Educação e Saúde no que concerne às questões psicopedagógicas (BRASIL, 2011).

O Projeto de Lei nº 128/2000, que estabelece a implantação de assistência psicológica e psicopedagógica em todos os estabelecimentos públicos de ensino do Estado de São Paulo, foi transformado em lei estadual nº 10.891/01, em sessão extraordinária da Assembléia Legislativa. De acordo com a lei, a assistência abrangerá os níveis de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. O autor é o deputado e vice-líder do Governo, Claury Alves da Silva (PTB).

A referida lei (BRASIL, 2001) decreta que:

Artigo 1º - Fica o Poder Executivo autorizado a implantar assistência psicológica e psicopedagógica com o objetivo de diagnosticar, intervir e prevenir problemas de aprendizagem, tendo como enfoque o aprendiz e a instituição pública de Ensino de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Artigo 2º - A assistência a que se refere o artigo 1º deverá ser prestada nas dependências da instituição durante o período escolar.

Artigo 3º - Ficará a cargo da Secretaria da Educação, através do Conselho Estadual de Educação e da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas, a elaboração de normas, procedimentos, planejamento e controle relacionados ao objeto desta lei.

Artigo 4º - As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário (BRASIL, 2001).

Na instituição escolar, segundo Peres e Oliveira (2007), o “fazer psicopedagógico” pode ocorre, de modo geral, tendo como referencial três vertentes, descritas a seguir:

- 1ª Vertente: quando o psicopedagogo é contratado temporariamente, para uma assessoria psicopedagógica – nesse caso, geralmente, as intervenções ocorrem diretamente junto ao grupo de docentes que por sua vez, estão em busca de metodologias diferenciadas de trabalho, visando um melhor aproveitamento escolar por parte do aluno. A assessoria pode se dar também junto a pais ou familiares de alunos que apresentam possíveis dificuldades de aprendizagem.

- 2ª Vertente: quando a instituição escolar contrata o psicopedagogo para integrar a sua equipe de trabalho - nesse caso, ao atuar junto a equipe escolar, geralmente composta por diretores, coordenadores, orientadores educacionais, professores, alunos, pais, familiares e outros segmentos o psicopedagogo tem a oportunidade de interagir diretamente com o cotidiano das ações desenvolvidas na instituição, contribuindo assim, dentre outras questões, com: o desenvolvimento de estudos e reflexões sobre os materiais didáticos escolhidos e utilizados; a organização e seleção dos temas de ensino; o processo metodológico e avaliativo; as situações de sucessos e insucessos escolares; os relacionamentos interpessoais e outros temas e questões que sejam de interesse e necessidade da instituição e dos pais.

- 3ª Vertente: quando se tem a presença do professor-psicopedagogo, cuja atuação irá ocorrer diretamente com alunos em sala de aula. Isto certamente favorecerá, um relacionamento de proximidade, de confiança propiciando um melhor conhecimento das possíveis dificuldades de aprendizagem dos alunos.

Na instituição educacional o trabalho psicopedagógico surgir numa tentativa de reflexão sobre as questões ligadas às aprendizagens no sentido de suprir uma lacuna deixada pelos especialistas em educação e pela psicologia escolar, preocupados apenas com os campos restritos de atuação, deixando de lado questões mais amplas sobre a construção de conhecimento

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