O Que Mudar Na Avaliação

O que mudar na avaliação?

Sergio Eduardo Marschhausen Pereira

Em princípio e por princípio, há que mudar a mentalidade.

Há que mudar a mentalidade que concebe a avaliação como instrumento de coerção.

- Se você não ficar quieto vai perder um ponto na prova!

Há que mudar a mentalidade que concebe a avaliação como castigo.

- Não vão prestar atenção? Vocês vão ver só a prova que eu vou dar!

A mentalidade que concebe a avaliação como fim em si mesma.

- Antônio, nota 5; Bruna, 4; Carlos, 3 ... William,4,5; Zenaide, 2.

- Se vocês não estudarem, vão acabar ficando reprovados...

- Vamos em frente com a matéria!

Que concebe a avaliação como cobrança.

- A matéria foi dada. Agora “corre atrás”.

A avaliação como divisor de águas entre o sucesso e o fracasso.

- Quem sabe, sabe. Quem não sabe, bate palmas.

Por questão de princípio há que se conceber a avaliação como parte de um processo.

Por questão de coerência há que se conceber a avaliação como meio.

Meio que permita a aluno e professor, juntos, encontrarem os caminhos que levam ao conhecimento.

Por questão de humanidade há que se conceber avaliação como diálogo.

E o diálogo, neste caso, acontece entre dois atores: professor e aluno.

E um diálogo é bom quando as oportunidades de fala são iguais.

E ambos se ouvem e se entendem em busca de um bem comum: o sucesso do aluno.

Por questão de competência profissional há que se conceber a avaliação como promotora do sucesso,

como estimuladora da vontade de aprender,

como pausa para reflexão,

como identificadora das dificuldades,

como força propulsora da aprendizagem.

Por questão de amor há que se entender a avaliação como um olhar.

Olhar “olho no olho”, que permite enveredar pelo pensar do outro,

pelo sentir do outro e, quem sabe, pelo viver do outro.

Aceitando o outro,

compreendendo o outro,

abraçando o outro,

e, fundamentalmente, amando o outro.