O Que é Etnocentrismo
Trabalho Universitário: O Que é Etnocentrismo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 135304238 • 3/11/2013 • 8.871 Palavras (36 Páginas) • 808 Visualizações
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Everardo P. Guimarães Rocha – O que é etnocentrismo?
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Everardo P. Guimarães Rocha
O QUE É
ETNOCENTRISMO
1ª edição 1984
5ª edição
editora brasiliense
1988
Copyright © Everardo P. Guimarães Rocha
Capa e ilustrações:
“Pineaple Fields Forever”
Revisão:
José G. Arruda Filho
José W.S. Moraes
ISBN: 85-11-01124-2
editora brasiliense s.a
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Everardo P. Guimarães Rocha – O que é etnocentrismo?
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rua da consolação, 2697
01416 – são paulo – sp.
Fone (011)280-1222
Telex 11 33271 DBLM BR
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Everardo P. Guimarães Rocha – O que é etnocentrismo?
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ÍNDICE
Pensando em partir
Primeiros movimentos
O passaporte
Voando alto
A volta por cima
Indicações para leitura
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Everardo P. Guimarães Rocha – O que é etnocentrismo?
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Agradeço à leitura, aos comentários críticos e à amizade de: Agenor Miranda Rocha,
Ana Paula Carvalho de Oliveira, Angela Menezes Pimentel, Angeluccia Bernardes
Haebert, Anthony Seeger, Carlos Alberto M. Pereira, Claudia Lebelson Sterental,
Heloísa Fontes Leuzinger, José Carlos Rodrigues, Maria Alice R. de Carvalho, Maria
Madalena Diégues Quintella, Patrícia Sobral de Miranda, Roberto da Matta, Rosane
Manhães Prado, Rubem Rocha Filho.
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Everardo P. Guimarães Rocha – O que é etnocentrismo?
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PENSANDO EM PARTIR
Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como
centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores,
nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser
visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos
de estranheza, medo, hostilidade, etc. Perguntar sobre o que é etnocentrismo é, pois,
indagar sobre um fenômeno onde se misturam tanto elementos intelectuais e racionais
quanto elementos emocionais e afetivos. No etnocentrismo, estes dois planos do espírito
humano – sentimento e pensamento – vão juntos compondo um fenômeno não apenas
fortemente arraigado na história das sociedades como também facilmente encontrável
no dia-a-dia das nossas vidas.
Assim, a colocação central sobre o etnocentrismo pode ser expressa como a
procura de sabermos os mecanismos, as formas, os caminhos e razões, enfim, pelos
quais tantas e tão profundas distorções se perpetuam nas emoções, pensamentos,
imagens e representações que fazemos da vida daqueles que são diferentes de nós. Este
problema não é exclusivo de uma determinada época nem de uma única sociedade.
Talvez o etnocentrismo seja, dentre os fatos humanos, um daqueles de mais
unanimidade.
Como uma espécie de pano de fundo da questão etnocêntrica temos a experiência
de um choque cultural. De um lado, conhecemos um grupo do “eu”, o “nosso” grupo,
que come igual, veste igual, gosta de coisas parecidas, conhece problemas do mesmo
tipo, acredita nos mesmos deuses, casa igual, mora no mesmo estilo, distribui o poder da
mesma forma, empresta à vida significados em comum e procede, por muitas maneiras,
semelhantemente. Aí, então, de repente, nos deparamos com um “outro”, o grupo do
“diferente” que, às vezes, nem sequer faz coisas como as nossas ou quando as faz é de
forma tal que não reconhecemos como possíveis. E, mais grave ainda, este “outro”
também sobrevive à sua maneira, gosta dela, também está no mundo e, ainda que
diferente, também existe.
Este choque gerador do etnocentrismo nasce, talvez, na constatação das
diferenças. Grosso modo, um mal-entendido sociológico. A diferença é ameaçadora
porque fere nossa própria identidade cultural. O monólogo etnocêntrico pode, pois,
seguir um caminho lógico mais ou menos assim: Como aquele mundo de doidos pode
funcionar? Espanto! Como é que eles fazem? Curiosidade perplexa? Eles só podem
estar
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