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Resumo Do Livro O Que é Etnocentrismo

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Por:   •  23/9/2013  •  764 Palavras (4 Páginas)  •  819 Visualizações

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O livro “O que é etnocentrismo” discute o conceito de etnocentrismo, que é definido pelo autor como sendo “uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é existência” (Pg. 7).

Existe uma tendência quase que inata das pessoas de adotarem posturas etnocêntricas como forma de reafirmação do “eu” frente ao “outro”, que é visto como “atrasado”, “primitivo”, “desinformado” e outros adjetivos pejorativos.

Uma forma de driblar essa tendência, que impede uma compreensão mais profunda da forma de pensar e agir do “outro”, é a relativização, posta em prática sempre que é reconhecido que o significado de um ato não pode ser analisado de forma absoluta, mas no contexto em que acontece.

Dessa forma, o “outro” não pode ser compreendido a partir dos nossos próprios valores, mas sim a partir dos valores deles. É preciso reconhecer, mostra o autor, que a verdade está mais no olhar do que naquilo que é olhado, ou seja, precisamos nos “despir” dos nossos conceitos e pré-conceitos para podermos reconhecer e entender o comportamento e a postura do “outro”.

A antropologia, como ciência, enfrentou um grande desafio a partir do século XVI, ao deparar-se com a necessidade de compreender os habitantes aparentemente “estranhos” do novo mundo que se descortinava para os ditos “civilizados” europeus que desbravavam os mares em busca de novas rotas marítimas.

As primeiras teorias desenvolvidas procuravam explicar as diferenças sob o ponto de vista do “evolucionismo”, ou seja, a história segue um rumo linear, sendo apenas uma questão de tempo que as “tribos primitivas” cheguem a um estagio “civilizado” a partir do progresso tecnológico que certamente trilhará. Neste contexto, o conceito de cultura seria o conjunto de crenças, valores costumes e hábitos adquiridos pelo homem, ou seja, um conjunto de itens identificáveis que tinham idêntica importância em toda e qualquer sociedade.

Esta Escola, capitaneada por Edward Tylor, é profundamente etnocêntrica, mas representa um avanço a partir do momento que o espanto puro e simples em relação ao “outro” é substituído pela curiosidade, o estudo e a tentativa de medição do seu “estágio de desenvolvimento”.

Mas o “fantasma do etnocentrismo” ainda precisava ser exorcisado, alerta o autor. E o século XX traz em seu bojo “um conjunto vasto e complexo de novas ideias formuladas por um grupo brilhante de pensadores” (Pg. 37).

No topo da lista, Franz Boas e sua escola do difusionismo, que propõe uma reflexão que veio a relativizar o conceito de cultura. Foi ele o primeiro a perceber, relata o autor, a importância de estudar as culturas humanas nos seus particulares. Cada grupo produzia, a partir das suas condições históricas, climáticas, linguísticas, etc., uma determinada cultura que se caracterizava por se única, específica.

Mas o autor demonstra que ainda havia muito a ser trilhado pela antropologia na sua busca pela relativização, pois tanto no evolucionismo como no difusionismo “a historia sempre permeava os estudos e as reflexões em quase toda a literatura sobre as culturas humanas” (pg.57).

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