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O REFLEXO DA AUSÊNCIA DA FAMÍLIA NA VIDA ESCOLAR DA CRIANÇA

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Por:   •  26/11/2013  •  6.501 Palavras (27 Páginas)  •  3.012 Visualizações

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O REFLEXO DA AUSÊNCIA DA FAMÍLIA NA VIDA ESCOLAR DA CRIANÇA

Resumo

A relação entre Escola e Família e suas implicações no processo ensino-aprendizagem atenta para a necessidade de o cotidiano escolar estar em sintonia com o contexto familiar do aluno. Consideramos que a vida na escola não pode estar desvinculada da formação recebida pelos pais. Percebe que a escola deve buscar incansavelmente diversas maneiras de despertar nos pais o acompanhamento no desenvolvimento dos filhos. Também, que o diálogo com a escola confirma no aluno a confiança e a seriedade com a proposta de ensino que ele está vivenciando. E ainda, que a escola não deve assumir as atribuições dos pais por ter sua função definida e em muitos pontos diferenciada da família. Propõe-se desacomodar as famílias da desobrigação na educação plena dos filhos que se ampara na justificativa da “falta de tempo”, bem como, solidificar a compreensão do espaço escolar como ambiente que deve continuamente planejar-se para os desafios que serão sempre novos. A escola e a família devem criar uma parceria que implica em colocar-se no lugar do outro, e não apenas enquanto troca de favores, mas cooperando. A ausência dos pais pela vida escolar dos filhos acaba refletindo na aprendizagem da criança, pois ela sente-se desmotivada, e acaba perdendo o interesse pelas aulas.

Palavras-chave: Família-Escola. Participação. Aprendizagem significativa. Presença.

Introdução

Observa-se que as relações entre escola e família baseiam-se na divisão do trabalho de educação de crianças e jovens, envolvendo expectativas mútuas. Quando se fala na desejável parceria escola–família e convoca-se a participação dos pais na educação, sobretudo pelo dever de casa como estratégia de promoção do sucesso escolar, não se consideram, as mudanças históricas e a diversidade cultural nos modos de educação e reprodução social. As relações de poder entre estas instituições e seus agentes, a diversidade de arranjos familiares e as desvantagens materiais e culturais de grande parte das famílias, as relações de gênero que estruturam a divisão de trabalho em casa e na escola.

A escola e a família deve criar uma parceria que implica em colocar-se no lugar do outro, e não apenas enquanto troca de favores, mas cooperando, supor afetos, permitir escolhas e desejos, para que a criança desenvolva-se integralmente. Se o educando ou filho não cumpre as regras da escola porque os pais o acobertam e discordam da escola, a criança aproveita destas divergências conquistando o que desejava.

Pensar na parceria família e escola requer então aos professores inicialmente, uma tomada de consciência de que, as reuniões baseadas em temas teóricos e abstratos, reuniões para chamar a atenção dos pais sobre a lista de problemas dos filhos, sobre suas péssimas notas, reuniões muito extensas, sem planejamento adequado, onde só o professor pode falar, não têm proporcionado sequer a abertura para o iniciar de uma proposta de parceria, pois os pais faltam às reuniões, conversam paralelamente, parecem de fato não se interessar pela vida escolar das crianças. Esta ausência dos pais pela vida escolar dos filhos acaba refletindo na aprendizagem da criança, pois ela sente-se desmotivada ,e acaba perdendo o interesse pelas aulas.

A Família na Atualidade

Sabe-se que na atualidade, a família assume uma função social voltada para atender as exigências do mercado de trabalho, pois a política vigente, globalizada, direciona a ação da família e da escola, porém mesmo com essa denominação os pais ainda ocupam grande parcela de poder de decisão sobre filhos menores.

Segundo Prado (1981, p.64) “A família, é a instituição mais sólida desde os princípios da era cristã”. É nela que a criança mantém os contatos mais íntimos, já que é o primeiro grupo social a que ela pertence, devendo a família juntamente com a escola, desenvolver o processo educacional.

A família e a escola são os primeiros ‘espelhos’ da criança, onde aprende a se ver, a descobrir seu lugar no mundo.

“É preciso distinguir as expectativas sociais em relação á família, como também aquelas que ela própria preencha em relação aos elementos mais indefesos da sociedade: criança e deficientes em todas as idades”. (PRADO, 1981, p.35)

Desse modo, dependendo das expectativas sociais, a família recebe apoio de outras instituições sociais e assume inúmeras funções como: a função de identificação, de socialização, de transmissora de hábitos e atitudes, de conhecimento e atitudes necessárias para a participação na sociedade. A família assume função diferente da escola, tem que dar acolhimento a seus filhos num ambiente estável e de respeito mútuo.

As famílias ocupam papel importante na vida escolar dos filhos, e este não pode ser desconsiderado, pois consciente e intencionalmente ou não, influenciam no comportamento escolar dos filhos. Muitas, infelizmente influenciam negativamente, seja por questões econômicas, pessoais, de relacionamento, de amadurecimento dos pais ou separação. Lahire apud Zago (2000, p. 21) afirma que,

“[...] a criança constitui seus esquemas comportamentais, cognitivos e de avaliação através de formas que assumem as relações de interdependência com as pessoas que a cercam com mais freqüência e com mais tempo, ou seja, os membros da família. [...] Suas ações são reações que ‘se apóiam’ relacionalmente nas ações dos adultos que, sem sabê-lo, desenham, traçam espaços de comportamento e de representações possíveis para ela”.

Por outro lado, os comportamentos escolares não se reduzem às influências do ambiente familiar, o aluno participa nas interações sociais seja no bairro, na escola ou na família entre outros, devendo haver uma articulação da realidade cultural e sócio-econômica do sujeito com a realidade sociocultural mais ampla. Pois se a aprendizagem no sentido amplo ocorre durante toda a vida da criança, independente do ambiente em que se encontra o aprender abrange aspecto de nossa vida afetiva e valores culturais. Nesse sentido, deve a família participar efetivamente desse processo de aprendizagem, com o intuito de facilitar a prática escolar.

Segundo Zago (2000, p.125): “[...] A escolaridade não obedece ao tempo normal de entrada e permanência até a finalização de um ciclo, mas se define no tempo do possível’”.

Sabe-se que os processos de escolarização de

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