O Uso e Abuso do Alcool na Construção Civil
Por: Thayssa Vicente • 22/6/2016 • Seminário • 16.484 Palavras (66 Páginas) • 831 Visualizações
- INTRODUÇÃO
O uso abusivo de álcool na construção civil é uma forma escolhida pelos trabalhadores enfrentarem os problemas do dia a dia. Esta busca do álcool como solucionador dos problemas vem trazendo consequências negativas ao trabalhador. Muitos estão ficando doentes e acidentados. A ação do álcool no organismo é devastadora, ele é atuante direto no Sistema Nervoso Central.
O uso do álcool não é recente. Há milhares de anos, o álcool possuía uma formulação mais natural em vinhos e cervejas. Com o passar dos anos, mais preciso na Revolução Industrial, o avanço das maquinas fez com que além do vinho e cerveja, fosse criado o uísque, vodka, absinto e cachaça pelo processo de destilação. Foi um descobrimento, que rapidamente expandiu pela metade do mundo, com custos barateados e grande comercialização, todos tiveram acesso.
Os indícios do efeito do álcool foram aparecendo e logo foi indiciado como doença. Muitos patrões que, até então, permitiam o uso da bebida em locais de trabalho, foi vetado trabalhadores alcoolizados em ambientes laborais. O álcool tem ação de ocasionar descontrole dos sentidos, causando mudanças no comportamento.
Logo, a Organização Mundial da Saúde, tratou-se de incluir o alcoolismo como doença psicoativa que ocasiona transtornos mentais e comportamentais. O alcoolismo é a fase mais avançada da doença, quando o individuo fica dependente do álcool.
Alguns indicativos de que há uso do álcool no trabalho são os atrasos constantes, baixa produtividade, ausências, discussões, brigas, má qualidade no trabalho entre outras (CICHINELLI, 2007).
A busca do álcool é a opção que os trabalhadores escolhem para a fuga dos problemas do dia a dia, seja ela no convívio social ou profissional. Muitos acidentes de trabalho são ocasionados pela ingestão de bebidas alcoólicas ou outras drogas que vem aumentando a cada ano. Segundo o Sesi (2013) “ Dados levantados pela OIT indicam que de 20% a 25% dos acidentes de trabalho no mundo envolvem pessoas intoxicadas que se machucam a si mesmas e a outros”.
A construção civil que é um setor em que mais emprega pessoas com baixa instrução de escolaridade e que apresenta perigos e riscos deverá de um apoio técnico para ajudar esses trabalhadores a executarem suas tarefas com medidas de segurança. O técnico em segurança do trabalho irá dar suporte à empresa na fiscalização dos trabalhos executados pelos colaboradores, assim como outros membros do SST (saúde segurança do trabalho).
Diante das situações apresentadas, tem como problemática: Quais as consequências do uso do álcool no ambiente laboral?
Este trabalho de pesquisa tem como objetivo geral, analisar os efeitos do álcool no ambiente laboral. Alguns trabalhadores usufruem a bebida de forma abusiva e acaba ocasionando acidentes e doença, no caso, o alcoolismo. E como objetivos específicos compreender as consequências do uso do álcool no ambiente de trabalho; analisar os acidentes mais frequentes como quedas, choques e ferimentos; e demonstrar as ações de um técnico para prevenção e mitigação do alcoolismo na construção civil.
Logo, como hipóteses deste trabalho pode-se afirmar que o alcoolismo pode gerar o absenteísmo que ocorre frequentemente; a doença adquirida pelo uso frequente do álcool; os acidentes que ocorrem na execução e fora do trabalho; e a falta de observação técnica, deixando seus colaboradores executar as tarefas habituais de rotina, sem informar ao individuo o mau que pode ocorrer ao trabalhar alcoolizado.
O alcoolismo serve de alerta para a sociedade sobre as consequências do uso abusivo do álcool. A motivação deste trabalho é por se tratar de uma substancia comercial de fácil acesso e as pessoas abusam dessa substancia sem o menos pudor e moderação. Utilizado muitas vezes como escape de problemas, porém esquecem que seu efeito será passageiro e momentâneo. E casos de trabalhadores que entram na empresa com uma vida saudável e quando são mandados embora, apresentam problemas de saúde. Muitas empresas não acolhem o trabalhador alcoolizado, dão demissão ao trabalhador sem nenhum auxilio para o tratamento. Esse trabalhador acarretará custos à sociedade, pois os impostos que são cobrados irão ser utilizados para a recuperação deste trabalhador.
CAPITULO I – REVISÃO BIBLIOGRAFICA
1.1 ÁLCOOL: CONSIDERAÇÕES GERAIS
O álcool existente nas bebidas é uma substancia conhecida como etanol. Atualmente, essa substancia presente em vinhos, cervejas, absintos, cachaças e uísque existem desde que os seres humanos habitam a Terra, mais precisamente nos tempos das cavernas.
Registros arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o consumo de álcool pelo ser humano datam de aproximadamente 6000 a.C., sendo, portanto, um costume extremamente antigo e que tem persistido por milhares de anos. (CEBRID;2011, p.17)
Para Cebrid (2011) “Inicialmente, as bebidas tinham conteúdo alcoólico relativamente baixo [...]”. De acordo com Santos (2009) “entre os séculos XVII e XVIII o álcool era incentivado pelos empregadores, pois o mesmo fazia com que os trabalhadores tivessem maior rendimento no trabalho.” Com a Revolução Industrial, os hábitos foram mudados, principalmente em relação a organização do trabalho e as bebidas consumidas pelos trabalhadores. O processo de fermentação já era utilizado, porém o gosto do usuário começou a modificar e pedia uma bebida mais forte. Foi-se então o inicio do processo da destilação.
A Europa iniciou o processo de destilação que foi introduzido pelos árabes na Idade Média, e assim surgiram novos tipos de bebidas alcoólicas. Nessa época passou a ser considerado um remédio para todas as doenças, pois acreditavam que dissipava as preocupações mais rápido do que o vinho e a cerveja, produzindo um alivio mais eficiente da dor (CEBRID, 2011). Segundo Santo (2009) “[...] o uso do álcool não contribuía de forma positiva, pelo contrario passa a ser o grande vilão que compromete a capacidade produtiva da força de trabalho”.
De acordo com Brites (2012) “No pós-guerra houve o favorecimento do crescimento tecnológico no âmbito da comunicação e a produção em massa, além do crescimento populacional, resultando nos aglomerados urbanos e surgimento das metrópoles”. A bebida então passou a ser comercializada e consumida em grande escala. Segundo Lima, 2003 (apud Santos, 2003) “Com o aumento da produção e a diminuição dos preços, o consumo do álcool cresceu consideravelmente [...]”. Para Laranjeira, 2004 (apud Medeiros, 2005) “[...] o álcool deixou de ser uma bebida que era consumida com comida e passou a ser uma bebida forte que podia ser consumida a preços muito baratos e buscando essencialmente a intoxicação”.
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