O Velho e o Mar
Por: leandra • 9/3/2022 • Resenha • 631 Palavras (3 Páginas) • 120 Visualizações
O Velho e o Mar acaba se tornando uma parábola sobre a vida, na eterna luta do homem para vencer os mais diversos obstáculos que o mundo acaba impondo. Se trata da briga diária que todos tem para acordar e fazer o que há de ser feito. É a perfeita descrição de como nós lidamos com nossas próprias condições, desejos, sonhos, medos. “Santiago” significa se autoconhecer no sofrimento e é exatamente isso que acontece na novela. No mar, longe de tudo e todos, ele é colocado cara a cara com sua própria individualidade, com seu eu e seus pensamentos. Lá não existe sons que abafem a voz interna que clama dentro de si, não é possível ignorar sua mente. Em alto mar, ele tenta mostrar sua força, garra, mas para que isso seja possível é necessário que ele resgate sua criança interior e a acolha. E é isso que acontece. O encontra que o velho tem com seu menino lhe dá a potência, esperança e criatividade que faltava para conseguir ir atrás de seu maior sonho: o grande peixe. Aqui notamos que o peixe é a personificação dos seus maiores desejos, seu propósito. Em meio a batalha que Santiago trava para conseguir atingir seu objetivo, observa-se que ele consegue extrair pequenos prazeres momentâneos; tais como os peixinhos que comia para saciar sua fome. A partir de divagações, o velho persistiu até encontrar a paz consigo mesmo e com isso conseguiu encontrar felicidade nos pequenos detalhes.Seu orgulho e determinação fizeram-no permanecer por tanto tempo atrás de seu objetivo sem esmaecer. Tal como lidamos com nossa vida. Há dores, sofrimentos, momentos que pensamos que jamais iremos conseguir superar, porém continuamos na busca de nossos sonhos. Quando Santiago pensa que realizou seu desejo, há uma reviravolta e ele passa por novas e maiores provações. Trava agora uma guerra para manter seu objetivo, ou o que resta dele, pois sabe quão trabalhoso foi conseguir atingi-lo. Tem claro consigo que o peixe não é mais somente um peixe. É agora seu “amigo”, “irmão”, pois respeita-o como a um igual. O velho aprendeu a ter amor pelo seu processo, a ter uma visão diferente das circunstâncias que lhe foram impostas. O Velho e o Mar é uma dessas novelas que nos trazem uma inquietação natural, que somente um olhar mais observador consegue captar os detalhes que são deixados no texto. Santiago nos ensina que a luta é individual, que a solidão não é algo ruim e que precisamos dela para crescer. Somos obrigados a enfrentar sozinhos nossos obstáculos e isso não é algo ruim, muito pelo contrário como pontua o livro. Precisamos resgatar nossa criança interior para nos manter firmes, esperançosos, perseverantes, otimistas de que mesmo em todo caos sempre será possível ver algo bom. O livro nos ensina que o homem não nasceu para ser derrotado, vencido sim, derrotado jamais, porque sempre é possível tirar uma lição dos dias difíceis. Não é possível viver sempre em extremos, ora estamos bem, ora estamos mal e é necessário encontrar um ponto de equilíbrio para nos manter firmes quando precisarmos. É preciso ter coragem para superar seu maior adversário: você mesmo. Santiago lutou até o fim consigo mesmo e com suas limitações. Quando pensava que não iria conseguir mais, lembrava de seu grande peixe e se superava por ele, para honrá-lo. Trata-se da vida acontecendo e de como devemos nos portar diante dela, sempre com respeito e coragem para atingir seu júbilo.
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