VELHO CAXOMBO SONHOU COM O MAR
Por: Vannessa Rosa • 8/6/2020 • Resenha • 664 Palavras (3 Páginas) • 266 Visualizações
VELHO CAXOMBO SONHOU COM O MAR
O conto trata-se de uma notícia publicada no jornal “A Gazeta de Loanda” em 20 de Março de 1901, o conto aborda o ataque de Quissondes em um dos laboratórios experimentais do ilustre professor Carlos Eduardo Noronha de Mello e Silva Franco, que foi tragicamente devastado por formigas vermelhas, segundo o professor Silva e Franco os quissondes devoraram uma coleção de ofídios embalsamados, na tragédia faleceu também o guarda do laboratório.
Na última tarde de sua vida de sua vida o velho Caxombo sonhou com o mar, porém ao acordar não se lembrava disso, pois não havia importância alguma já que fora criado por um branco e pensava em português, sendo assim o mar era apenas o mar, era só mais um dia comum.
O velho Caxombo trabalhava há oito anos em uma pequena estação de empalhamento de cobras, no sertão de Quissama. Foi o professor Silva e Franco que o empregou, salvando-o de morrer na miséria, pois Caxombo já estava no fim da vida e já não exercia sua função com tanta agilidade, Caxombo ficava imaginando como seria sua própria morte, via-se morrendo de diversas formas.
Para o velho o ofício de guarda era o ofício de guarda era tranquilo, pois a estação ficava em um lugar remoto, era pacato e sem cobiça, de tempo em tempo o Professor Silva Franco aparecia no local, acompanhado por um mulato chamado Souza, o velho Caxombo ajudava ambos a bater o mato caçando cobras raras, mas na maior parte do tempo passava os dias ocioso entredito pensando na própria morte.
Naquela tarde, o velho Caxombo despertou de um cochilo com a mesma serenidade sem se recordar de que havia sonhado com o mar, o sol já estava indo embora quando angustiado o velho se deu conta de que havia algo errado, mas ele não sabia o que era, subitamente ele compreendeu que o silêncio enchia tudo, um silêncio denso como uma noite sem lua, todos os passáros já haviam indo embora, o velho com grande esforço saiu para o meio do capinzal fazendo enorme esforço para escutar algo, de início só conseguia escutar a brisa enroscando no capim, aos poucos foi percebendo outro som, um estalar abafado, um ruído distante cada vez mais firme, com muito custo montou até o topo de um pequeno morro e arregalou os olhos pelo campo em direção de onde vinha o ruído o capim balançava, de baixo para cima, animado por uma força que não vinha do vento.
Eram Quissondes que passaram a correr em direção ao velho, que em um ato de desespero pensou que aquela era a morte que ele nunca havia imaginado para si, conseguiu correr até a sua casa e esbravejou que não morreria daquela forma, em pouco tempo as formigas passaram a penetrar por baixo da porta, através da janela quebrada, fendas e buracos, ciente de que lhe restava pouco tempo, espalhou ácido em vasilhas colocando debaixo dos pés da mesa da sala, serviu-se de vinho e subiu no tampo da mesa, as formigas formaram uma bola gigante acima da cabeça do velho e uma delas já ameaçava cair, então Caxombo dobrou-se em si mesmo , enterrando as cabeça entre as mãos e fechou os olhos, gemendo baixinho disse estou a sonhar, é claro que estou a sonhar.
O protagonistas deste conte é o velho Caxombo, sendo os coadjuvantes o Professor Silva Franco e o mulato de nome Souza, podemos considerar que as formigas Quissondes sejam as antagonistas, pois elas estavam contra o velho e levaram-no a óbito.
O conto se desenvolve em três espaços, sendo a casa de Caxombo, o laboratório e o capizal, o tempo é cronológico, podemos perceber isso no início do conto onde o autor diz “Na última tarde de sua vida...” e também em “até quase à hora do sol-pôr...”, o clímax encontra-se no ataque ocorrido na casa do velho, onde o mesmo após lutar contra as formigas vêm a óbito e a narração ocorre em terceira pessoa, sendo o narrador onisciente.
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