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O conceito de gestão de pessoas

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Por:   •  22/11/2014  •  Projeto de pesquisa  •  3.417 Palavras (14 Páginas)  •  347 Visualizações

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I. Introdução

O conceito gestão de pessoas tem sido cada vez mais discutido dentro das organizações e trata-se de um assunto relativamente recente. Tem como objetivo agregar valor à organização e aos acionistas através de políticas que atraem e gerem pessoas que colaboram para que a organização alcance suas metas e objetivos, proporcionando maior competitividade e satisfação.

Partindo desse pressuposto a gestão de pessoas deve contribuir para que as organizações sejam eficazes por meio das pessoas, e assim buscar a cooperação dos indivíduos que atuam nas organizações tanto para o alcance de seus objetivos individuais quanto para o alcance dos objetivos organizacionais (GIL, 2006).

Diante desse cenário, nota-se que o ambiente organizacional está cada vez mais complexo e dinâmico, assim exigindo mais adaptabilidade e flexibilidade das pessoas para que enfrentem e suportem o movimento de incertezas organizacionais. Assim, observa-se que uma das competências necessárias para as pessoas dentro das organizações é a habilidade de administrar a si próprio diante das adversidades, capacidade de se adaptar às mudanças, ou seja, a rápida capacidade de recuperação. Essa competência é denominada: resiliência.

Segundo o dicionário Aurélio, resiliência é a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é desenvolvida quando cessa a tensão causadora da deformação elástica. Assim, no ambiente de trabalho, resiliência é a capacidade das pessoas de superar dificuldades, vencer adversidades e se recompor de uma situação difícil ainda mais fortalecida.

Para o educador português José Tavares (PhD pela Universidade Católica de Lovaina, Portugal), resiliência significa “a capacidade de responder de forma mais consistente aos desafios e dificuldades; de reagir com flexibilidade e capacidade de recuperação diante de desafios e circunstâncias desfavoráveis; ter uma atitude otimista, positiva e perseverante e mantendo um equilíbrio dinâmico durante e após os embates.”.

Mudar é uma oportunidadepara ser melhor, para se destacar. Por isso em resiliência, pode-se afirmar que o futuro é positivo para quem está preparado, disposto e capacitado para lidar não só com a mudança em si, mas com sua complexidade, velocidade e intensidade.

Não só as organizações enfrentam problemas para habituar-se à mudanças, mas as pessoas também. Por isso um dos grandes desafios do líder, gestor de pessoas, é desenvolver a capacidade de identificar alternativas que auxiliem as pessoas componentes de sua equipe e a si mesmo a adequarem-se às exigências ocasionadas pelas incertezas organizacionais sem causar problemas a integridade pessoal de cada um.

Percebe-se que para as empresas enfrentarem crises e incertezas organizacionais torna-se indispensável incorporar a resiliencia ao comportamento humano de seus funcionários, recebendo apoio da liderança e colaboradores que possuem essas características resilientes, para que a empresa vivencie e ultrapasse todas as suas dificuldades.

Uma das grandes apostas para o próximo milênio será tornar as pessoas mais resilientes e prepará-las para certa invulnerabilidade que lhes permita resistir as a situações adversas que a vida proporciona, pelo que se torna imperioso identificar os fatores de risco e particularmente os fatores de proteção pessoais e interpessoais (PEREIRA, 2001, p. 87).

Assim, o conceito de resiliência tem ganhado força nos dias atuais, pois tem demonstrado que, mesmo diante de um cenário de instabilidade e mudança, algumas pessoas e empresas conseguem maximizar desempenho e produzir valor com alta competência, inteligência e saúde possível.

Portanto esse trabalho de pesquisa trata-se de estudar a capacidade de resiliência das pessoas diante do ambiente instável das organizações.

Para chegar ao objetivo proposto, a metodologia utilizada baseou-se em realização de uma pesquisa exploratória e bibliográfica em artigos de autores renomados. Por fim são apresentados os resultados das pesquisas nos artigos, que se focam principalmente na capacidade de resiliência das pessoas e organizações.

II. Quadro Teórico

Sabe-se que o conceito de resiliência é utilizado no campo da Administração, desde 1974, quando o consultor organizacional Daryl Conner forma a ODR INc, uma companhia de pesquisa e desenvolvimento que examina a dinâmica da Resiliência Humana em cenários organizacionais, principalmente em processos de Gestão de Mudanças, de acordo com Eduardo Carmello, diretor da Entheusiasmos Consultoria em Talentos Humanos.

Daryl R. Conner disse:

“Precisamos de executivos e supervisores resilientes que saibam como gerenciar a mudança de uma maneira conscientemente competente. Eles devem implementar mudanças com êxito para si e para outros, aplicar consistentemente os mecanismos que usam e ser capazes de se referir a estes métodos como uma disciplina estruturada, para que os outros possam aprender e aplicar as mesmas estratégias.”

O consultor brasileiro Clemente Nóbrega afirma que todo organismo que dura tem a mesma competência central: sabe modificar práticas e comportamentos ao longo do tempo. “Sucesso duradouro tem a ver com comportamentos transmitidos e preservados ao longo do tempo: critérios para tomar decisões, atitudes abertas em relação ao erro, à experimentação e ao risco, capacidade de forjar um senso de comunidade entre os colaboradores. Comportamentos que, diante da mudança na paisagem lá fora, garantem a vitalidade depois dos fundadores”.

A Caterpillar, no início dos anos 80, utilizou-se do processo de resiliência para, em poucos anos, passar de uma condição de quase falência para um quadro de lucro. Para o presidente da empresa James Owens “foi uma revolução que deu origem a um renascimento, uma transformação espetacular de uma empresa quase apática em uma organização realmente provida de entusiasmo empreendedor”.

Chiavenato (2000, p. 555) afirma:

“Em linguagem científica, a resiliência é a capacidade de um sistema de superar o distúrbio imposto por um fenômeno externo e manter-se inalterado. As organizações - como sistemas abertos - apresentam essa capacidade de enfrentar e superar perturbações externas provocadas pela sociedade sem que desapareça seu potencial de auto-organização. É a resiliência que determina o grau de defesa ou vulnerabilidade do sistema às pressões ambientais externas. Mesmo quando vergadas pelo forte vento as árvores voltam novamente a empinar-se após a tempestade. Isso explica que quando

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