O enredo do livro "Brinquedo"

A narração é feita em primeira pessoa e o autor se autointitula um defunto, ou seja, toda a história é contada após sua morte. As memórias de Brás Cubas nos permite ter acesso aos bastidores da sociedade carioca do século XIX. O tempo obedece duas classificações: cronológica, que é contada desde a infância até a sua morte, e o tempo psicológico, do autor já falecido, que, desse modo, pode contar sua vida de maneira arbitrária.

A infância de Brás Cubas é registrada por privilégios e caprichos oferecidos pelos pais. O "brinquedo” de estimação do garoto, era o negrinho Prudêncio. Na escola, Brás era amigo de traquinagem de Quincas Borbas.

Na juventude de Brás Cubas, aparece Marcela que era uma prostituta de luxo, porém em nenhum momento o autor deixa isso explícito no texto: apenas usa figuras de linguagens, tais como eufemismo para indicar. Todavia, ele diz que Marcela o amou, sempre mantendo relação entre o sentimento e o financeiro do rapaz. Por gastar muito tentando agradar Marcela, seu pai o mandou à Europa para estudar leis e garantir o título de bacharel em Coimbra. Na Europa, nada se altera muito. Com o diploma nas mãos e total inaptidão para o trabalho, Brás Cubas volta para o Brasil, voltando a viver "debaixo das asas dos pais".

Num certo ponto do livro, Brás Cubas tem seu segundo e mais duradouro amor: Virgília, entretanto, ela acaba se casando com Lobo Neves, que arrebata do protagonista não apenas a noiva como também a candidatura a deputado que o pai preparava. A família dos Cubas, apesar de rica, não tinha tradição, pois construíra a fortuna com a fabricação de cubas, tachos, à maneira burguesa. Isso não era louvável no mundo das aparências sociais. Assim, a entrada na política era vista como maneira de ascensão social, uma espécie de título de nobreza que ainda faltava a eles.

Os personagens presentes na historia são: Brás Cubas, Virgília, Marcela, Eugênia, Nhã Lo Ló, Lobo Neves, Quincas Borba, Dona Plácida e Prudêncio.