RESUMO DO LIVRO - INSTINTO MATEMATICO
Trabalho Escolar: RESUMO DO LIVRO - INSTINTO MATEMATICO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Flavia • 5/6/2012 • 3.125 Palavras (13 Páginas) • 2.926 Visualizações
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Da mente dos bebês
Em 1992, uma jovem pesquisadora americana chamada Karen
Wynn anunciou uma descoberta que deixou atordoados os
psicólogos de crianças em todo o mundo. Wynn afirmou ter demonstrado
que bebês de apenas quatro meses podiam resolver simples
problemas de adição e subtração. De fato, outros pesquisadores
demonstraram em seguida que os bebês podem fazer essas
mesmas operações matemáticas com apenas dois dias de idade!
Como Wynn conseguiu isso? Afinal de contas, se bebês de 4
meses ainda não podem falar, como é que poderíamos descobrir
se eles sabem que 1 + 1 = 2, para citar um dos exemplos de cálculo
que Wynn afirmou que seus jovens participantes poderiam fazer?
E como Wynn conseguiu formular tal questão de forma que
as crianças pudessem entender o que ela estava perguntando?
Antes que eu lhe conte como contornou esses problemas,
devo deixar claro o que exatamente ela afirma ter descoberto.
Primeiro, ela não defendeu que os bebês pesquisados tivessem
qualquer conceito consciente de número. Como qualquer pai
sabe, os números de contagem, 1, 2, 3 e assim por diante,
precisam ser ensinados a crianças na primeira infância e, antes
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que isso possa ser feito, elas têm que aprender a utilizar o idioma,
uma habilidade que ainda não está desenvolvida em um bebê
de 4 meses. Na verdade, o que Wynn afirmou foi o seguinte:
1. As crianças que ela examinou identificavam a diferença entre
um único objeto, um par de objetos e um conjunto de
mais de 2 objetos.
2. Elas sabiam que se você pegar, digamos, 2 objetos e colocálos
juntos, o conjunto resultante terá exatamente 2 objetos,
e não um ou 3.
3. Elas sabiam que se você pegar, por exemplo, 2 objetos e remover
1 deles, você ficará com 1 objeto. Não terminará com
2 objetos nem com nenhum.
Um adulto normalmente explicará tais habilidades da seguinte
forma:
1. As crianças que ela examinou conheciam a diferença entre
os números 1 e 2 e a diferença entre 2 e qualquer número
maior.
2. Elas sabiam, por exemplo, que 1 + 1 = 2, e que 1 + 1 não
é igual a 1 ou 3.
3. Elas sabiam que, por exemplo, 2 – 1 = 1, e que 2 – 1 não é
igual a 0 ou 2.
Claramente, expressar esse tipo de capacidade requer uma
compreensão dos números, ou pelo menos dos números 0, 1, 2,
e 3. Mas a questão é que toda evidência que temos sobre o modo
como o cérebro humano lida com números indica que nossa capacidade
de manipulá-los só se desenvolve depois que aprende-
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mos os termos numéricos “um”, “dois”, “três” e assim por diante.
(Trabalhos com chimpanzés e outros primatas sugerem que o
aprendizado dos símbolos numéricos “1”, “2”, “3” funciona igualmente
bem neste aspecto. A questão é que a aquisição do conceito
de número parece exigir que primeiro se tenha uma palavra
ou símbolo para se referir a ele.)
Mais precisamente, a afirmação de Wynn trata na verdade de
numerosidade, termo que uso para expressar percepção de número,
ou seja, uma percepção do tamanho de um conjunto e não
dos números em si. O que ela estava dizendo era que crianças
recém-nascidas (bebês) têm uma percepção confiável do tamanho
de pequenos conjuntos de objetos. Mas isso não diminuiu a
surpresa causada pelo anúncio de Wynn. Afinal de contas, todo
mundo sabe que bebês de 4 meses não são capazes de usar palavras
para números. A maioria dos especialistas pressupunha que
a percepção de numerosidade se desenvolvia depois que a criança
aprendia a contar. Wynn estava afirmando que a percepção de
número vinha primeiro. Isso significava que nós nascemos com
tal percepção, ou pelo menos a adquirimos automaticamente
em no máximo algumas semanas após o nascimento. (Como
veremos a seguir, pesquisas subseqüentes mostraram que, se não
nascemos com uma percepção de número, nós a adquirimos com
no máximo alguns dias de vida.)
Eis o que Wynn fez para chegar a sua descoberta. (A propósito,
a experiência de Wynn foi reproduzida muitas vezes com sucesso
por diferentes psicólogos de todo o mundo, logo não há
mais
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