O que realmente sabemos sobre os surdos?

O que verdadeiramente sabemos sobre os surdos?

Na antiguidade esses indivíduos sofreram absurda discriminação, o que contribuiu para que eles conquistassem cada vez mais o espaço que lhes é devido.

Os surdos eram vistos pelos gregos como animais, pois segundo eles o pensamento se dava mediante a fala. Sem a audição os surdos dessa época ficavam sem ensinamento, ficando de fora do aprendizado, e assim não adquiriam conhecimento.

Os romanos por sua vez privavam os surdos de seus direitos legais, não herdavam os bens da família, não se casavam, e para a igreja católica eles não tinham direito á salvação.

Nascer surdo era uma das piores coisas daquela época, a sociedade os tinha como anormais e incompetentes.

Através de Ponce de Leon, um monge beneditino iniciou-se uma grande mudança na vida dos surdos. Ele vivia em uma cidade da Espanha. Seus alunos eram surdos filhos de nobres que preocupados com a exclusão de seus filhos diante da sociedade e da lei, procuravam Léo para ajudá-los.

Esse é um surpreendente relato pelo que os surdos já passaram.

Nos dias de hoje os surdos vem alcançando o respeito que precisam como pessoas diferentes e não simplesmente como deficientes auditivos. Mas essa jornada de conquistas é lenta, é preciso muita perseverança.

A concepção que muitas pessoas em nossa sociedade têm dos surdos, é que eles são pessoas que precisam ser normalizadas, ou seja, curadas da surdez. São concepções que marcaram e ainda marcam o preconceito de que as pessoas surdas só poderão ter sucesso na vida se aprenderem a ouvir, com uso de próteses auditivas, e atualmente com o advento dos implantes cocleares; fazendo leitura labial e treinamentos vocais constantes com a possibilidade de apropriação do conhecimento.

No Brasil os surdos que utilizavam o método oralista apresentaram níveis elevados de fracasso e evasão escolar, não havendo assim evolução no aprendizado. Entretanto os alunos surdos oriundos de vários centros urbanos conversavam entre si por sinais, gerando o momento propício para a constituição de uma língua de sinais brasileira.

A língua brasileira de sinais, ou seja, as Libras são uma grande conquista para a comunidade surda, graças a luta sistemática e persistente das pessoas com deficiência auditiva, foi reconhecido pela nação brasileira como a Língua Oficial da pessoa surda, com a publicação na Lei nº 10.436, de 24-04-2002 e a Lei nº 10.098, de 19-12-2002.

Outra conquista é a inclusão no mercado de trabalho, Lei nº 8.213/91. Garante uma porcentagem de vagas em empresas com determinados números de funcionários para pessoas com deficiência.

Os surdos são os preferidos pelas empresas que necessitam cumprir essa lei.

Mais uma conquista, é a acessibilidade comunicativa para pessoas surdas em concursos públicos. Na Resolução nº01 de 15 de junho de 2010, do CONADE Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência encontra-se a recomendação para garantir a aplicação do princípio da acessibilidade à pessoa surda ou com deficiência auditiva em concurso público, em igualdade de condições com os demais candidatos.

Um desafio enfrentado pela comunidade surda é avaliar uma Política educacional que garanta a opção de escolas especiais para pessoas surdas na Educação básica.

Escolas especiais são espaços próprios para que pessoas surdas possam adquirir sua língua, as Libras.

As escolas especiais para surdos ou classes específicas para surdos têm a sua importância na história da educação de pessoas surdas com seus efeitos positivos.

Outro desafio da comunidade surda é a luta para que se cumpram as leis que foram decretadas em favor da educação dos surdos, pois ainda faltam intérpretes nas escolas públicas e privadas, dificultando o desenvolvimento e aprendizado dos alunos surdos.

Vemos então a comunidade surda tendo que lutar por direitos já adquiridos.

Segundo pesquisas muitos surdos sofrem discriminação em se tratando de ocupação de cargos e remuneração. Cidadãos surdos funcionários de algumas empresas ocupam somente tarefas simples, e mesmo aqueles que conseguiram se qualificar melhor, ainda possuem salários inferiores que os ouvintes que desempenham as mesmas funções.

Diante de conquistas e de muita luta o Brasil ainda assim destaca-se porque tem uma política educacional inclusiva que provoca também mudanças na estrutura da Educação Superior pela introdução da Libras como disciplina obrigatória em todos os cursos que formam professores e fonoaudiólogos, bem como para a oferta de cursos de licenciatura em Libras.

Dentre as principais ações nesta área destacam-se:

• A implementação do Prolibras-Exame Nacional para certificação de Proficiência em Tradução e Interpretação de Libras.

• A criação do curso de Pedagogia Bilíngue Libras- Língua Portuguesa, no instituto Nacional de Educação de Surdos –INES, em 2005,que se tornou referência como primeiro curso superior bilíngue para a formação de professores surdos e ouvintes.

O Brasil possui ótimas leis que ampara a Educação Inclusiva, o que falta são órgãos fiscalizadores para fazer cumprir a lei dentro dos centros educacionais. Se essas leis fossem cumpridas o Brasil seria um modelo perfeito de Educação Inclusiva.

A inclusão leva a reconhecer a importância da LIBRAS no âmbito escolar e do profissional capacitado para atuar nessa inclusão.

Referência Bibliográfica:

CARVALHO, Edmarcius. Surdez: Conquistas e Desafios. Disponível em:< http://pt.scribd.com/doc/64623991/CONHECER-ES-2011-SURDEZ-CONQUISTAS-E-DESAFIOS> Acesso em 15 nov. 2013.

CARVALHO, Rosana Passos Quitério. O surdo e o mercado de trabalho: Conquistas e Desafios. Disponível em: < http://www.webartigos.com/artigos/o-surdo-e-o-mercado-de-trabalho-conquistas-e-desafios/62596/#ixzz2lTZNi8m6>. Acesso em 15 nov. 2013.

OLIVEIRA, Maria Ângela. A importância de LIBRAS, na comunicação com pessoas surdas. Disponível em: < http://librasverisfaculdades.blogspot.com.br/>. Acesso em 15 nov. 2013.

O que verdadeiramente sabemos sobre os surdos?

Na antiguidade esses indivíduos sofreram absurda discriminação, o que contribuiu para que eles conquistassem cada vez mais o espaço que lhes é devido.

Os surdos