O que significa dizer que estudar como antropólogo é ser um invasor profissional?
Por: Belmeira • 24/8/2015 • Trabalho acadêmico • 2.185 Palavras (9 Páginas) • 309 Visualizações
Universidade do Estado de Minas Gerais
Faculdade de Educação
Curso de Pedagogia
Aluna: Belkiss Alves da Glória Meira – NFIIE/noite
Disciplina: Antropologia – Prof.David
Estudo dirigido do texto um jogo absorvente: notas sobre a briga de galos balinesa de Clifford Geertz. Leia o texto edepois responda às perguntas (2 parágrafos para cada)
1. O que significa dizer que estudar como antropólogo é ser um invasor profissional?
Sendo uminvasor profissional o antropólogo , ele precisa ser aceito no grupo que vai observar, sendo que antropologia é a ciência que dedica ao estudo aprofundado do ser humano, e sua origem grega é: antropo: que significa homem e logos que significa conhecimento. Para que isto aconteça em Bali,Geertz e sua esposa precisam ser aceitos pelos aldeões e precisam de encontrar uma forma para que eles deixem de trata-los como pessoas que não fazem parte de sua vida., deixem de ser criaturas invisíveis.
Quando um antropólogo consegue cruzar uma fronteira de sobre moral ou metafísica, eleé visto como ser humano em vez de uma nuvem ou um sopor de ventos e sua relação muda drasticamente, para uma relação gentil, quase afetuosa . A cordialidade .continuara branda, brincalhona, afetada e confusa.
2. No Brasil a elite já chegou a proibir a capoeira, na mesma época que proibiu a maconha. Proibiu o nudismo(dos índios), proibiu que escravos andassem calçados, proibiu que pessoas do mesmo sexo se casassem.
Quais as razões pelas quais a elite proíbe a briga de galos em Bali?
Apesar da elite não ser puritana, ela se preocupa com o camponês pobre, ignorante, que aposto todo o seu dinheiro em briga de galos, ficam eles preocupados com o que os estrangeiros possam pensar com o desperdício de tempo que poderia ser melhoraplicado na construção do país. Eles consideram a briga de galos como “primitiva”, “atrasada “, não progressista e que não combina com uma nação ambiciosa.
Diante disso, a policia sentia-se obrigada a fazer uma incursão, confiscar galos e esporões, multar pessoas e até mesmo expor algumas delas ao sol tropical durante um dia, como lição objetivaque jamais é aprendida , embora ocasionalmente morra.
3. O que significa a expressão superorganismo usada por Geertz?
Para Clifford Geertz, a cultura funciona como um centro produtor de mecanismos de controle, gerando comportamentos. É com base na cultura que os homens de Bali se comunicam e desenvolvem as suas atividades ao longo da vida. Logo, se a cultura organizacional produz comportamentos, condicionando a visão que cada um tem do mundo, ela influencia o homem nas suas decisões e atitudes, em todos os níveis, nomeadamente ao nível profissional e, mais concretamente, no que diz respeito às práticas da sua própria vida.
Os galos são para os Balinesesuma fascinação animal e a sua briga é considerada uma cerimônia para pacificar a fome voraz dos demônios. Os embates assumem suas formas nos momentos particulares em que ocorrem; acontecem e se dispersam, não assumem um fluxo continuo. Existemregras e o arbitro que encarrega de aplica-las. A cultura é um jogo absorventeentre os balineses e a briga de galos. Ele pode perceber que os nativos na briga de galo a contextualização com a cultura e um conjunto de significados simbólicos que norteiam a vida cotidiana em Bali.
4. “sentar para beber o chá”. O que aconteceu ao antropólogo e sua esposa na manhã seguinte à invasão dos policiais na aldeia?
Foi numa briga de galos em plena praça pública que os balineses se identificam pela primeira vez com os antropólogos, após uma batida policial os visitantes resolvem correr junto com os aldeões e tal atitude fez com que momentaneamente eles fossem vistos como balineses.
Foram chamados no dia seguinte na casa sacerdote Brahmana para perguntar o que havia acontecido, rindo, feliz, com o extraordinário do fato.
Eles foram caçoados e isto significava que foram aceitos pela comunidade , a relação com a mesma passa a existir.. Toda aldeia se abriu para eles, passando seu hospedeiro a ser o seu melhor informante. A aceitação súbita e total e não habitual numa sociedade extremamente avessa à penetração de estrangeiros. Ele foi colocado em contato direto com uma combinação de explosão emocional, situação de guerra e drama filosófico de grande significado para aquela sociedade cuja natureza poderia agora entender, sendo que não havia concluído sua pesquisa em um outro momento.
5. O que significa “identificação psicológica do homem balinês com o galo”?
O duplo sentido que existe entre o homem balinês com os seus galos é incontestável, sendo o duplo sentido deliberado.
Na concepção do povo balinês as ampliações da personalidade do proprietário que são transferidas para o galo, são descritas pelo autor como se o galo fosse o pênis do seu dono, ou em alguns casos como se o galo fosse o próprio dono na rinha lutando contra o dono de outro galo. - corpo é um conjunto de partes separadas animadas, órgãos genitais ambulantes , com vida própria. O galo seria o seu dono, a sua magnificação; sendo o galo também seu aspecto animal e sua animalidade.
A partir do decorrer de suas observações, Geertz percebeu que os homens eram verdadeiros entusiastas, apaixonados por este animal. Da estreita relação entre homem e animal é que decorria todo um cuidado com a alimentação, a higiene, a saúde e a força física do galo, onde o animal conferia admiração ao dono. Cuidar bem do animal se constituía uma prática levada a sério e vê-lo bonito e forte era algo que dava prazer ao dono. Existia toda uma preparação, desde a alimentação ideal até a preparação da plumagem, das esporas, das massagens nas pernas, para deixar o galo pronto para a briga
6. “limar os dentes de uma criança para que não pareçam pressas de animais”. Como a educação das crianças balinesas é descrita por Geertz?
O autor fala sobre filhos dos balineses o seguinte:. “A repulsa balinesa contra qualquer comportamento visto como animal não pode deixar ser superenfatizada. É por isso que não permite aos bebes engatinharem. O incesto, embora não seja aprovado, é um crime bem menos repugnante do que a bestialidade. (A punição adequada para a segunda é a morte por afogamento, para o primeiro ser obrigado a viver como um animal) muitos demônios são representados – na escultura, na dança, no ritual, no mito – sob alguma forma real ou fantástica de animal. O principal rito de puberdade consiste em lima os dentes de uma criança para que não pareçam pressas de animais. Não apenas defecar, mas até comer é visto como uma atividade desagradável, quase obscena, que deve ser feita apressadamente e em particular, devido a sua associação a animalidade. Levar um tombo ou qualquer manifestação desajeitada, é considerada um mal, por essa mesma razão.
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