OFERTA PARA LÍNGUA ESTRANGEIRA PARA REDE
Artigo: OFERTA PARA LÍNGUA ESTRANGEIRA PARA REDE. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: L.A.M.V • 12/5/2014 • Artigo • 6.437 Palavras (26 Páginas) • 320 Visualizações
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PROPOSTA CURRICULAR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA PARA A REDE
PÚBLICA ESTADUAL DE MINAS GERAIS1
Reinildes DIAS2 (FALE – UFMG)
RESUMO: Este artigo tem por objetivo apresentar as diretrizes básicas da Proposta Curricular
de Língua Estrangeira da Rede Pública Estadual de Minas Gerais. Tais diretrizes têm como
suporte teorias recentes sobre o ensino e aprendizagem de L2. Pretende também relacioná-las às
ações pedagógicas direcionadas ao ensino e aprendizagem do idioma estrangeiro no contexto
brasileiro. O Currículo Básico Comum de Conteúdos (CBC) – obrigatório nas escolas públicas
estaduais – também será apresentado. A meta mais importante é o desenvolvimento das
habilidades do aluno para usar a língua estrangeira em situações reais de comunicação.
PALAVRAS-CHAVE: Proposta Curricular, Currículo Básico Comum, língua estrangeira,
contexto brasileiro.
ABSTRACT: This article aims at presenting the major guidelines that underlie the Foreign
Language Curriculum Proposal for the Public State System of Education of Minas Gerais. These
guidelines are based on recent theories about teaching and learning a foreign language. A
further objective is to relate these guidelines to the pedagogical actions for teaching and learning
a foreign language. The Basic Curriculum Content– mandatory for the state schools in Minas
Gerais – will also be presented. The ultimate aim is the development of students’ abilities to use
the foreign language in real situations of communication.
KEYWORDS: Curriculum proposal, Basic Curriculum Content, foreign language, Brazilian
context.
1. Introdução
A Proposta Curricular de Língua Estrangeira (LE), apresentada e discutida neste artigo,
é a referência básica para o Ensino Fundamental e Médio em Minas Gerais
(http://www.educacao.mg.gov.br/site/). Fundamenta-se na legislação brasileira vigente, em
consonância com a Lei de Diretrizes e Bases, LDB (1996), e segue os Parâmetros Curriculares
Nacionais — Língua Estrangeira - 5a. - 8a. séries (BRASIL, 1998), os Parâmetros Curriculares
Nacionais: Ensino Médio (BRASIL, 1999) e as Orientações Curriculares para o Ensino Médio:
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (BRASIL, 2006). De acordo com a LDB, a inclusão de
uma língua estrangeira no currículo é obrigatória, a partir da quinta série, sendo que uma
segunda língua estrangeira pode ser incluída como opcional. No Ensino Médio, a língua
estrangeira deve ser obrigatoriamente incluída na parte diversificada do currículo. Cabe a cada
comunidade escolar escolher que língua estrangeira priorizar como obrigatória e que língua
selecionar como optativa, tendo também por base fatores históricos, fatores relativos às próprias
comunidades e fatores relativos à tradição.
Dois aspectos relacionados ao processo de ensino e aprendizagem de LE são levados em
consideração nesta proposta curricular: primeiro, o contexto de aplicação e o público alvo;
1 A proposta curricular e sua matriz de conteúdos encontra-se disponibilizada para download no site da Secretaria de
Estado de Educação de Minas Gerais. Um artigo sobre a proposta curricular que discute suas diretrizes e orientações
pedagógicas foi publicado nos Anais do VI Seminário de Línguas Estrangeiras, realizado pela Faculdade de Letras da
Universidade Federal de Goiás, em 2005.
2 reinildes@educativa.org.br
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segundo, os pressupostos teórico-práticos que servem de apoio a esse processo. Adota-se uma
abordagem comunicativa com ênfase no uso da LE em situações reais de comunicação.
Subjacente está a noção de linguagem como prática social que envolve por parte de quem fala
ou escreve escolhas de diferentes tipos e gêneros textuais, de acordo com as condições de
produção (CELCE-MURCIA, M.; OLSHTAIN, 2000; GRABE; KAPLAN, 1996; GRABE;
STOLLER, 2002; MARCUSCHI, 2002; NUNAN, 1999; WALLACE, 2005).
Essencial ainda é a noção de aprendizagem como um processo dinâmico através do qual o
aluno participa ativamente, fazendo uso de seu conhecimento anterior, desenvolvendo
estratégias e assumindo um maior controle e uma posição crítica em relação ao que está sendo
aprendido. O potencial das tecnologias da informação e da comunicação é também levado em
consideração para a contextualização de interações reais no idioma estrangeiro.
2. Diretrizes básicas
O aspecto chave numa abordagem comunicativa para o ensino de língua estrangeira é o
desenvolvimento de habilidades para o uso da língua nas práticas sociais do cotidiano.
Concentram-se os procedimentos pedagógicos na integração destes quatro componentes de
competência comunicativa: competência lingüística (conhecimento léxico-sistêmico e fonéticofonológico),
competência
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