Obras Com Concretos Especiais



Obras com concretos especiais

Concretagem de superlaje do Metrô-SP

A concretagem da laje de fundo dos poços Norte e Sul da estação Luz da Linha 4 – Amarela do Metrô de São Paulo atingiu números grandiosos. Cada poço contém 38 metros de profundidade e 40 metros de diâmetro. Foram necessários cerca de 8 mil m³ de concreto (equivalente a 1000 caminhões betoneiras com capacidade de 8 m³ cada um) para preencher a peça de mais de 2 mil m² de área de superfície e cerca de 3,5 m de altura, contendo 404 toneladas de aço. Para viabilizar a execução, a concretagem precisou ser dividida em dois finais de semana no final de 2007, nos meses de novembro e dezembro. Segundo o Consórcio Via Amarela, responsável pela construção da estação, essa foi uma das maiores concretagens já realizadas na história do Metrô de São Paulo.

Além de ter sido utilizado 7.400 m³ de concreto convencional fluido (slump entre 180 mm e 200 mm), foram aplicados cerca de 600 m³ de concreto auto adensável fck > 35 MPa na região de engaste da laje com as paredes dos poços. Ali, em função da alta densidade da armadura, foi utilizado o concreto auto adensável, já que as equipes que realizavam a concretagem teriam dificuldades para realizar a vibração adequada do concreto. “O concreto auto adensável foi usado para garantir a qualidade da execução da laje, por proporcionarfacilidade no lançamento, dispensar a vibração e praticamente eliminar falhas de concretagem”, afirma Roberto Dakuzaku, engenheiro responsável pelo Laboratório de Controle Tecnológico do Consórcio Via Amarela. “Se essas falhas ocorressem, seria difícil acessá-las posteriormente para realizar o grauteamento. Elas poderiam, inclusive, nem ser detectadas”, explica.

Para evitar fissuras e outros tipos de patologias, foi necessário, também, refrigerar o concreto aplicado, com adição de gelo à mistura. Segundo Sílvio M. Obata, coordenador do departamento técnico da Cauê Concreto, foram utilizados entre 80 kg e 100 kg de gelo por metro cúbico de concreto – entre 60% e 80% do volume de água do traço. “Com isso, conseguimos manter a temperatura, durante a aplicação, entre 18ºC e 20ºC”.

Concreto Auto Adensável (CAA)

Origem

O concreto auto adensável foi desenvolvido no Japão para resolver o problema da baixa durabilidade de construções em concreto armado. Em meados de 1983 iniciaram os primeiros estudos, dirigidos por Hajime Okamura. No começo, Okamura pensou em adaptar os concretos resistentes a lixiviação para as estruturas convencionais, que já eram utilizados na época para resolver este tipo de problema. Este concreto era muito resistente à segregação devido ao modificador de viscosidade, a base de polímeros solúveis em água. Mas havia alguns problemas quanto a isso: a grande viscosidade impedia eliminar as bolhas de ar aprisionadas na massa do concreto e a compactação deste em áreas altamente reforçada com armaduras era complicada.

Segundo Okamura, a tensão de cisalhamento da argamassa deve ser pequena para o concreto fluir uniformemente através de barras de aço. Esta tensão surge devido ao deslocamento