Os Ardis do Capitalismo
Por: laraayres • 20/6/2017 • Relatório de pesquisa • 1.082 Palavras (5 Páginas) • 220 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA CURSO: SERVIÇO SOCIAL DISCIPLINA: Fundamentos do Serviço Social Professora: Paulina Helena Lima zambelli
ROTEIRO DE ESTUDO
- Apresente as principais fases da questão social, temidas pela burguesia européia, no final do século XIX e início do século XX? Em seguida descreva sobre o principal ardis do capitalismo como tentativa e superação das faces da questão social.
- Como e quando surge a Sociedade de Organização da Caridade?
- A burguesia no final do século XIX, em busca de um controle ainda mais rigoroso sobre a classe trabalhadora, construirá novas estratégias política e ideológica frente às expressões da questão social. Apresente tais estratégias.
- Neste contexto de estratégias burguesas, quais as principais funções assumidas por esta classe no processo de racionalização da assistência?
- De que forma os ardis do capitalismo se apropria da prática social, bem como dos seus agentes e quais as conseqüências disto?
II
Os ardis do Capitalismo
A consolidação do crescimento do Capitalismo afirmou que suas transformações não se restringiam apenas ao campo econômico, mas que tocavam na sociedade como um todo. Sendo que, trazendo consigo o dilema da contradição, acentuando as desigualdades e criando grandes fissuras na divisão de classes. Tudo isso, aliado ao processo exercido pela classe trabalhadora, dava aos burgueses a falsa impressão de que o Capitalismo estava plenamente consolidado.
Eis que, as fortes e constantes crises cíclicas do Capitalismo criaram muitos outros problemas, especialmente de cunho social, tais como a hipertrofia da mão-de-obra e o exército industrial de reserva, assim como miserabilidade ferrenha. Em situações razoáveis, a mortalidade de adultos e crianças chegava a atingir 20% da população operária. Era, portanto, o mais cruel avesso do lucro e do progresso dos Capitalistas.
A face da classe dominante, ao final da década de 1860, já não era mais apenas a face do poder, do fausto e do luxo de uma burguesia em plena ascensão econômica. Em seu semblante já se podiam notar fortes sulcos produzidos pela inquietação e pela ansiedade que lhe traziam o agravamento dos problemas sociais e as dificuldades de superação das crises provocadas por um comércio recessivo e por um mercado retraído. (...) Assim como a consciência da classe do proletariado havia amadurecido (MARTINELLI, 2007, p. 71).
A exploração já não era aceita de maneira passiva e os descontentamentos já eram visíveis e começavam a dar os primeiros sinais de revolta. Deste mesmo modo, os Sindicatos já estavam mais unidos e fortalecidos e não se intimidavam com os discursos “apaziguadores” da Burguesia. A grande Indústria (templo das máquinas) tornou-se também terreno fértil para o desabrochar da consciência e a construção da identidade de classe do Proletário.
Foi, portanto, a exploração sobre cada trabalhador individual que os levou a dar-se conta da rede de relações na qual estavam inseridos e buscaram assim formar a coletividade. Para isso era necessário se desamarrar das ilusões criadas pelo Capitalismo, assim como se inserir no contexto das discussões políticas da época. Os simples movimentos de classes passaram a ser movimentos políticos de classe, tendo como cenário algo além da indústria, a sociedade. “Foram, porém, os movimentos associativos, a prática sindical, os movimentos sociais, enfim, que tornaram possível a marcha ascendente de sua consciência em direção à classe política e a luta de classes” (MARTINELLI, 2007, p. 74).
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