O ARDIS DO CAPITALISMO
Por: LFEL • 8/9/2015 • Trabalho acadêmico • 491 Palavras (2 Páginas) • 331 Visualizações
1º PARTE:
- OS ARDIS DO CAPITALISMO
O século XIX assistiu, principalmente nas suas cinco primeiras décadas, à consolidação das mudanças que vinham sendo introduzidas pelo capitalismo. O capitalismo alterou tudo que estava a sua volta impondo um novo ritmo de relações de trabalho e de vida e uma nova rede de relações sociais. Através de um sinuoso percurso, marcado por crises cíclicas, o capitalismo foi acentuando a diferenciação entre as classes e fazendo do movimento de valorização do capital o movimento fundamental da sociedade burguesa constituída. Nutrindo-se dessas crises que sua própria dinâmica interna provocava, o capitalismo expandia-se, favorecendo a consolidação do poder da burguesia industrial. É bem verdade que o tributo social que eles estavam pagando por esse progresso era muito alto, principalmente quando considera que só os donos do capital se beneficiam, o que trazia como resultado o empobrecimento da classe trabalhadora. Tudo levava a crê que o modo de produção por ela instalada e o domínio do capital sobre o trabalho eram irreversíveis. Na década de 1860 foi com muita apreensão que a burguesia começou a conviver com algumas dificuldades de reverter às crises cíclicas do capitalismo e de recuperar o fluxo regular de sua marcha expansionista O crescimento da classe trabalhadora excedera a demanda de mão- de- obra, produzindo o inquietante fenômeno da generalização da pobreza, pelos riscos sociais implícitos. Instaurava-se, assim, um clima de verdadeira “guerra social”. Controlar as crises cíclicas do capitalismo, cuja intensidade crescia na proporção em que diminuíam os seus espaços intervalares, significava controlar também os movimentos operários, cujas manifestações tornavam-se mais densas. Foi no interior das fabricas que se criou a dinâmica inicial em direção a consciência de classe. A própria burguesia, através de suas estratégias de concentração de trabalhadores nas grandes indústrias, constituíra espaço fértil para a construção da identidade de classe.
Aos poucos os trabalhadores individuais começaram a descobrir as redes de relações e se uniram em torno interesses comuns relacionados a próprio processo de trabalho.
Sem identidade de classe não há consciência de classe, pois esta pressupõe como seu elemento fundante, a firme coesão em interesses comuns, construída coletivamente no calor dos próprios movimentos de classe, além da percepção da diferença, oposição em relação à outra classe. Também é necessário o trânsito para o nível da compreensão política rompendo com a alienação e com as falsas aparências.
No instante que se dão conta da importância de seu papel para a exigência do regime capitalista, em que tornam conscientes de sua força política enquanto classe, os trabalhadores fortalecem a sua união, consolidando a sua base associativa- o sindicato.
A prática sindical constitui importante base para a organização da Associação, cujas propostas foram amplamente aceitas pelos trabalhadores.
Contudo, existia uma significativa diferença qualitativa entre os movimentos iniciais dos trabalhadores nas primeiras décadas do século XIX e aquelas ocorridas em seu terço final. A burguesia se sentia fortemente ameaçada pelo crescimento político.
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