Os Tipos de Solos
Por: Jose Daniel Santos • 16/10/2019 • Trabalho acadêmico • 6.362 Palavras (26 Páginas) • 148 Visualizações
VI – NUTRIENTES DOS SOLOS
O principal desafio na agricultura moderna é manter e/ou aumentar a fertilidade do solo, e uma das suas funções mais importantes, como suporte para o crescimento das plantas, é fornecer nutrientes essenciais, macronutrientes e micronutrientes.
Entretanto, os níveis de nutrientes no solo são diminuídos pela absorção direta pelas culturas, lixiviação, denitrificação e erosão. Em alguns solos altamente intemperizados, a fixação de fósforo também é um problema sério. Há necessidade contínua de reposição dos nutrientes e de restauração da fertilidade e do potencial produtivo dos solos.
Solo fértil é aquele que contém, em quantidades suficientes e balanceadas, todos os nutrientes essenciais em formas disponíveis. Solo produtivo é aquele que, sendo fértil, se encontra localizado numa zona climática capaz de proporcionar suficiente umidade, luz, calor, etc., para o bom desenvolvimento das plantas nele cultivadas.
Nem todo solo fértil é produtivo, porém todo solo produtivo é fértil.
Macronutrientes são elementos químicos que ocorrem em níveis consideráveis em materiais vegetais ou em fluidos da planta. Micronutrientes são os elementos essenciais apenas a níveis muito baixos e, geralmente, são necessários para o funcionamento de enzimas essenciais.
Os elementos geralmente reconhecidos como macronutrientes essenciais para as plantas são carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, e enxofre. Carbono, hidrogênio e oxigênio são obtidos a partir da atmosfera. Outros macronutrientes essenciais devem ser obtidos a partir do solo. Destes, o nitrogênio, fósforo e potássio são os mais propensos às deficiências no solo, e por isso, geralmente são adicionados ao solo como adubo.
Por isso, quando a fertilidade do solo é baixa, a produtividade das culturas é incrementada com o uso de fertilizantes, até que seja alcançado um máximo, após o qual a produtividade permanece estável ou decresce.
Neste capitulo iremos abordar, de forma sucinta e contextualizada, conceitos de fertilidade relacionados à disponibilidade de nutrientes no solo, e a sua complementação através da adubação.
- Composição da solução do solo:
Vimos que o material inorgânico dos solos é proveniente da rocha que lhe deu origem, e formado por minerais primários, ricos em oxigênio, silício, ferro, e alumínio, primordialmente. A proporção com que esses elementos ocorrem no solo é determinada pela natureza da rocha, pelo intemperismo e aos processos pedogenéticos.
O conteúdo de outros elementos como Ca, Mg, Na e K dependem da riqueza da rocha nesses elementos e da lixiviação (lavagem) que o solo tenha sofrido, uma vez que esses compostos são solúveis em água.
O reservatório de nutrientes no solo e que está disponível para as plantas é a solução do solo.
[pic 1]A solução do solo é a porção aquosa do solo que contém materiais dissolvidos provenientes dos processos químicos e bioquímicos do solo e provenientes da troca com a hidrosfera e biosfera.
Este meio transporta os elementos químicos para as partículas do solo, fornece água para crescimento de planta, e constitui um meio essencial para a troca de nutrientes entre as raízes da planta e a fase sólida do solo.
[pic 2]
Como ocorre a troca de nutrientes entre a solução do solo e a fase sólida mineral?
É um processo que depende da concentração da solução do solo, que por sua vez, depende da solubilidade dos compostos químicos contidos na fase sólida, da quantidade de água e da utilização dessa água e dos elementos químicos nas plantas.
É tudo uma questão de equilíbrio! Há certo equilíbrio entre os nutrientes que se encontram na forma mineral, adsorvido e em solução. À medida que os vegetais absorvem nutrientes da solução do solo, novos nutrientes adsorvidos são colocados em solução, e por ação do intemperismo novos nutrientes na forma mineral são liberados para serem adsorvidos.
[pic 3][pic 4]
⇔ ⇔ [pic 5]
Dentro de certos limites, as reações entre essas fases são reversíveis, possibilitando a adição de nutrientes solúveis e mantendo-os retidos sob as formas menos solúveis, evitando que os mesmos sejam perdidos por lixiviação de íons da solução do solo.
Por isso, podemos dizer que a solução do solo nada mais é que a água do solo contendo quantidades variáveis de íons solubilizados, considerada um extraordinário sistema de fornecimento de nutrientes para as plantas. Ela se localiza nos microporos da fase sólida, de composição bastante variável de um ponto ao outro.
Nem todos os elementos que estão presentes na solução do solo são essenciais ao desenvolvimento vegetal, e nem só o solo supre os vegetais com os elementos necessários ao seu desenvolvimento. Dentre os elementos que podem estar presentes na solução do solo, apenas dezessete são considerados nutrientes essenciais ao crescimento dos vegetais (Tabela 3).
Tabela 3 – Nutrientes essenciais e sua concentração média e relativa na planta. (extraído de Havlin (2005)).[pic 6]
Os íons que se encontram em maiores quantidades na solução do solo são: Ca2+, Mg2+, Na+, K+, NH4+, H+, Al3+, NO3-, SO42+, H2PO4-, HPO42-, HCO3-, CO3-. Dentre os íons de menor participação, podemos citar: Fe3+, Zn2+, Cu2+, Mn2+, BO33-, Cl-, MoO42-.
A quantidade de solutos na solução do solo é controlada pelo meio e suas características. Dentre esses fatores, podemos citar:
- O pH do solo: é o fator que mais afeta a composição da solução do solo, visto que pode ser alterado pelo homem com a calagem. A disponibilidade de muitos nutrientes na solução do solo depende do pH do meio. Sob pH inferior a cinco, a quantidade disponível de íons como alumínio, ferro e manganês pode torná-los tóxicos as plantas. Por outro lado, num solo ácido em que o pH foi elevado de 5 para 7,5, a redução da solubilidade de nutrientes como ferro, manganês e zinco pode ocasionar deficiências no vegetal. A faixa de pH de 6,0 a 6,5 tem sido considerada como ótima para o crescimento da maioria das plantas cultivadas.
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