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PAPEL DA CAMA NA PRODUÇÃO E BEM ESTAR DE FRANGOS DE CORTE

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Por:   •  24/10/2013  •  2.125 Palavras (9 Páginas)  •  818 Visualizações

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PAPEL DA CAMA NA PRODUÇÃO E BEM ESTAR DE FRANGOS DE CORTE

A cama do aviário tem como objetivos impedir o contato direto dos animais com o piso, promover a absorção de água e incorporar fezes e penas. O material deve auxiliar na redução das oscilações de temperatura do aviário, contribuindo para o conforto das aves e permitir que estas tenham condições de expressar seu potencial genético e seu comportamento natural. Desta forma, o material de cama deve ser escolhido criteriosamente, já que o animal permanecerá sobre ele durante todo o período de alojamento. A escolha e manejo adequados da cama podem reduzir a incidência de lesões em regiões como peito, articulações e coxim plantar, bem como promover melhorias no desempenho das aves.

Para escolha do material de cama devem-se levar em consideração as características físicas e químicas do material, além da viabilidade da criação de frangos de corte. Deve ser proveniente de material seco e possuir elevada capacidade de absorção de umidade, ser livre de fungos, mofo, não ser proveniente de madeira tratada com produtos químicos, ser macio, com tamanho de partículas médias capazes de absorver o impacto do peso das aves, ser um eficiente isolante térmico, ser apropriado para a utilização posterior como fertilizante de solo, além de apresentar baixo custo, alta disponibilidade e facilidade de transporte.

No Brasil o material normalmente utilizado na criação intensiva de frangos de corte tem sido a maravalha de madeira. Entretanto, periodicamente, este material torna-se escasso no mercado, levando à elevação de seus preços e reduzindo sua viabilidade de utilização. Sendo assim, é constante a procura e avaliação de materiais alternativos. Contudo, para que tais produtos possam ser utilizados na criação de frangos é necessário que apresentem características e eficiência semelhantes ou superiores aos materiais tradicionalmente utilizados como a maravalha.

Como materiais alternativos considerados adequados para cama de frangos podem ser utilizados casca de arroz, casca de amendoim, fenos de diversos capins, palhadas de várias culturas, polpa de citrus e outros materiais.

Com a expansão da produção agrícola no Brasil, como por exemplo, a cana de açúcar, aumentou-se de forma significativa a quantidade de resíduos gerados. Grande parte destes resíduos pode apresentar potencial de utilização como cama de frango, contribuindo para maior sustentabilidade da produção agropecuária.

Materiais utilizados como cama de frango. 1 – bagaço de cana; 2 – capim napier; 3 – maravalha; 4 – mistura de maravalha e bagaço de cana; 5 – mistura de casca de arroz e bagaço de cana; 6 – casca de arroz.

No entanto, independente do material escolhido, as práticas de manejo adotadas devem ser capazes de controlar o nível de umidade, a produção de pó e amônia, exposição a agentes transmissores de doenças, prevenir a proliferação de insetos, reduzir a incidência de problemas locomotores, lesões de carcaça, coxim plantar, promovendo o bem estar das aves.

Vários fatores podem afetar a qualidade da cama aviária, tais como tipo ou composição da ração, natureza e quantidade do material de cobertura do piso do galpão, período de permanência das aves sobre o material, número de aves por área, condições e período de estocagem, temperatura ambiente e utilização de equipamentos de resfriamento, como nebulizadores e ventiladores, entre outros.

A umidade e a concentração de excretas são os dois principais fatores que podem influenciar significativamente a qualidade da cama e prejudicar o rendimento do lote de aves. Como a produção de excretas é um fator que não pode ser controlado, o produtor deve se esforçar para controlar o nível de umidade da cama.

Dentre os principais fatores que podem contribuir para o aumento na umidade da cama temos a temperatura ambiente, ventilação inadequada, bebedouros e sistemas de resfriamento evaporativo regulados inadequadamente.

Quando a cama apresenta uma umidade excessiva a incidência de lesões, condenações e desclassificações de carcaça aumentam consideravelmente. Além disso, a cama úmida também contribui para a redução da qualidade ambiental tanto para as aves quanto para o produtor, uma vez que ocorre considerável aumento na produção de amônia a partir do metabolismo microbiano sobre as excretas.

Para o produtor, a exposição contínua ao ambiente com amônia pode contribuir para uma série de riscos à sua saúde como, por exemplo, a perda da sensibilidade olfativa, uma vez que o olfato humano é capaz de detectar nível de amônia ao redor de 20 partes por milhão (ppm). Para as aves, o nível de amônia de apenas 25 ppm já consegue reduzir o ganho de peso e com isso piorar da conversão alimentar, além de elevar a incidência de aerossaculite, infecções virais e condenações no abatedouro. A exposição contínua a um ambiente saturado com amônia, mesmo em níveis baixos, já causa irritação da mucosa respiratória das aves, aumentando a susceptibilidade a doenças respiratórias.

A adição de condicionadores químicos à cama, como o gesso agrícola e o sulfato de alumínio, ajuda a manter o pH da cama baixo e inibir a volatilização da amônia, auxiliando na melhoria de sua qualidade e favorecendo o desempenho zootécnico e sanitário das aves. Além destes problemas, em cama úmida os quadros de coccidiose podem ser agravados, pois os oocistos encontram ambiente favorável para a esporulação, aumentando assim o nível de desafio.

Por outro lado, quando se tem uma cama muito seca e com formação de pó, também podem ser observados problemas, tais como desidratação de pintos, doenças respiratórias e maior taxa de condenação. Por isso, o ideal é que a umidade da cama encontre-se entre 20% e 25%.

Para se estimar de forma bastante prática o teor de umidade da cama, basta espremer nas mãos um pouco do material. Caso haja a aderência das partículas e formação de um bolo, conclui-se que a cama está excessivamente úmida. O ideal é que ocorra apenas uma ligeira aderência das partículas, revelando um teor de umidade próximo do ideal. Do contrário, caso não haja nenhuma aderência, o material está seco demais.

A densidade populacional é outro aspecto a ser considerado na produção de frangos de corte, pois o excesso de animais por área pode ocasionar deterioração acelerada da cama, devido ao aumento de umidade da mesma, com consequentes problemas no bem estar, sanidade e desempenho das aves. Como forma de amenizar esse problema, uma recomendação muito observada é

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