Prebiótico, Probiótico e Simbióticos na produção de frangos de corte
Por: Rafa Solivo • 17/5/2017 • Resenha • 3.424 Palavras (14 Páginas) • 411 Visualizações
Prebiótico, Probiótico e Simbióticos na produção de frangos de corte.
Rafael Solivo,
RESUMO: A busca pela maximização da produtividade avícola, o setor vem aliando o melhoramento genético e melhorias na ambiência, com aditivos que visam auxiliar a potencialização da mesma. Sendo assim o objetivo desta revisão foi relatar o uso de prebiótico, probióticos e simbióticos na produção de frangos de corte.
PALAVRAS-CHAVES: frangos de corte, prebióticos, probióticos, simbióticos
ABSTRACT:
KEY WORDS: organic acids, phytoterapics, prebiotics, probiotics, synbiotics
Introdução
A avicultura tem obtido grande destaque na economia nacional, tendo grande importância como instrumento de geração de superávit na balança comercial brasileira. Fatores como a globalização, aumento da concorrência e a exigência crescente dos consumidores com relação à qualidade têm levado os produtores a investir cada vez mais no sentido de aperfeiçoar a produção com novos estudos em nutrição, melhoramento genético, sanidade e conforto animal, gerando varias tecnologias para a produção animal (BRITO et al., 2014). Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (2016), a carne de frango brasileira é a mais consumida do mundo há uma década, desde que assumiu a liderança no ranking de exportações 2004. Em 2015 foram vendidas 4,30 milhões de toneladas de carne de frango para o mercado externo.
Toda essa demanda depende de alguns fatores importantes para assegurar a máxima produção e retorno econômico aos produtores e a empresa integrada, como o uso de antibióticos na forma terapêutica e como promotores de crescimento em animais destinados à produção animal.
Porém, segundo Ramos et al (2014), o uso de antibióticos na produção de aves de corte como forma de induzir o ganho de peso dos animais, vem sendo substituído pela utilização de prébioticos e próbioticos durante o ciclo produtivo. Contudo, esses aditivos ainda são pouco conhecidos, os mesmo têm características de colonizar microbiota intestinal do trato gastrointestinal dos animais, aumentando a resistência natural do animal, além de aumentar a produtividade.
Assim sendo, esta revisão teve como objetivo relatar a utilização de prebióticos, probióticos e simbióticos na produção de frangos de corte, sendo estes os probióticos, prebióticos, simbióticos, ácidos orgânicos e fitoterápicos.
Prebióticos
Os prebióticos são compostos não digeridos por enzimas, não absorvíveis pela mucosa intestinal, além de serem capazes de selecionar as espécies bacterianas benéficas para os animais, os quais podem estar presentes nos ingredientes da dieta ou adicionados a ela através de fontes exógenas (BRITO et al., 2014). Atualmente, estes compostos vêm sendo utilizados como alternativa aos promotores de crescimento, os mesmo atuam mantendo o equilíbrio benéfico da microbiota intestinal, principalmente em animais jovens ou aos submetidos a condição de estresse.
Conforme Névoa et al (2013) os prebióticos tem característica de não ser hidrolisada e nem absorvida na parte superior do TGI (Trato Gastrointestinal), apresentam também características de crescimento e/ou metabolismo estimulados as bactérias benéficas, diminuição do pH do trato gastrintestinal e são capazes de alterar a microflora intestinal favorável do hospedeiro.
Podem ser considerados prebiótico os carboidratos não digeríveis como oligossacarídeos, alguns peptídeos e lipídeos não digeríveis. Carboidratos não digestíveis, como parede celular de plantas e leveduras, são classificados nesse grupo, pois são constituídos por complexos de glicomanonoproteínas, em particular de mananoligossacarídeos, capazes de ligarem-se à fímbria das bactérias e inibir a colonização no TGI. Podem também serem utilizados como nutrientes pelas bactérias (SANTOS, 2012).
Segundo Ramos (2009) a principal forma de ação dos prebióticos é sobre a modulação qualitativa da microbiota nativa presente no hospedeiro. Contudo os efeitos resultantes do uso de prebióticos são evidenciados pelo crescimento das populações microbianas benéficas, pela melhoria nas condições luminais, nas características anatômicas do trato gastrointestinal e no sistema imune e, em alguns casos, pela melhora no desempenho.
Conforme Santos (2012), prebióticos mais importantes são as hexoses: glicose, frutose, galactose, manose e pentose como ribose, xilose e arabinose. Sendo a frutose e a manose, respectivamente, os componentes dos dois mais importantes grupos prebióticos utilizados atualmente, os frutoligossacarídeos (FOS) e os manaligossacarídeos (MOS).
Os FOS são produtos da indústria que, adicionados a ração fornecem carboidratos fermentáveis para bactérias benéficas nativas que habitam o trato gastrointestinal, minimizando as populações de bactérias patogênicas, como a Escherichia coli e Salmonella, por exclusão competitiva. A exclusão competitiva é caracterizada como fenômeno de inibição da proliferação dos microorganismos patogênicos pela adição de determinados compostos que favorecem a multiplicação dos microorganismos naturais benéficos do TGI do hospedeiro (Ramos, 2009).
Os MOS são derivados da parede celular interna de leveduras e seu primeiro modo de atuação consiste em ligar-se a certas bactérias patogênicas na área gastrintestinal impedindo a adesão dessas a mucosa intestinal. No entanto, algumas bactérias não possuem em suas membranas celulares sítios de ligação para fixação dos oligossacarídeos, como por exemplo, a bactéria que causa a enterite necrótica no intestino (Clostridia). Porém, quando os MOS são administrados, a concentração desta bactéria é reduzida o que demonstra seu segundo mecanismo de atuação, a modulação ou preparação do sistema imune para uma infecção (SCARPINELLO et al ., 2001 apud SANTOS, 2012).
Segundo Flemming & Freitas (2005) apud Névoa et al, (2013), os prebióticos do tipo MOS, são os de uso frequente na indústria de rações, podendo ser utilizados como nutrientes pelas bactérias eutróficas, e alguns autores atribuem aumentos na retenção de minerais e uma melhor mineralização dos ossos quando suplementados a dietas de aves.
As sustâncias prebióticas tem a função de melhorar e proteger a mucosa, reduzindo as lesões intestinais e propicionando maior altura dos vilos e da profundidade de cripta, melhorando a digestibilidade e o teor da energia metabolizável das rações, pois propicia o desenvolvimento da flora intestinal (ALBINO et al., 2006 apud SANTOS, 2012).
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