PSICOLOGIA APLICADA AO SERVIÇO SOCIAL
Artigo: PSICOLOGIA APLICADA AO SERVIÇO SOCIAL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 0445 • 5/6/2014 • 1.690 Palavras (7 Páginas) • 956 Visualizações
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP
DISCIPINA: PSICOLOGIA APLICADA AO SERVIÇO SOCIAL
ACADÊMICOS:
ANDRÉA VEDANA RA-332310
MÔNICA DE ASSIS WRUCK DIAS RA-290966
NOVA ANDRADINA – MS – 3° SEMESTRE
2012
CATADORES DE MATERIAIS RECICLAVEIS
Dentre os seres que habitam o lixo identificam-se os ratos, baratas, moscas, cães, aves e o homem; catador de lixo (Lima, apud Vendrame, 2005).
“Coletar lixo” é uma alternativa encontrada por alguns desses excluídos. Como não atingem a qualificação exigida pelo mercado, vêem nessa função uma estratégia de sobrevivência. Ainda sendo uma forma de trabalho vista como degradante pela sociedade, os “catadores de materiais recicláveis” fizeram do lixo uma forma de obter a renda para o próprio sustento.
O talento desses homens e mulheres para viver é inquestionável, mas ainda assim encontram dificuldades e discriminação social. Podemos notar ao caminhar nas ruas, o olhar da maior parte das pessoas em relação aos “catadores do lixo”, algo que perpassa de sentimentos humanitários a repulsa aos mesmos. A imagem do “catador do lixo” é provocadora por expor de forma pública a pobreza. São os marginalizados, restritos às encostas, circulando nos bairros comerciais e espaços centrais da cidade. É esse o confronto travado, o desconforto causado por passantes. São estereótipos e modelos retificados que impedem a superação e o amadurecimento das relações cotidianas na cidade.Entretanto, apesar de estarem buscando uma forma de inserção no mundo social e do trabalho, e serem discriminados, os “catadores do lixo” realizam uma atividade muito importante para a sociedade e o meio ambiente.
O Catador é um sujeito que, historicamente, tira do lixo o seu sustento. Seja através da prática da coleta seletiva junto a alguns parceiros que doam o seu lixo ou, melhor ainda, seus recicláveis selecionados na fonte; seja caçando recicláveis pelas ruas e lixões, sacando os recicláveis do lixo misturado que o gerador não teve a decência de separar e colocou no mesmo saco o que pode e o que não pode ser reaproveitado.
Com esse “trabalho” a companhia de limpeza urbana deixa de pagar inúmeros kilos que seriam coletados e dispostos em aterro ou lixão. Na pior das hipóteses é uma economia. É um serviço a população já que esses materiais coletados pelos catadores vão evitar o consumo de matéria prima virgem – recursos naturais esgotáveis – além da economia com coleta e disposição final. O catador de material reciclável é um trabalhador urbano que recolhe o e outros. No Brasil, segundo os dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, de 2000, dos 5507 municípios, cerca de 65% possuem lixões, onde os resíduos são dispostos a céu aberto, muitas vezes às margens de córregos, sem qualquer tipo de tratamento, poluindo o solo, a água e o ar, com muitos riscos à saúde da população.
Além da poluição ambiental, constata-se também, nesses locais, um grave problema de degradação social, pela presença de catadores nos lixões, adultos e crianças que sobrevivem da separação e comercialização dos materiais recicláveis presentes no lixo urbano. Essas pessoas trabalham em condições extremamente precárias, sujeitas a todo tipo de contaminação e doenças, sendo que muitas vezes retiram do lixo o seu alimento. Além disso, a qualidade do material coletado nessas condições é pior, o que é demonstrado pelos baixíssimos preços praticados nesse mercado. Os catadores vivem ainda à margem de todos os direitos sociais e trabalhistas, excluídos da maior parte da riqueza que o mercado de reciclagem movimenta e produz. Crianças e adolescentes, que deveriam estar na escola, vêem-se obrigados a trabalhar para garantir a própria sobrevivência.
Os catadores também atuam nas ruas da grande maioria dos municípios brasileiros. O número de catadores varia de cidade para cidade e, embora não haja uma avaliação precisa, existe uma tendência evidente de crescimento dessa atividade nas cidades, agravada pelo desemprego crescente no País.O trabalho desenvolvido pelos (as) catadores (as), coletando entre 10% e 20% dos resíduos sólidos urbanos, apresenta um caráter de grande relevância social e ambiental. Eles participam da realização de um serviço público cuja responsabilidade é constitucionalmente do governo local. Entretanto, esses trabalhadores não têm merecido a devida atenção por parte dos poderes públicos e da sociedade. Ao contrário, muitas vezes, são confundidos com mendigos e vadios, merecedores de repressão e desprezo. É dessas relações sociais concretas e contraditórias que são construídas as identidades dos sujeitos, homens e mulheres, de várias faixas etárias, inclusive jovens e crianças, hoje denominados de catadores e catadoras de material reciclável, que vivem relações de exclusão e que são por eles mesmos assimilados e assumidos e, portanto, manifestam pouca noção sobre seus direitos de cidadania e de como lutar por eles.
A atividade da catação de papel,pet, papelão e outros materiais recicláveis, envolve toda a família quer seja no trabalho de rua quer seja no local de armazenamento dos resíduos recicláveis. Entretanto, não se trata só de moradores de rua (a maioria dessa população sobrevive dessa ocupação conforme censo); mas também de pessoas inseridas em condições de pobreza vivendo a maioria em ocupações irregulares, em assentamentos organizados pelo Governo ou mesmo em lotes adquiridos. São famílias inteiras envolvidas na catação de materiais e muitas vezes os locais onde moram dificultam o acesso a equipamentos sociais como postos de saúde e escolas. Em muitos casos as crianças e os adolescentes estão fora da escola e não têm tido o acesso à saúde como é de direito. Muitos desses meninos e meninas estão desnutridos e doentes. As moradias ou barracos próximos aos lixões ficam sujeitos ainda a acidentes e os jovens enfrentam outros problemas como abuso sexual, gravidez precoce e uso de drogas.
Contrapondo-se à situação de miséria dessa população, pode-se observar o aumento crescente da quantidade de lixo e do enorme desperdício de materiais. De acordo com o IBGE, de 1989 a 2000, a população
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