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Pedagogia Da Autonomia

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Por:   •  7/3/2013  •  1.328 Palavras (6 Páginas)  •  2.227 Visualizações

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Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários à

prática educativa. São Paulo, Brasil: Paz e Terra (Colecção

Leitura), 1997. Edição de bolso, 13,5x10 cm., 165 páginas.

Caetano Valadão Serpa, Ph.D. and Maria de Lourdes B. Serpa, Ed D

Presidente Clinton no seu discurso de 1997 ao Congresso dos Estados Unidos focou a

Educação como primeira prioridade no seu plano de acção para o seu segundo

mandato. A seguir, em A Call to Action For American Education, o Presidente dos

Estados Unidos refere-se a várias áreas de acção incluindo a formação de docentes

mas esta é feita duma maneira generalizada. No entanto, a formação de professores e

professoras adequada as necessidades actuais, é um dos alicerces fundamentais a todo

o processo de reforma educativa, dada a mudança demográfica nas escolas dos EU. Os

educandos actualmente provêem duma sociedade multicultural com uma diversidade

de famílias, culturas, raças, línguas e níveis socio-economicos... A todos devemos um

sistema educativo eficiente e respeitador, que os prepare eficazmente para as

realidades academicas, profissionais e sociais do século XXI.

Esta é uma das razões porque achamos o último livro do mui estimado Professor Paulo

Freire a Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa resposta e

contribuição essencial para o processo de formação de docentes nos Estados Unidos--e

no mundo -- onde o sistema educativo nem sempre corresponde às necessidades dos

alunos e alunas, especialmente, os menos favorecidos, por mais incrível que pareça.

Este é um livro extraordinário que deve ser considerado como texto essencial de

leitura e reflexão pelos responsáveis da educação e formação a todos os níveis.

A Pedagogia da Autonomia é um livro pequeno em tamanho, mas gigante em

esperança e optimismo, que condena as mentalidades fatalistas que se conformam

com a ideologia imobilizante de que "a realidade é assim mesmo, que podemos fazer?"

Para estes basta o treino técnico indispensável `a sobrevivência. Em Paulo Freire,

educar é construir, é libertar o ser humano das cadeias do determinismo neoliberal,

reconhecendo que a História é um tempo de possibilidades. É um "ensinar a pensar

certo" como quem "fala com a força do testemunho". É um "ato comunicante, coparticipado",

de modo algum produto de uma mente "burocratizada". No entanto, toda

a curiosidade de saber exige uma reflexão crítica e prática, de modo que o próprio

discurso teórico terá de ser aliado à sua aplicação prática.

Ensinar é algo de profundo e dinâmico onde a questão de identidade cultural que

atinge a dimensão individual e a classe dos educandos, é essencial à "prática educativa

progressista". Portanto, torna-se imprescindível "solidariedade social e política para se

evitar um ensino elitista e autoritário como quem tem o exclusivo do "saber

articulado". E de novo, Freire salienta, constantemente, que educar não é a mera

transferência de conhecimentos, mas sim conscientização e testemunho de vida, senão

não terá eficácia.

Igualmente, para ele, educar é como viver, exige a consc iência do inacabado porque a

"História em que me faço com os outros (...) é um tempo de possibilidades e não de

determinismo"(p.58). No entanto, tempo de possibilidades condicionadas pela herança

do genético, social, cultural e histórico que faz dos homens e das mulheres seres

responsáveis, sobretudo quando "a decência pode ser negada e a liberdade ofendida e

recusada"(p.62). Segundo Freire, "o educador que 'castra' a curiosidade do educando

em nome da eficácia da memorização mecânica do ensino dos conteúdos, tolhe a

liberdade do educando, a sua capacidade de aventurar-se. Não forma, domestica"

(63). A autonomia, a dignidade e a identidade do educando tem de ser respeitada,

caso contrário, o ensino tornar-se-á "inautêntico, palavreado vazio e inoperante"

(p.69). E isto só é possível tendo em conta os conhecimentos adquiridos de

experiência feitos" pelas crianças e adultos antes de chegarem a escola.

Para Freire, o homem e a mulher são os únicos seres capazes de aprender com alegria

e esperança, na convicção de que a mudança é possível. Aprender é uma descoberta

criadora, com abertura ao risco e a aventura do ser, pois ensinando se aprende e

aprendendo se ensina.

Como já referimos, embora o pano de fundo para Paulo Freire seja o Brasil, a sua

filosofia de educação é um clamor universal em favor da esperança para todos os

membros da raça humana oprimida e descriminada. Neste sentido, afirma que

qualquer iniciativa de alfabetização só toma dimensão humana quando se realiza

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