Pedagogia Do Oprimido
Pesquisas Acadêmicas: Pedagogia Do Oprimido. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: rafaelampedagogo • 26/3/2014 • 4.332 Palavras (18 Páginas) • 1.504 Visualizações
Bibliografia:
Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 26ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
Prefácio
Característica de Paulo Freire
Paulo Freire é um pensador comprometido com a vida: não pensa idéias, pensa a existência. E também educador: existência seu pensamento numa pedagogia em que o esforço totalizador da “práxis” humana busca, na interioridade desta, retotalizar-se como “prática da liberdade”. Em sociedades cuja dinâmica estrutural conduz à dominação de consciências, “a pedagogia dominante é a pedagogia das classes dominantes”. (FREIRE, 1987, p.9)
Pedagogia do oprimido-libertadora
A pedagogia do oprimido é, pois, liberadora de ambos, do oprimido e do opressor. Hegelianamente, diríamos: a verdade do opressor reside na consciência do oprimido. (FREIRE, 1987, p.10)
A alfabetização
Talvez seja este o sentido mais exato da alfabetização: aprender a escrever a sua vida, como autor e como testemunha de sua história, isto é, biografar-se, existenciar-se, historicizar-se. Por isto, a pedagogia de Paulo Freire, sendo método de alfabetização, tem como idéia animadora toda a amplitude humana da“educação como prática da liberdade”, o que, em regime de dominação, só se pode produzir e desenvolver na dinâmica de uma “pedagogia do oprimido”. (FREIRE, 1987, p.10)
Pedagogia faz-se antropologia
As técnicas do referido método acabam por ser a estilização pedagógica do processo em que o homem constitui e conquista, historicamente, sua própria forma: a pedagogia faz-se antropologia. (FREIRE, 1987, p.10)
Pedagogia faz-se antropologia em três relances
É o que pretendemos insinuar em três relances. Primeiro: o movimento interno que unifica os elementos do método e excede em amplitude de humanismo pedagógico. Segundo: esse movimento re-produz e manifesta o processo histórico em que o homem se re-conhece. Terceiro: os rumos possíveis desseprocesso são possíveis projetos e, por conseguinte, a conscientização não é apenas conhecimento ou reconhecimento, mas opção, decisão, compromisso. (FREIRE, 1987, p.10)
Palavras com ricos vocábulos
Uma pesquisa prévia investiga o universo das palavras faladas, no meio cultural do alfabetizando. Daí são extraídos os vocábulos de mais ricas possibilidades fonêmicas e de maior carga semântica – os que não só permitem rápido domínio do universo da palavra escrita, como também, o mais eficaz engajamento de quem a pronuncia, com a força pragmática que instaura e transforma o mundo humano. (FREIRE, 1987, p. 11)
Palavras geradoras
Estas palavras são chamadas geradoras porque, através da combinação de seus elementos básicos, propiciam a formação de outras. (FREIRE, 1987, p.11)
Decodificar com a ajuda da experiência
Tais significações são plasticamente codificadas em quadros, slides, filminas, etc., representativos das respectivas situações, que, da experiência vivida do alfabetizando, passam para o mundo dos objetos. O alfabetizando ganha distância para ver sua experiência: “ad-mirar”. Nesse instante, começa a descodificar. (FREIRE, 1987, p.11)
Conceito de decodificação
A descodificação é análise e conseqüente reconstituição da situação vivida: reflexo, reflexão e abertura de possibilidades concretas de ultrapassagem. (FREIRE, 1987, p.11)
Surgimento da crítica
O que antes era fechamento, pouco a pouco se vai abrindo; a consciência passa a escutar os apelos que a convocam sempre mais além de seus limites: faz-se crítica. (FREIRE, 1987, p.11)
O aprender
No círculo de cultura, a rigor, não se ensina, aprende-se em “reciprocidade de consciências”; não há professor, há um coordenador, que tem por função dar as informações solicitadas pelos respectivos participantes e propiciar condições favoráveis à dinâmica do grupo, reduzindo ao mínimo sua intervenção direta no curso do diálogo. (FREIRE, 1987, p.12)
Paulo Freire e o ato de re-existenciar
O método Paulo Freire não ensina a repetir palavras, não se restringe a desenvolver a capacidade de pensá-las segundo as exigências lógicas do discurso abstrato; simplesmente coloca o alfabetizando em condições de poder re-existenciar criticamente as palavras de seu mundo, para, na oportunidade devida, saber e poder dizer a sua palavra. (FREIRE, 1987, p.13)
Método com princípio pedagógico
E o método que lhe propicia essa aprendizagem comensura-se ao homem todo, e seus princípios fundam toda pedagogia, desde a alfabetização até os mais altos níveis do labor universitário. (FREIRE, 1987, p.13)
A pedagogia é antropologia
A educação reproduz, assim, em seu plano próprio, a estrutura dinâmica e o movimento dialético do processo histórico de produção do homem. Para o homem, produzir-se é conquistar-se, conquistar sua forma humana. A pedagogia é antropologia. (FREIRE, 1987, p.13)
Questionar sobre os fatos
Tudo foi resumido por uma mulher simples do povo, num círculo de cultura, diante de uma situação representada em quadro: “Gosto de discutir sobre isto porque vivo assim. Enquanto vivo, porém, não vejo. Agora sim, observo como vivo”. (FREIRE, 1987, p.13)
Objeto como obstáculo e interrogação
O objeto não é só objeto, é, ao mesmo tempo, problema: o que está em frente, como obstáculo e interrogação. (FREIRE, 1987, p.14)
Visão de mundo
O mundo é espetáculo, mas sobretudo convocação. E, como a consciência se constitui necessariamente como consciência do mundo, ela é, pois, simultânea e implicadamente, apresentação e elaboração do mundo. (FREIRE, 1987, p.14)
Subjetividade e objetividade não se separam
A reflexividade é a raiz da objetivação. Se a consciência se distancia do mundo e o objetiva, é porque sua intencionalidade transcendental a faz reflexiva. Desde o primeiro momento de sua constituição, ao objetivar seu mundo originário, já évirtualmente reflexiva. É presença e distancia do mundo: a distancia é a condição da presença. Aodistanciar-se do mundo, constituindo-se
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