Período de crise e reflexões
Seminário: Período de crise e reflexões. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: kaiovictor • 17/1/2015 • Seminário • 914 Palavras (4 Páginas) • 223 Visualizações
Um período de crise e reflexões
A partir da década de 70 configura-se um novo cenário social caracterizado
pela precarização das formas de trabalho, pelas crescentes taxas de desemprego e
pela ampliação do fenômeno da pobreza. Este contexto particular é marcado pelas
alterações na organização do ambiente de trabalho, sobretudo pela adoção de novas
tecnologias no sistema de produção, reduzindo os já insuficientes postos de trabalho.
Localiza-se, temporalmente, após a passagem pelo período que ficou conhecido como
os “Trinta Gloriosos”, ocasião esta que representou a fase bem sucedida, digamos
assim, do Estado de bem-estar social, também denominado Estado Providência.
Este momento histórico refere-se a um determinado contexto configurado
pela crise do Estado Providência e conseqüente ameaça à garantia dos direitos
*
Mestranda do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Social da Universidade Estadual de
Montes Claros – Unimontes. sociais, pelo crescimento do desemprego de longa duração que conduzia à chamada
crise da sociedade salarial e pelo empobrecimento tenaz das populações que passa
atingir novos segmentos que até então eram imunes ao problema.
Trata-se de uma conjuntura crítica e os problemas emergentes que se
manifestavam constituíram o que foi definido por alguns estudiosos como “nova
questão social”. Para Castel (1999), o quadro ilustrado apesar de apresentar novas
expressões não deixava de ser uma reconfiguração da antiga “questão social”.
A antiga questão social mencionada por Castel surge no início do século XIX
e sua origem está associada às transformações no período inicial do desenvolvimento
do sistema capitalista. O aumento generalizado da pobreza durante este período
estava vinculado à lógica da acumulação do capital que exigia o emprego de
máquinas no processo de produção visando a redução dos custos de produção, o que
ocasionava um excedente de mão-de-obra e conseqüente queda dos salários e
aumento da jornada de trabalho.
Desse modo, a partir da década de 30 as novas formas de produção
promoveram um grave empobrecimento da classe trabalhadora. Ainda que a pobreza
não representasse um fato original para as nações européias, tal fenômeno se
apresentava como novidade na medida em que o crescimento da pauperização das
massas se contrapunha ao crescimento da produção de bens. De tal maneira que a
pobreza não poderia ser correlacionada a uma suposta escassez material ou
associada à possível debilidade dos meios de produção.
O processo de pauperização da classe trabalhadora também se chocava
contra os próprios ideários defendidos, a pouco, pelas revoluções burguesas, tais
quais, a liberdade, a fraternidade e, sobretudo a igualdade.
Tal fenômeno somente adquire o caráter político e o respaldo de questão
social no momento em que as massas trabalhadoras se organizam para reagir contra
as desumanas condições de vida em que se encontravam, representando assim uma
verdadeira ameaça para a manutenção do modelo econômico vigente.
Todavia, esta conjuntura se manifestava em um dado momento histórico que
as idéias liberais norteavam a sociedade, portanto, a resposta para tal problema não
se enquadrava na estrutura do Estado, já que a intervenção estatal era profundamente
vetada. Desse modo, é a igreja que responderá as estas disfunções sociais. Segundo
Castel (1999), a Igreja atuará no espaço que se abrirá entre a recusa do Estado em
assumi-la e a incapacidade das chamadas “classes inferiores” de decidir sobre seu
destino.
Uma nova postura do Estado frente aos problemas sociais é observada no
período que coincide
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