Pesquisa De Marketing
Dissertações: Pesquisa De Marketing. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Anselmo1982 • 18/10/2014 • 3.385 Palavras (14 Páginas) • 323 Visualizações
Administração de Empresas
Pesquisa de Mercado
Case - Volkswagen
Pesquisa de Mercado
Case – Volkswagen
Resumo
Neste artigo, discutiremos um caso especifico, em que a grande montadora de automóveis Volkswagen passou por uma dura tarefa de se manter na liderança, no mercado nacional, entre os anos de 1999 há 2001, enfocaremos a expansão da indústria automobilística entre a década de 90, e suas consequências no mercado automobilístico nacional e internacional.
Quais foram suas estratégias diante a um mercado nacional, que a pouco anos atrás efetivaria a abertura do mercado a montadoras estrangeiras, conquistando uma participação significativa de mercado, e como ela poderia reverter essa situação desfavorável, com o risco de perder a liderança do mercado, para sua principal concorrente a Fiat.
1. Introdução
Grandes e profundas mudanças no mapa da participação de marcas no mercado automobilístico brasileiro ocorreram no ano de 2001, dentre as quais pode-se destacar a acirrada disputa, nunca antes vista, entre a Volkswagen e a Fiat pela liderança do ranking de vendas.
Após décadas de reinado quase absoluto, em que nenhum concorrente sequer conseguira fazer sombra à montadora alemã, algumas alterações no cenário automotivo surgidas a partir dos anos 90 (como o advento do carro popular, a abertura da economia, a modernização da indústria e a chegada de novas marcas) contribuíram para que a Volkswagen fosse, aos poucos, diminuindo sua participação. Para piorar, além de a Fiat encostar na líder nos últimos anos, chegando mesmo a ultrapassá-la, a dona de modelos campeões como o Fusca e o Gol vem passando por um momento de vulnerabilidade devido ao processo de reestruturação pela qual passa sua principal fábrica, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, o que ainda a impossibilita de colocar sua nova linha de automóveis no mercado, o Polo do projeto PQ24.
A Volkswagen dominou o mercado brasileiro, o décimo maior do mundo segundo a J.D. Power & Associates de Detroit, durante os últimos 42 anos. No entanto, talvez essa conjunção de fatores explique, em boa medida, por que, desta vez, a Fiat venha sustentando-se na liderança em quase todos os meses desde novembro de 2000.
Esse fato histórico, contudo, desencadeou no final de 2001 duas leituras diferentes desse resultado: ambas as empresas festejavam a liderança do ranking através de anúncios e releases para a imprensa, notificando seus números em relação aos da concorrente que amargara a segunda posição.
Em pouco tempo, estabeleceu-se a confusão sobre a real posição das montadoras, visto que, de fato, todos os números apresentados, tanto pela alemã quanto pela italiana, estavam corretos embora divergentes. Na verdade, o motivo que causou o equívoco estava na contabilidade de ambas as empresas: enquanto a Volks incluía os resultados da Audi, pertencente ao grupo alemão, a Fiat somava apenas os números referentes às marcas individualmente.
No ano de 2002 os números da Fiat e da Volkswagen publicados englobavam os do Alfa Romeu e Seat, respectivamente, o que não comprometia na posição do ranking. Mas após certa discussão, a entidade decidiu que, a partir de 2002, os números da Audi seriam contabilizados no grupo Volkswagen e todos os dados anteriores a essa decisão passarão por uma atualização. Enfim, se tomada como referência a marca individual, a Fiat fecharia 2001 como líder de vendas, mas caso o critério seja o grupo, é a Volkswagen quem fica na primeira posição.
Paralelamente a esses fatos, com a entrada de novas marcas disputando a atenção do consumidor, o mercado está passando por um processo de desconcentração da hegemonia das quatro tradicionais: Volkswagen, Fiat, GM e Ford, implicando nas alterações dos índices de fidelidade de cada marca.
Mediante o resultado obtido em 2001, para continuar alegando e divulgando sua contínua liderança, a alemã precisou abrir mão da histórica trajetória de 42 anos da marca Volkswagen em função do grupo, o que, consequentemente, a colocou na dependência da marca Audi. Agora, a consolidação das recém-chegadas em território nacional, a constante perda de quota no mercado da montadora e a falta de inovação do mix de produto são alguns dos desafios a serem enfrentados pela Volkswagen do Brasil para continuar ativamente competitiva.
2. O surgimento e a consolidação da indústria automobilística brasileira.
Os anos 50 marcaram a arrancada do setor no país, com medidas do Governo, como a criação da Companhia Siderúrgica Nacional, por Getúlio Vargas (1941), a exposição do Plano de Metas com previsão de investimentos nos transportes e a formação da GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística), por Juscelino Kubitschek (1956), e a criação da Anfavea (Associação Nacional dos fabricantes de Veículos Automotores), foram básicas e fundamentais para a estruturação do parque automobilístico brasileiro.
A indústria cresceu e tornou-se o carro-chefe do desenvolvimento econômico na década de 70. E foi nessa mesma época que, sacudidos pela crise do petróleo, definiram-se os carros pequenos e caminhonetes compactas de inspiração europeia, como sendo os melhores produtos para o mercado nacional.
Foram os anos do Fusca, em que o consumidor de uma nova classe média foi atrás de modelos resistentes e econômicos, preparados para más condições de rodagem. Acompanhando essa tendência, outras montadoras detectaram o filão e passaram a buscar na Europa tecnologia de desenvolvimento e produção de carros pequenos.
Nas décadas de 70 e 80, todos os fabricantes ganharam escala e a produção doméstica de carros obteve uma das mais espetaculares taxas de crescimento no mundo: um salto de cerca de 100 mil para 900 mil unidades.
Através de um processo de concentração nos anos 80, apenas quatro fabricantes de automóveis estavam instalados no país (Volkswagen, GM,
...