Pichon Rivière – Teoria e Técnica dos Grupos Operativos
Por: ninaborgez • 17/4/2018 • Trabalho acadêmico • 519 Palavras (3 Páginas) • 1.160 Visualizações
Pichon Rivière – Teoria e Técnica dos Grupos Operativos
A técnica dos grupos operativos teve seus primeiros passos traçados pelo médico psiquiatra Pichon Rivière em um momento de vivência prática em um hospital de Buenos Aires. Devido a uma greve de enfermeiras que trabalhavam no hospital, pacientes psiquiátricos tiveram seus cuidados descontinuados e a estratégia foi trabalhar com os próprios doentes para que estes cuidassem uns dos outros.
Seus trabalhos com grupos baseiam-se em conhecimentos trazidos da psicanálise e da psicologia social. O autor defende que a aprendizagem pressupõe mudança e vice-versa, numa interação dialética entre sujeito e objeto.
Grupos Operativos
O Grupo operativo consiste em duas ou mais pessoas que se reúnem em torno de um interesse em comum, levando em consideração que a aprendizagem e interação afetiva ocorram com os integrantes e profissionais envolvidos. É necessário entender que um grupo se torna um grupo operativo a partir do momento em que existe uma tarefa e objetivos a serem alcançados, passando pelos processos de estruturação, desestruturação e restruturação.
Quando se trata dos vetores que possibilitam verificar as mudanças ocorridas dentro do grupo, podemos destacar:
- Afiliação: Trata-se da primeira categoria de identificação que um membro tem com os demais e com a tarefa, porém não está completamente envolvido.
- Pertença: É quando os vínculos começam a ficar mais sólidos, o que consente na elaboração da tarefa.
- Cooperação: Quando os integrantes assumem os papéis, no sentido de complementariedade
- Pertinência: Quando as pessoas imbuem-se da tarefa
- Comunicação: A comunicação compreende os aspectos verbais, gestuais, comportamentais e afetivos no grupo.
- Estimativa da operatividade do grupo: Capacidade de trazer o problema como tese, atingir a antítese e chegar a síntese.
- Tele: Clima grupal, sendo ele positivo ou negativo.
A técnica do grupo pode se dividir em tarefas explícitas que compreendem aprendizagem, diagnóstico ou tratamento e implícitas, sendo assim o modo como cada integrante interage no grupo.
O processo grupal acontece em três etapas: A pré-tarefa, que é quando os integrantes ainda estão resistentes a mudança e ainda utilizam-se de técnicas defensivas para qualquer atividade; a tarefa, que é quando os membros superam seus próprios medos básicos e necessidades em prol da necessidade grupal e a fase do projeto, que pode ser descrito como a fase em que o grupo começa a ter autonomia e operatividade.
Além da psicanálise e da psicologia social, Rivière foi inspirado pela Gestalt quando se percebe que um grupo não é somente a união dos integrantes. O grupo é uma nova configuração onde a individualidade e a subjetividade de cada membro é conservada e cria-se uma identidade grupal.
Aplicação Prática da Teoria e Técnica Pichoniana – Artigo
Transição para o exercício profissional em enfermagem: Uma experiência em grupo operativo
O trabalho citado foi realizado por profissionais da enfermagem que também passaram por curso de formação de coordenador de grupo operativo. O artigo relata a experiência prática de um grupo que tinha por objetivo a criação de um espaço para a troca de experiências entre os discentes do oitavo período do curso de graduação em enfermagem da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo (EERP/USP).
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