Política de Distribuição Física
Seminário: Política de Distribuição Física. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: carolmrs • 6/11/2014 • Seminário • 1.029 Palavras (5 Páginas) • 151 Visualizações
REFERENCIAL TEÓRICO
Política de distribuição física:
centralização ou descentralização
A revisão de literatura aponta algumas características
do produto, da operação e da demanda que influenciam
a decisão de centralização dos estoques. Dentre as ca-
racterísticas do produto, merece destaque a densidade
de custos, que é a razão entre o custo do produto ven-
dido e o peso ou volume do produto. De maneira ge-
ral, pode se afirmar que quanto maior a densidade de
custos do produto, maior é a tendência para a centra-
lização de seus estoques (Silver e Peterson, 1985, p.
384), ao passo que quanto menor a densidade de cus-
tos, maior é a tendência para a descentralização dos
estoques (Ballou, 1992, p. 162; Christopher, 1997, p.
172). Por exemplo, quanto menor a densidade de cus-
tos, maior é a necessidade de minimizar os custos uni-
tários de distribuição de modo a assegurar a competi-
tividade do produto. A descentralização dos estoques
viabiliza a consolidação de carregamentos e a conse-
qüente diluição dos custos fixos de distribuição por
uma maior quantidade de produtos (Jayaraman, 1998).
Dentre as características da demanda que afetam a
centralização dos estoques, destacam-se o giro dos es-
toques – razão entre as vendas anuais e o nível de esto-
que – e o coeficiente de variação das vendas – razão
entre o desvio padrão e a média de vendas. Quanto
maior o giro, maior a propensão para a descentralização
dos estoques, basicamente por que menores são os ris-
cos associados à obsolescência, perecibilidade ou en-
calhe de produtos. Por outro lado, quanto maior o
coeficiente de variação das vendas, maior a propensão
para a centralização dos estoques com o intuito de
evitar, por exemplo, alocações equivocadas por dife-
rentes instalações, ou seja, “enviar o produto errado
para o local errado” (Silver e Peterson, 1985, p. 487;
Zinn e Bowersox, 1989; Waters, 1992, p. 127; Mentzer,
Kahn e Bienstock, 1996, p. 36; Pagh e Cooper, 1998).
Ainda dentre as características da demanda, o tem-
po de entrega para o cliente pode influenciar a centra-
lização dos estoques (Bowersox e Closs, 1996, p. 503).
Por exemplo, supondo uma determinada disponibili-
dade de produto e um dado modal de transporte, tem-
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ARTIGOS • DINÂMICA DA ESTRATÉGIA LOGÍSTICA EM EMPRESAS BRASILEIRAS
po de entrega do produto acabado para o cliente final
e o tempo de entrega da matéria-prima mais crítica
pelo fornecedor (razão entre prazos). Quanto maior
essa razão, maior a propensão para a produção con-
tra-pedido. Por exemplo, quanto maior a razão entre
esses prazos, maior o tempo de entrega dos produtos
para o cliente em comparação ao tempo de entrega das
matérias-primas pelo fornecedor. Esses elementos fa-
vorecem a produção contra-pedido na medida em que
há maior folga para a acomodação do tempo de res-
posta da produção no tempo de entrega para o cliente.
O segundo fator é o custo do produto vendido
(Lambert, Stock e Ellram, 1998, p. 124). Pode ser in-
terpretado como o volume de capital de giro necessá-
rio para produzir uma unidade adicional. Quanto maior
o custo do produto vendido, maior a propensão para
produzir contra-pedido.
O terceiro é o coeficiente de variação das vendas
(Pagh e Cooper, 1998). Assim como na distribuição fí-
sica, a maior variabilidade nas vendas pode contribuir
para a postergação do fluxo de produtos na produção.
Finalmente, o quarto fator está relacionado à
obsolescência e à perecibilidade dos estoques. Quanto
maiores a obsolescência e a perecibilidade dos produ-
tos acabados, maior a propensão para produzir con-
tra-pedido, a fim de se evitarem perdas de estoque.
Além desses fatores, deve se destacar que a tecnolo-
gia de processo de produção pode afetar a decisão de
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