Preparação Fisica
Artigo: Preparação Fisica. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: fabricioleme • 24/2/2014 • 1.250 Palavras (5 Páginas) • 296 Visualizações
PREPARAÇÃO FÍSICA PARA ATLETAS DE JIU-JITSU - UMA BREVE REFLEXÃO
Por: Raphael Benassi
Diretor da BSFEC
Especialista em Treinamento Desportivo e Fisiologia do Exercício – UCB.
Membro do Grupo de Pesquisa em Fisiologia e Metabolismo – UFRRJ.
PREPARAÇÃO FÍSICA ESPECÍFICA OU MODISMO?
Nos dias atuais o “boom” dos eventos de luta em todo o mundo leva cada vez mais profissionais de Educação Física a buscarem meios técnicos para aplicação de treinamentos cada vez mais eficientes e diferenciados, que buscam aprimorar a aptidão física de seus atletas, fato que pode ser o diferencial na disputa de um título.
Infelizmente muitos profissionais esquecem (ou deixam de lado) alguns princípios científicos primordiais para a elaboração de programas de treinamento. São os Princípios do Treinamento (Individualidade Biológica, Especificidade, Adaptação, Sobrecarga, Supercompensação, Interdependência Volume x Intensidade e Continuidade), sem falar sobre a correta periodização que proporciona o perfeito controle de todo o treinamento de um atleta. Vale ressaltar que qualquer planejamento físico deverá estar embasado nos referidos princípios que, se não forem respeitados, poderão arruinar todo o trabalho desenvolvido ou, até mesmo, lesionar o atleta.
Observamos atualmente, em veículos de comunicação digital (Facebook, Orkut, Youtube, Blogs, etc.), muitos profissionais apresentando vídeos com atletas realizando diversos tipos de exercícios e “acrobacias” com sobrecarga dizendo ser um tipo de “Treinamento Funcional” voltado para lutas, outros com atletas subindo morros sustentando cargas absurdas, levantando barras e halteres de forma desordenada e sem sentido, sem falar em trabalhos sem monitoramento de frequência cardíaca (o que eu acho uma verdadeira LOUCURA), tornando-o quase um “tiro no escuro”...
Como profissional da área, mais especificamente como preparador físico da área, fico muito preocupado com o que tenho visto e, mais ainda, com as pessoas que estão sendo enganadas por esses "falsos profissionais", pois, como o ditado popular mesmo diz, "O BARATO PODE SAIR CARO".
CIÊNCIA NO ESPORTE (E DO ESPORTE) SEMPRE!
Primeiramente, nós profissionais que trabalhamos com atletas de alto desempenho, temos que ter um senso crítico apurado. Saber o “por quê” e o “para quê” de um trabalho. Segundo, temos que ter embasamento técnico para elaboração de um programa e, de preferência, ter vivenciado / vivenciar e conhecer muito bem a atividade que estamos trabalhando. Terceiro, temos que ter conhecimentos básicos de Biomecânica e Fisiologia do Exercício, para assim podermos analisar movimentos específicos e otimizá-los e em quarto e último lugar, temos que ter BOM SENSO! Conhecer seu atleta é muito importante. Conhecer seu tipo de jogo, suas deficiências, suas qualidades, etc. Proporcionar a ele sempre um trabalho objetivo e eficiente. Buscar sempre o melhor e com qualidade.
A utilização de instrumentos de controle de treinamento é primordial!
Não consigo entender mesmo como podemos treinar alguém sem uma planilha com toda a organização os treinos, sem um monitor cardíaco, sem avaliações periódicas, resumidamente, sem nenhum tipo de controle. Como saber o que treinar assim? Como quantificar os ganhos e as perdas? Como saber se seu atleta está ou não dentro dos parâmetros necessários para um perfeito rendimento?
Lembro-me até hoje dos treinamentos que fazia com o Atleta Claudio Barbosa (GFTeam), que no auge dos seus 41 anos, na época, rendia tanto quanto um jovem de 25 anos, tudo isso devido a um treinamento bem amarrado, periodizado e aplicado ao seu estilo de luta, onde trabalhávamos sempre nas zonas de frequência cardíaca objetivadas em cada treino, independente se o mesmo era específico de força ou de resistência aeróbia... Isso gerava um controle total de todo seu rendimento. Lembro-me também do Gabriel Marinho que, após um bom tempo de preparação específica, conseguiu um aumento de força específica considerável que proporcionou um pódio no Brasileiro de Jiu-Jitsu (3º lugar), com ótimo rendimento físico...
PERDA DE PESO FORÇADA OU TENTATIVA DE HOMICÍDIO?
Esse é um assunto que dá sempre o que falar...
Bom, sinceramente na minha opinião, eu acho o que hoje é feito dentro do cenário das lutas pode ser considerado uma insanidade! Por que?
Tenho alguns argumentos que podem deixar bem claro minha posição sobre isso...
As lutas, principalmente as que exigem grande contato (Judô, Jiu-Jitsu, Luta-Livre, Wrestling, etc), necessitam de cerca de 60% a 70% do uso de força dinâmica e isométrica, o que sugere que uma musculatura bem forte e resistente é primordial para um mínimo de rendimento físico durante um combate.
Para tal, é necessário, além de todo o processo de treinamentos específicos (físicos) uma boa hidratação e um acúmulo de nutrientes (a níveis celulares) significativos, proporcionando uma melhor continuidade nas contrações musculares, sua manutenção (tempo de contração), menor produção de radicais livres e,
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