Primeiras Impressões da Iniciação

Ven:. Mestre, IIr:. 1 e 2 Vigilantes, demais autoridades, Ir:. Presentes.

Primeiramente, gostaria de falar rapidamente sobre todo o processo que passei, coincidentemente ou não, passei por 9 meses de gestação, sim esse foi o tempo, desde o primeiro convite até o dia da iniciação, foram semanas de espera, ansiedade e muitas dúvidas, foram meses que como uma mãe ao gerar seu filho no ventre, eu esperei o momento tão aguardado, de um novo nascimento.

Durante este tempo eu imaginei com seria este minha iniciação, que cara teria, quais as ultimas dores que eu teria que passar antes de pela primeira vez me reconhecer como um irmão maçon.

Meu padrinho, o ir:. Junior, pouco me falou, e eu, seguindo um conselho dele, não procurei muitas informações de como seria o grande dia, e nem os posteriores, procurei neste período me esvaziar, de todos os conceitos, ou, pré conceitos que eu tinha sobre a maçonaria. Pois entendo que só pode ser cheio aquilo que esta vazio.

Chegando nesta loja, ao ter meus olhos vendados foi exatamente o que procurei fazer mais uma vez, esvaziar a minha mente e abrir meu coração, e aqui veio a minha primeira lição, quando tive o lado esquerdo do peito despido, lembrei de uma história que ouvi uma certa vez quando indaguei o porquê os escoteiro se cumprimentavam com a mão esquerda.

Baden Powell fundador do escotismo, certa vez após vencer uma batalha, e, ao chegar para a celebração da paz numa tribo indígena africana fez a mesma pergunta ao chefe daquela tribo, quando este lhe estendeu a mão esquerda. O chefe da tribo disse: Senhor, em minha terra os guerreiros mais bravos cumprimentam-se com a mão esquerda, largando para isto o escudo.

Baden-Powell ficou fascinado, e por isso pediu para que o chefe lhe explica-se de onde esse tipo de aperto de mão tinha surgido. Então o Chefe Prepeh explica:

Há poucos anos atrás, quando estávamos em guerra com as tribos da região, não conseguíamos distinguir aliados de inimigos, então para facilitar criamos o seguinte código: quando encontrarmos um de nossos aliados para cumprimentá-lo tiramos nosso escudo, mostrando que estamos de peito aberto e não o tememos.

De mente livre e coração exposto fui para minha primeira caminhada, na caverna, quando me deparei com símbolos que remetiam a morte, frases que remetiam a passagens bíblicas, ao arrependimento, aos pecados e principalmente diante de um testamento, o que me fez refletir sobre minha possível morte.

Essa reflexão, não foi consequência de medo, ou de imaginar um mundo sem mim! não sou insubstituível, sei que o mundo continuaria “girando sem a minha presença.

A minha reflexão foi relembrar, tudo que eu tinha feito até aquele momento da minha vida. Se eu morresse, qual seria o meu legado? o que eu tinha feito até ali para transformar nosso mundo num lugar melhor, para minha família, para a sociedade e para mim mesmo.

Uma das definições da morte é: cessação completa da vida, da existência.

E se tudo cessasse naquele momento, poderia eu ter vivido 37 anos em vão?

Não meus irmão, felizmente no dia 23/09/2017 eu estava tendo a oportunidade de recomeçar... Acredito que muitos na hora derradeira, pensaram, se pudesse eu... E não puderam, a hora havia chegado.

Ao adentrar no templo