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Produção de Roteiro

• Ideia principal

Em Palmas o céu é azul com violeta com muita borboleta de cor azul. Onde se come barata na cidade de Águas Calmas, a fruta mais bonita é uva, que se dá ao Rei da Rua.

Roteiro

Amanhecia como todos os dias, um calor escaldante, saiu da sua cama com ar de cansaço da noite mal dormida. Tomar banho. Escovar os dentes. Se vestir. Ir trabalhar. A rotina de sempre. Tudo era compensado quando chegava ao trabalho, um criatório incrível de borboletas raras, as Borboletas Azuis do Amazonas. Sempre teve paixão declarada por essa espécie, pois acredita que o seu crescimento populacional descontrolado pode desencadear a desordem do planeta.

O telefone toca na escrivaninha em desordem total, não tinha tempo para organizar papeis, pagava muito bem a sua ajudante para fazê-lo, coisa que ela não estava desempenhando nada bem, do outro lado ouviu o seu companheiro de trabalho que estava em viagem ao Amazonas para estudar o surgimento de uma nova espécie, estava nervoso e falando rápido demais, sentou-se para não cair. O céu estava ficando violeta...

Tudo que temia estava acontecendo, mas seria possível? Em menos de um ano as Borboletas Azuis teriam se reproduzido tanto ao ponto de acabar completamente com o oxigênio da região? Precisava ver isso pessoalmente e agendou uma viagem ao encontro do amigo que estava no Amazonas. O resto do dia apenas pode acompanha as noticias da TV local que informava o acontecimento raro, passou a noite em claro pensando como poderia isso estar acontecendo.

Amanheceu, nada como os outros dias, o sol nascia as 6:20 da manha, mas não havia nele o amarelo de sempre, estava com um tom... Violeta!!! O telefone o tirou do transe, era sua secretária-ajudante-faz tudo, estava aflita com o que estava acontecendo, ele sabia do que se tratava, ela também. O mundo precisava agora acreditar em suas teorias, vistas como loucas e desacreditadas por todo meio científico do país.

Saiu em disparada com o sol amarelo violeta nascendo às suas costas, foi para o criatório, as borboletas haviam desaparecido, alguém invadiu o galpão e as libertou durante a madrugada, mas não havia uma, apenas casulos pisoteados pelo chão, tinha sempre um problema com os ativistas, mas nada que chegasse a este ponto, eles sempre faziam arruaças, pixavam a parte externa do galpão. Onde estava o guarda e que cheiro era aquele? Doce, amargo, gostoso.

Um odor desconhecido ao sem olfato estava por toda parte, sentiu sono, seria veneno ou sonífero? Desmaiou antes de conseguir sair do galpão. O guarda estava caído nos fundos, desmaiado.

Sua ajudante não o encontrou em casa e correu para o galpão, estava aberto e viu seu patrão, amigo e amante caído no meio de centenas de casulos destruídos, ao entrar sentiu o cheiro, era conhecido dela, pois passava mais tempo ali do que qualquer outra pessoa, o arrastou pra fora ás pressas, sabia que não tinha tempo a perder, se demorasse muito ele poderia não acordar.

Sua ajudante sabia o que desencadeava este odor, estava habituada, certa vez desmaiou ao cheirar uma borboleta para certificar-se que era dela que exalava tal essência que hipnotizava, deixando a vítima a mercê do seu veneno.

Ele acordou desnorteado e quase afogando de tanta água que sua ajudante o havia feito ingerir, rosto dolorido, os tapas que ela lhe deu para que acordasse. Levantou pesaroso, aquilo era surreal, passava das 9 da manha e estava tudo escuro, uma tonalidade de violeta estava por toda parte, o sol era apenas um ponto roxo subindo para o meio dia. Um sonho...

No interior do carro dele, voltando pra casa, perceberam que além do violeta na atmosfera, havia mudanças nos hábitos dos animais, cães se escondendo, gatos, vários gatos andando pelas ruas, não se importando com os carros, estavam mais agressivos que o habitual. Ele sabia, como biólogo, que qualquer mudança no ecossistema, afeta todos na terra.

O rádio sempre informando as notícias do Estado, conectou o aparelho celular ao som do carro via Bluetooth, queria informações de todo o país, conectou na rádio e ouviu o que não haveria previsto nem nos piores pesadelos, toda a população mundial havia sido afetada, o mundo estava violeta, mas este era o menor dos problemas mundiais, milhões de casos hospitalares em que as pessoas simplesmente adormeciam e entravam em uma espécie de coma profundo, o caos.

Em casa, fez alguns cálculos e estimou que o ocorrido devesse ter desencadeado por volta de 3 da madrugada. Prevendo que com o crescimento assombroso do número de borboletas no Amazonas, este tempo era suficiente para terem triplicado. Tirou os sapatos e viu algo preso a parte de fora, era um casulo, estava seco. As lagartas estavam se transformando em menos de 30 minutos em borboletas. Impossível!!!

Precisava falar com seu amigo, mas não conseguia completar a ligação, o celular estava sem sinal, a internet também sucumbiu. Estava de volta a comunicação via rádio, como os caminhoneiros sempre se comunicam. Seu amigo não respondia. Sua ajudante lhe passou arquivos que tinha escrito informações sobre o odor hipnotizante. Acreditava que era um sistema de defesa que as Borboletas haviam desenvolvido com o decorrer do tempo, não apenas as Azuis, todas. Isso explicava o fato dos acontecimentos globais.

Anaquias acordou mal humorado, como sempre. Sabia que ir ao trabalho era se deparar com os mesmos colegas, diretores, gerentes... Estava de saco cheio. 15 anos na mesma agência de publicidade o deixaram careca. Mas este dia começou estranho, nove horas da manhã e ainda escuro. Anaquias sorriu, estava tudo violeta. Pensou estar sonhando, mas era real, estava em todo noticiário da tv. Saiu e andou pela varanda do seu apartamento no 15º andar, as pessoas pareciam desnorteadas, sem rumo.

Nunca tinha pensado que algo tão estranho poderia acontecer, mas parecia adorar o fato da mudança, que era mundial. Pessoas entrando em coma. O mundo entraria em colapso em menos de 6 meses. Vislumbrou o mundo em caos e adorou a sua ideia do que imaginava. Desceu tranquilamente pelo elevador e foi pra rua, sentir de perto o que as pessoas estavam sentindo, mas ele não tinha medo, sentia como se aquilo fosse um sinal, algo providencial.

10 anos

A Terra não é mais a mesma e provavelmente nunca voltará a ser. O mundo inteiro mudou, não uma evolução, mas um ataque da natureza contra os seres que habitam sua superfície. Talvez uma forma de controle, pois não matava apenas adormecia os humanos e animais, alguns