Profissional Feminino na Segurança Privada
Por: figueido • 21/11/2017 • Artigo • 848 Palavras (4 Páginas) • 308 Visualizações
Profissionais Mulheres na Segurança Privada
Por Ildo Enor Rodrigues de Almeida
Em um passado não muito distante, a presença feminina nas forças de segurança ocorria apenas em serviços na área da saúde: eram as enfermeiras que atuavam heroicamente junto aos médicos militares nos campos de batalha e prestavam inestimáveis trabalhos de socorro às vítimas, aliviando um pouco do sofrimento no front.
Aos poucos, e em espaço temporal mais recente, constatamos a presença feminina com maior e destacada participação em todas as forças, tanto nas Forças Armadas, Marinha, Exército e Aeronáutica, como na Força Nacional de Segurança e nas forças auxiliares, polícias militares, civis e guardas municipais. Do mesmo modo, ao percebermos as mudanças no cenário da segurança nacional, pública ou privada, verificamos a necessidade e a importância da presença de mulheres profissionais atuando neste segmento. São as profissionais da segurança privada.
No Brasil, em que pese a participação acentuadamente masculina na área da segurança, a presença das mulheres em todos os cenários, políticos ou profissionais, está legalmente assegurada e é direito de todas as cidadãs exercê-lo. Entretanto, é visível o quanto precisamos avançar para tornar a participação feminina mais efetiva em todas as áreas, especialmente na área da segurança, o que certamente agregará maior potencial técnico e humano nas frentes que contam com estas profissionais.
Recentemente, o Brasil sediou grandes eventos como Copa das Confederações/FIFA, olimpíadas e paraolimpíadas, que além de movimentarem a economia, atraíram investimentos e promoveram mudanças significativas, principalmente nos setores de serviços.
Segmentos como hotelaria, turismo, transportes, e, em especial, a segurança privada, tiveram a oportunidade de iniciar seu trabalho nas arenas esportivas e em outros grandes eventos, atuando em diversas áreas onde anteriormente atuava somente a segurança pública. Esta é uma realidade que aos poucos está sendo revista, uma vez que espetáculos em espaços privados, inclusive nos estádios de futebol, onde o ingresso é pago por seus frequentadores, naturalmente deve exstir a contratação de segurança privada, e não pública, que deve obviamente atuar no espaço público.
A partir destas mudanças, observou-se um crescimento significativo da presença das mulheres nos grandes eventos, em espaços e situações em que a atuação masculina se torna inviável, tais como vestiários e sanitários femininos, procedimentos de controle de acesso, identificação, entre outras ocorrências em que se faz necessária a averiguação pela profissional mulher. Sem contar com sua natural sensibilidade, profissionalismo e tato para questões em que a rusticidade masculina, muito frequentemente verificada em determinadas abordagens, já provocou resultados indesejados e até trágicos, maculando a imagem das forças de segurança, causando desmotivação e desprestígio para seus agentes.
A presença das mulheres neste segmento também assume grande importância para a mudança de comportamento entre os profissionais da segurança, não só nas relações interpessoais das equipes, como na relação profissional-cliente, devido às habilidades naturais das mulheres no trato com pessoas.
Lembrar que ser profissional de segurança na atualidade exige mais do que estatura avantajada, músculos e força. Estas características, muito valorizadas para algumas atividades da área, já não sobrevive sem o devido desenvolvimento intelectual e cultural. A atuação técnica, a conduta moral, ética e preventiva, somada ao conhecimento da legislação aplicada à segurança privada, das rotinas e do uso de técnicas de defesa pessoal, são atributos indispensáveis à atuação segura e responsável do profissional.
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