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QUAL É O SISTEMA FINANCEIRO?

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Por:   •  15/4/2014  •  Projeto de pesquisa  •  9.859 Palavras (40 Páginas)  •  306 Visualizações

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Panorama Geral

O objetivo principal deste texto é ajudá-lo a tomar melhores decisões financeiras. Essas decisões sempre são tomadas dentro do contexto de um sistema financeiro, que tanto restringe como capacita o tomador das decisões. As decisões financeiras eficazes requerem, portanto, uma compreensão do sistema.

Suponhamos, por exemplo, que você queira melhorar sua educação, comprar uma casa ou abrir um negócio. Onde encontrar os fundos para tal? A resposta depende muito do lugar em que você mora. Os papéis exercidos pelas famílias, pelo governo e por instituições do setor privado (como bancos e mercados de títulos) para o financiamento de atividades econômicas variam muito de país para país. Além do mais, esses papéis modificam-se.

Este resumo proporciona uma estrutura conceitual para a compreensão de como o sistema financeiro funciona e de como se modifica com o tempo. Começa com um panorama do papel central exercido pelos mercados financeiros e pelos intermediários para facilitar o fluxo de fundos, a transferência de risco e várias outras funções financeiras básicas. Apresenta, ainda, uma visão geral da estrutura atual das funções dos mercados financeiros e instituições em todo o mundo e mostra que as funções financeiras básicas modificam-se ao longo do tempo e diferem além-fronteiras. Finalmente, o capítulo proporciona uma breve descrição de como taxas de juros e taxas de retorno em ativos de risco são determinadas e revisa o histórico desses índices.

2.1 O QUE É SISTEMA FINANCEIRO?

O sistema financeiro engloba os mercados, os intermediários, as empresas de serviços e outras instituições usadas para possibilitar decisões financeiras para famílias (indivíduos), empresas e governos. Às vezes, o mercado para um determinado instrumento financeiro possui uma localização geográfica específica, como a Bolsa de Valores de Nova York ou a Bolsa de Opções e Futuros de Osaka, que são instituições instaladas em edifícios nas cidades de Nova York, nos EUA, e de Osaka, no Japão, respectivamente. Porém, muitas vezes, o mercado não tem qualquer localização específica. É o caso dos mercados de balcão — ou mercados extrabolsa — que operam com ações, debêntures e moedas estrangeiras e que são essencialmente redes de telecomunicações computadorizadas globais, as quais ligam corretoras de valores e seus clientes.

Os intermediários financeiros são definidos como empresas cujo negócio principal é proporcionar produtos e serviços financeiros. Incluem-se aqui os bancos, as companhias de investimentos e as companhias de seguros. Seus produtos incluem contas correntes, empréstimos comerciais, hipotecas, fundos mútuos e um amplo leque de contratos de seguros.

O sistema financeiro hoje é de âmbito global. Os mercados financeiros e os intermediários estão ligados através de vastas redes de telecomunicações, de modo que a transferência de pagamentos e negociações de fundos funciona praticamente 24 horas por dia. Se uma grande empresa com sede na Alemanha deseja financiar um novo investimento, por exemplo, os diretores irão considerar uma relação de possibilidades internacionais, incluindo a emissão de ações e a venda delas nas bolsas de Nova York ou de Londres ou, ainda, um empréstimo dos fundos de pensão japoneses. Se optar por este último, o empréstimo pode ser estabelecido em marcos, ienes ou em dólares americanos.

As interações entre os vários participantes no sistema financeiro são mostradas na Figura 2.1, um diagrama do fluxo de fundos. Os fundos fluem através do sistema financeiro de entidades que têm fundos em excesso (quadro à esquerda) para as que têm déficit (quadro à direita).

Por exemplo, uma família que esteja economizando uma parte de sua renda atual para a aposentadoria tem uma sobra de fundos, ao passo que outra família que quer comprar uma casa tem déficit. Uma empresa com lucros em excesso de suas necessidades de investimentos é uma unidade de excesso, enquanto outra firma, que precisa financiar um importante plano de expansão, é uma unidade deficitária.1

A Figura 2.1 mostra que alguns fundos fluem das unidades superavitárias para as unidades deficitárias através dos intermediários financeiros, como bancos (o círculo inferior), enquanto alguns fundos fluem através do sistema financeiro sem passar pelo intermediário financeiro (círculo superior).

Para ilustrar o fluxo de fundos ao longo da rota superior, uma família (unidade superavitária) compra ações de uma firma (unidade deficitária) que as emite. Em alguns casos — firmas que tenham planos de reinvestimento de dividendos, por exemplo —, a família compra as ações diretamente da empresa emissora, sem passar por um corretor. Na maioria dos casos, porém, um corretor provavelmente estaria envolvido nesse fluxo de fundos, coletando o dinheiro da família e transferindo-o para a empresa emissora.

Uma grande parte dos fundos que fluem através do sistema financeiro, todavia, nunca flui através de mercados e, portanto, não segue a rota superior da Figura 2.1. Em vez disso, como mostra a parte inferior dessa figura, esses fundos vão da unidade superavitária para a deficitária através de intermediários financeiros.

Para ilustrar o fluxo de capitais através dos intermediários, suponha que você deposite suas economias em uma conta de poupança e que o banco use esses fundos para fazer um empréstimo a uma empresa. Neste caso, você nada pode reivindicar do tomador, pois tem apenas um depósito no banco. O banco, por sua vez, tem características distintas de risco e liquidez com relação ao tomador. A instituição passa agora a ser credora. Seu depósito é líquido e certo, isto é, você pode sacar o valor total a qualquer momento, ao passo que o empréstimo, mantido como um recurso do banco, apresenta o fator de risco da inadimplência do devedor e pode tornar-se ilíquido. Assim, quando os fundos fluem de unidades superavitárias para deficitárias através de um banco, o risco e a liquidez do instrumento financeiro criado nesse decurso podem ser substancialmente alterados. É claro que alguém tem de absorver o risco dos empréstimos — ou os proprietários do banco ou a entidade governamental que assegura os depósitos bancários.

As setas que apontam do círculo denominado intermediários para o círculo mercados indicam que os intermediários, muitas vezes, canalizam fundos para o mercado financeiro. Por exemplo, um casal de meia-idade que está economizando para a aposentadoria (unidade superavitária) talvez invista suas economias

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