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RE: Fórum Avaliativo

Artigo: RE: Fórum Avaliativo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  18/11/2014  •  1.802 Palavras (8 Páginas)  •  338 Visualizações

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On-line, Comunicação Comparada

Unidade 1- Cinema: História e Linguagem

1.O NASCIMENTO DO CINEMA: IRMÃOS LUMIÈRE No dia 28 de dezembro de 1895 foram exibidas em Paris, no subsolo do Grand Café do Boulevard des Capucines, as imagens do cinematógrafo, elaboradas pelos irmãos Lumière.

O público presenciou o nascimento do processo de captação da imagem através de um recurso mecânico. O processo de veiculação de imagens era o mesmo de hoje, em que uma série de fotografias projetadas a uma velocidade regular dava a impressão ao olho humano de movimentos contínuos. Araujo afirma que o cinema desde o seu nascimento não captava movimentos e, sim, imagens fixas.

Os irmãos Lumière reproduziam “as imagens a uma velocidade regular (dezesseis quadros por segundo, na época; hoje são vinte e quatro no cinema ou vinte e cinco no vídeo)”. A plateia que estava naquele dia 28 de dezembro assistiu à exibição do filme L´Arrivé d´um Train en Gare de la Ciotat que mostrava uma locomotiva se aproximando de uma estação ferroviária.

Os irmãos Lumière projetavam o cotidiano, fazendo com que as pessoas o redescobrissem maravilhadas. Eram expostas imagens de casas, rostos, transeuntes das ruas e o ambiente da vida familiar. Essas imagens do cotidiano produziram fascínio e encanto.

Os jornais da época já registravam a relação entre realidade e ilusão: O cinematógrafo (...) é de uma verdade inimaginável. Poder da Ilusão! Quando estamos face a esses quadros em movimento, podemos nos perguntar se tudo aquilo não é alucinação e se somos simples espectadores ou atores dessas cenas de espantoso (...) Distinguem-se todos os detalhes: turbilhões de fumaça que sobem, o movimento das folhas sob a ação do vento. É a natureza apreendida no ato; tudo anda, vive, corre. São verdadeiros quadros vivos.

2.A LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA Com Griffith, o cinema começou a se distinguir do teatro e configurou-se como uma linguagem. O cinema deixava de ser uma representação teatral fotografada, onde os diálogos não existiam e onde as cenas eram filmadas por um único ângulo e onde não havia transição para ligar as sequências. Foi Griffith quem inventou a câmera próxima do rosto: como os atores vinham do teatro, eles se assustaram.

O cineasta teve, então, que trabalhar com a ideia de que projetar o rosto bem próximo não era uma mutilação, e sim, realçava a intenção dramática da cena. Seu cinema trabalhava com iluminação e maquiagem dos atores. Portanto, Griffith foi o primeiro cineasta a usar o close up (imagem que filma o rosto) e constituiu o cinema de uma especificidade artística.

Nascia o tempo cinematográfico que passava a divergir do tempo teatral e, com isso, a interpretação dos atores também se modificava com o fim da passividade da câmera. Desse modo, os atores passavam a gesticular com menos exagero. Rosenfeld considera que, nesse contexto, o cinema elaborava-se como arte autônoma:

David Wark Griffith O cineasta norte-americano David Wark Griffith nasceu em 1880, em Kentuchy. Era ator, poeta e dramaturgo. Iniciou a carreira cinematográfica em 1908, na empresa Biograph. Seu primeiro filme como diretor foi The adventures of Dollie.

(...) É a passividade da câmera que segue a máxima atividade dos atores. Uma câmera morta necessariamente exige muita vida dos elementos atuantes para que se obtenha qualquer efeito. Realmente, não se pode falar de cinema como arte autônoma enquanto nele predominava o espaço rigidamente circunscrito do palco, no qual se desenvolvia toda uma cena do começo ao fim, sem que esse espaço teatral se modificasse.

O cinema nasceu no momento em que esse espaço foi destruído para ser substituído pelo campo visual da câmera, limitado pela tela. A linguagem cinematográfica, elaborada a partir de Griffith, desenvolve até hoje mecanismos de olhar em que a tela e os jogos de câmera potencializam os modos de percepção da realidade social, alterando os sentidos e as sensações físicas e mentais do ser humano.

Para tanto, torna-se extremamente significativo atentar para a concepção filosófica de Walter Benjamim sobre cinema, que permite outras interpretações de análise para além da noção de estética como o campo das belas artes/teoria das artes. Essas questões foram ressaltadas por Norbert Bolz, ao efetuar uma análise filosófica em que propõe que essas reflexões estão impregnadas do conceito de estética no sentido etimológico grego de aisthesis, ou seja, a estética cinematográfica é concebida como doutrina da percepção humana: Benjamin não mais pensa no conceito da estética no sentido tradicional para nós, no sentido de uma teoria das belas artes, nem mesmo no sentido de uma teoria das artes, mas pensa na estética a partir de sua etimologia grega, isto é, da “aisthesis”, ou seja, como doutrina da percepção.

E, enquanto uma tal doutrina da percepção, a estética não é um departamento entre outros, mas é para Benjamin, uma nova ciência diretriz. A linguagem cinematográfica já estava plenamente constituída nos anos 1910 e tinha na mímica a grande característica do cinema mudo com os diretores Charles Chaplin e Buster Keaton em destaque nos Estados Unidos.

O personagem Carlitos, de Chaplin, misturava humor e drama com grande desenvoltura. Esse personagem não chegou a falar, mantendo- se como uma resistência dentro da produção cinematográfica quando do invento do cinema sonoro. Chaplin ensinou, através de sua obra fílmica, que a arte cinematográfica era a expressão de gestos e atitudes corporais. Concebe-se, nesse entendimen- to, que a corporeidade já emite uma sonoridade própria, que se altera com a emissão da voz.

Para ele, cinema era somente a fluidez de imagens, os sons corporais emana- dos dos atores e imaginados pelos espectadores. Charles Chaplin Chaplin nasceu em Londres no dia 16 de abril de 1889 e faleceu no dia 25 de dezembro de 1977. Em 1919 fundou o United Artists. Chaplin foi acusado, em 1952, de de- senvolver atividades antiamericanas e foi proibido pelo Serviço de Imigração de retornar aos Estados Unidos, retornando apenas em 1972 para ganhar o Oscar. Principais filmes: Tempos Modernos (1936) e O Grande Ditador (1940).

3 -CINEMA SONORO -Os filmes sonoros não eram uma novidade para os irmãos Lumière, os inventores do cinematógrafo.

Desde então, o que não se conseguia era sincronizar som e imagem, pois as vozes saíam com imperfeição. Muitos cineastas e produtores de cinema, porém, não desistiram e fizeram pesquisas em estúdios de gravação em busca do desenvolvimento de uma técnica que mostrasse o movimento dos lábios juntamente

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