REALISMO E UTOPIA E SUA INTERDEPENDENCIA
Casos: REALISMO E UTOPIA E SUA INTERDEPENDENCIA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: yasmin98 • 26/6/2014 • 553 Palavras (3 Páginas) • 452 Visualizações
REALISMO E UTOPIA E SUA INTERDEPENDENCIA
Utopia é a ideia de uma civilização ideal, imaginária, referindo-se a uma cidade ou um mundo. Com isso, Edward Carr mostra que a utopia remonta a destruição do sistema medieval com a substituição da ética e dos sistemas políticos universais baseados na autoridade divina pela ética como um instrumento político, sendo a autoridade do Estado o árbitro da moralidade. Já a realidade é a atitude prática, evitando que o imaginário intervenha em sua conduta. Carr diz que o realismo entra em cena muito após a utopia, e como forma de reação contra ela. Ele ainda chama a atenção para o fato da teoria não criar a prática, mas sim a prática quem cria a teoria.
Segundo o autor Edward Carr a antítese de utopia e realidade também coincide com a antítese teoria-prática. O utópico torna a teoria política uma norma a que a prática política tem de ajustar-se. O realista vê a teoria política como um tipo de codificação da prática política. O relacionamento entre teoria e prática foi reconhecido, nos últimos anos, como um dos problemas centrais do pensamento político. Tanto o utópico quanto o realista distorcem esta relação.
O realista pôde demonstrar que as teorias intelectuais e os padrões éticos dos utopistas, longe de ser a expressão de princípios absolutos e supostos, sendo tanto fruto dos interesses e circunstâncias, como planos formados para o auxilio de interesses. Não será difícil demonstrar que o utópico, quando prega a doutrina da harmonia de interesses, está mostrando seu próprio interesse com o manto do interesse universal, a fim de impor ele ao resto do mundo.
‘’Uma expressão concreta da antítese entre teoria e prática na política é a oposição entre o ‘intelectual’ e o ‘burocrata’: o primeiro treinado a pensar, principalmente, por linhas apriorísticas, e o último, a pensar empiricamente. ‘’(CARR, 2001, p. 20). Isso acontece uma vez que o intelectual busca conseguir colocar a teoria em pratica.
Qualquer pensamento político esclarecido deve basear-se em elementos tanto de utopia, quanto de realidade. O utopismo se tornou simplesmente um disfarce para os interesses dos privilegiados, e o realista desempenha um serviço ao revela-lo. “A ciência política tem de ser baseada no reconhecimento da interdependência da teoria e da prática, que só pode ser atingida através da combinação de utopia e realidade” (CARR, 2001, p. 20).
Por fim, a utopia e a realidade ainda são colocadas como radical e conservadora. O utópico é o radical por apresentar ideias nas quais são totalmente imaginarias e incomuns. Já a conservadora representa a realidade, uma vez que o realismo mostra suas ideias como algo concreto e realizável, feito tudo com cautela.
A antítese de utopia e realidade, e da teoria e prática, reproduz-se mais tarde na antítese entre radical e conservador, entre esquerda e direita, muito embora seja imprudente presumir que os partidos que carregam estes rótulos representem estas tendências sublinhadas. O radical é necessariamente utópico, e o conservador realista. O intelectual, o homem da teoria, gravitará para a esquerda tão naturalmente, quanto o burocrata, o homem da prática, gravitará para a direita (CARR, 2001, p. 27)
REFERENCIA: CARR, Edward Hallett. Vinte Anos de
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