RESENHA CRÍTICA DO FILME: UMA SIMPLES FORMALIDADE
Por: pamella- • 3/6/2018 • Resenha • 1.055 Palavras (5 Páginas) • 703 Visualizações
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FACULDADE ADVENTISTA DA BAHIA
BACHARELADO EM PSICOLOGIA
ESTÉFANE ALMEIDA DE SOUSA
PÂMELLA KATARINE MENDONÇA CAMARA
TALITA REIS RODRIGUES
RESENHA CRÍTICA DO FILME:
UMA SIMPLES FORMALIDADE
CACHOEIRA
2018
ESTÉFANE ALMEIDA DE SOUSA
PÂMELLA KATARINE MENDONÇA CAMARA
TALITA REIS RODRIGUES
RESENHA CRÍTICA DO FILME:
UMA SIMPLES FORMALIDADE
Resenha crítica, utilizada como instrumento avaliativo na disciplina Fundamentos de Psicoterapia, do 7° período/matutino, da Faculdade Adventista da Bahia, orientada pelo professor Dalmir Lopes.
Cachoeira-BA
2018
Resenha crítica do filme: Uma simples formalidade
O filme conta a história de um famoso escritor que sofre um interrogatório por ser suspeito de assassinato. A tela mostra o orifício do cano de um revólver, ouvimos seu disparo, e acompanhamos a corrida desesperada por uma floresta, sob uma forte chuva, de Onoff (Gérard Depardieu), que mais tarde tomamos conhecimento de se tratar de um renomado escritor. Por tentar furar um bloqueio policial e estar sem documentos Onoff é levado à delegacia para ser interrogado.
Onoff acreditava que tinha a situação sob controle, por estar a par dos procedimentos da delegacia, mas, chegando lá se frustrou ao ver que nada estava saindo como esperado. Roman Polanski, o comissário, o interrogou, pois naquela mesma noite havia ocorrido um assassinato, e ele pretendia resolver logo aquele caso. Roman o admirava tanto que conhecia toda a sua obra e biografia. Podemos assim dizer que o comissário havia feito uma “anamnese”, pois ele havia feito uma compilação de dados preestabelecidos, de uma forma ampla e detalhada que permitiu uma síntese da situação presente como também da história de Onoff. Uma anamnese bem-feita pode ser extremamente útil na entrevista. Roman não chegou a fazer uma anamnese com Onoff, mas sim, uma análise profunda da sua vida e obra, o que o auxiliou a entender melhor o que se passava na vida de Onoff, a qual ele mesmo não tinha consciência.
Para que uma análise da entrevista seja feita de maneira eficaz, é preciso antes de tudo definir o que é entrevista. Na psicologia, a entrevista é uma técnica de investigação científica, instrumento indispensável na área clínica, bastante popular e pode ter uma variedade de objetivos, mas no caso da entrevista psicológica, obviamente se buscam objetivos psicológicos (investigação, diagnóstico, terapia, etc.). a entrevista pode ser de dois tipos: aberta e fechada. Na entrevista aberta, as questões não estão definidas e o entrevistador tem ampla liberdade para elaborar perguntas e intervir na hora que achar necessário, tornando-se assim, flexível, se adequando à particularidade do indivíduo. Já a entrevista fechada é caracterizada por obter perguntas já preestabelecidas, e o entrevistador não pode alterar a ordem das questões – nem acrescentar, nem tirar.
A entrevista utilizada no filme é a entrevista aberta, Roman a princípio não estava acreditando que aquele indivíduo era o famoso escritor Onoff, entretanto, de tanto o próprio insistir e recitar um de seus versos, percebeu que realmente se tratava do próprio e começou a questioná-lo, criando novas perguntas à medida que o assunto ia fluindo. Em nenhum momento ele estava preso ao papel. Novas questões surgiam a partir das respostas apresentadas, sendo elas de cunho, tanto verbal, quanto não verbal - comportamental.
Não existe a possibilidade de uma entrevista que venha produzir frutos e seja correta e não incluir a investigação, pois ela se propõe a investigar a conduta e a personalidade dos seres humanos. A investigação se ocorre durante toda a entrevista, e as observações são sempre registradas em função de hipóteses que sempre vão surgindo. Percebeu-se que no decorrer da entrevista, Roman sabia onde queria chegar, pois não se contentava apenas com o que Onoff trazia. Por esta razão, ele utilizou materiais para aprofundar ainda mais sua investigação – fotografias e a arma do crime.
No filme, foi percebido que Onoff apresentava diferentes versões da mesma história, que ora tinha uma relação de complementação e ora de contradição. Por conta das contradições, dissociações e lacunas, que alguns pesquisadores consideram a entrevista não muito confiável. Essas contradições e dissociações, na verdade, correspondem a personalidade do entrevistado, e a partir do momento que isso aparece na entrevista, pode-se ou não trabalhar com isso dependendo da angustia que pode causar e da tolerância que o indivíduo tenha.
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