RESUMO - O PRINCIPE
Pesquisas Acadêmicas: RESUMO - O PRINCIPE. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: elycr2007 • 22/9/2013 • 6.321 Palavras (26 Páginas) • 1.847 Visualizações
RESUMO : O PRÍNCIPE
- CAPÍTULO I
Os vários tipos de Estado e como são instituídos
Todos os Estados que existem e já existiram são e foram sempre repúblicas ou principados. Os principados ou são hereditários, quando por muitos anos os governantes pertencem à mesma linhagem, ou foram fundados recentemente. Os súditos dos domínios assim adquiridos estavam previamente habituados ao governo de outro príncipe, ou então eram Estados livres, anexados pela força das armas do príncipe, ou de outrem, quando não pela força do seu próprio valor ou sorte.
- CAPÍTULO II
As monarquias hereditárias
A dificuldade de se manter Estados herdados cujos súditos são habituados a uma família reinante é muito menor do que a oferecia pelas monarquias novas, basta para isso evitar transgredir os costumes tradicionais e saber adaptar-se a circunstâncias imprevistas. Deste modo, um príncipe, desde que não seja inepto, poderá manter-se no poder, a menos que derrube alguma força excepcional. Na Itália, o exemplo do duque de Ferrara, que pôde resistir aos assaltos dos venezianos em 1484, e do papa Julio, em 1510, por uma única razão: a antiguidade de sua dinastia no governo. Na medida em que o soberano legítimo tem menos motivos e menor necessidade de ofender seus súditos, é natural que seja por estes mais querido; e, se não tem defeitos extraordinários que o tornem odiado, é perfeitamente natural que o povo lhe queria bem: qualquer alteração na ordem das coisas prepara sempre o caminho para outras mudanças, mas num longo reinado os motivos e as lembranças das inovações vão sendo esquecidos.
- CAPÍTULO III
As monarquias mistas
As dificuldades aparecem nas monarquias novas. Em primeiro lugar, se não se trata de um governo inteiramente novo, mas de um membro acrescentado a um Estado misto. Aos novos Estados, os homens mudam de governantes com grande facilidade, esperando sempre uma melhoria. Essa esperança os leva a se levantar em armas contra os atuais. E isto é um engano, pois a experiência demonstra mais tarde que a mudança foi para pior. As injúrias com que o novo monarca inevitavelmente ofende seus súditos, provocadas pelos soldados ou por outros motivos relacionados com a imposição do novo governo.
O soberano fará, assim, inimigos aquelas pessoas injuriadas com a ocupação do seu território e não poderá manter a amizade dos que o ajudaram na conquista do poder. Poderá também aplicar medidas vigorosas contra estes últimos, devido aos compromissos assumidos. O príncipe precisará sempre do favor dos habitantes de um território para poder dominá-lo. Foi por isto que Luís XII da França, depois de ocupar Milão em dificuldade, perdeu-a em seguida, e as poucas forças de Luvidoco foram suficientes para retornar a cidade uma primeira vez; os milaneses, que haviam inicialmente aberto suas portas ao exército francês, quando perceberam seu engano, sem obter as vantagens que tinham pretendido, não puderam suportar as ofensas sofridas com o domínio de novo senhor.
É bem verdade que, depois de conquistados uma segunda vez, os territórios rebeldes não voltam a ser perdidos com a mesma facilidade. A própria rebelião faz que o monarca se sinta mais inclinado a fortalecer sua posição. Por isso, se a simples ameaça do duque Ludovico na fronteira foi suficiente para que os franceses perdessem Milão da primeira vez, na segunda vez isso só foi possível porque todos se levantaram contra a França, derrotando seus exércitos e expulsando – os da Itália.
Quem possui territórios nessas condições, e deseja mantê-los, deve ter mente duas coisas: a primeira, a extinção da linguagem de seus antigos governantes; a segunda, a manutenção das leis e dos tributos.
Quando se conquista uma província com língua, leis e costumes diferentes, são grandes as dificuldades a vencer, sendo necessárias boa sorte e muita habilidade para mantê-la. Um dos meios melhores e mais seguros para isso é fixar-se na província o novo governante, tomando-o com residência. A presença do governante inibirá a ganância de seus lugares-tenentes em despojar a província. Os súditos poderão ter acesso direto ao príncipe para suas reclamações. Por isso, se quiserem agir com a lealdade encontrarão mais razão para amá-lo, e, se tiverem a inclinação contrária, terão mais motivos para temê-lo. Enquanto o governante residir num território, será muito difícil arrebatá-lo a seu domínio. O outro remédio eficaz consiste na organização de colônias em um ou dois lugares que sejam posições estratégicas na província; será necessário fazer isso ou então manter ali um exército poderoso. As colônias custarão pouco ao príncipe, em suma, essas colônias serão mais fiéis, causarão menos injúrias e custarão pouco. E as partes prejudicadas, pobres e dispersas, não serão capazes de causar dano. Uma guarnição custará muito mais do que uma colônia, consumindo todas as receitas da província, e fazendo que aquisição do território se torne um prejuízo. As guarnições são inúteis e as colônias são de grande utilidade.
Além disso, o governante de um território estrangeiro, deve liderar e defender seus vizinhos menos poderosos, procurando debilitar os mais poderosos da província, cuidando que os territórios não sejam invadidos por estrangeiro tão poderoso quanto ele próprio. A regra geral é a de que, quando um estrangeiro poderoso penetra numa província, todos os habitantes menos poderosos o apóiam, movidos pela inveja dos que tinham poder maior do que o seu. Os romanos sempre seguiram esta norma: instalaram colônias, apoiaram os menos poderosos sem aumentar-lhes as forças, abateram os de maior poder e não permitiram que os Estados estrangeiros exercessem sobre suas colônias sua influência. Fizeram o que devem fazer todos os príncipes sábios, atentando não só para as disputas do momento, mas também para futuras, e protegendo-se cuidadosamente contra elas.
Os romanos, prevendo as desordens quando ainda remotas, podiam sempre encontrar-lhes solução, e jamais permitiram que crescessem com o propósito de evitar uma guerra. Sabiam eles que as guerras não podem ser evitadas e que, quando adiadas, só trazem benefícios para o inimigo. Foi assim que declararam guerra contra Antíoco e Filipe, na Grécia para não precisar combatê-los em território italiano.
O rei Luís foi chamado à Itália pela ambição dos venezianos, que pretendiam com isso conquistar boa parte da Lombardia. Conquistando a Lombardia, o rei restabeleceu
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