Recuperação de áreas degradadas
Por: narinoda • 16/9/2015 • Trabalho acadêmico • 4.836 Palavras (20 Páginas) • 379 Visualizações
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PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADAS (PRAD) DE SERRA PELADA
DISCIPLINA: RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
PROFª: SUSANE RABELO
EQUIPE:
Adoniran Albuqueruqe
Claudomar Monteiro
Elizana Sousa
Mikalle Silva
Rafael Sousa
Susele Silva
Wilson Muniz
BELÉM-PA-MARÇO 2015
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVO
2.1. JUSTIFICATIVA
2.2. METODOLOGIA
3. DEFINIÇÕES ACERCA DE IMPACTOS AMBIENTAIS
4. CACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DE SERRA PELADA
4.1. ALTERAÇÕES FISÍCAS OU PAISAGÍSTICAS
5. OS IMPACTOS QUÍMICOS E SUAS RELAÇÕES COM O NÍVEL BIOLÓGICO
5.1. O CASO DO MERCÚRIO
6. PRAD
6.1. INTERVENÇÕES EM ÁREAS DEGRADADAS
7. REFLORESTAMENTO
7.1. METODOLOGIA UTILIZADA
7.2. PROCESSO DE SELEÇÃO
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. INTRODUÇÃO
Na década de 1980 começou a corrida do ouro em Serra Pelada, uma região no estado do Pará, onde hoje está localizada a cidade de Curionópolis. A população de garimpeiros chegou a mais de 30.000 pessoas e em 1981 cerca de 10 toneladas de ouro tinham sido extraídos de seus barrancos. As péssimas condições de trabalho no garimpo legaram uma perda na qualidade de vida dos trabalhadores e de suas famílias, diversos garimpeiros morreram com os frequentes desmoronamentos das frentes de lavras. Após quatro anos de extração, onde havia morro, surgiu uma imensa cratera com 200 metros de profundidade. Hoje, a região se transformou numa favela com cerca de mil habitantes e a atividade garimpeira realizada sem estudos no impacto ambiental causou erosão, poluição de rios, arrasou a mata nativa e gerou complexas implicações socioeconômicas e ambientais. O garimpo não gera somente riqueza, pelo contrário, suas atuais condições promovem uma série de impactos ao ambiente em entorno. O desmatamento, o decapeamento e a abertura das frentes de lavra destroem ou alteram a diversidade da mata ciliar e interferem na fauna local, levando a deteorização do ambiente. O prejuízo ambiental é muito elevado, pois os rios são assoreados, a fauna é contaminada, a cobertura vegetal é retirada e compromete a saúde do homem. O principal causador dos inúmeros impactos produzidos, sem dúvida, é o mercúrio, substância usada para retirar as impurezas do ouro. O mercúrio é tóxico, contamina o trabalhador, os rios, os peixes, os animais silvestres e as pessoas que utilizam as águas da região. Os danos gerados nas áreas onde é desenvolvida a garimpagem são irreversíveis, diante desses fatos percebemos que a lucratividade oriunda do garimpo vai para uma minoria enquanto os prejuízos são para toda a população atual e futura. Os impactos ambientais, provocados pela garimpagem em serra pelada não são diferentes, pois causaram transformações no ambiente, de ordem física, química e biológica. Portanto, com o avanço do conhecimento humano e a discussão em torno das questões que afetam diretamente a vida humana é importante o estabelecimento de regras e normas que possibilitem ao homem refletir sobre as consequências do uso de forma irracional dos recursos que a natureza nos oferece. Diante dos efeitos negativos causados pelas ações humanas é necessária a implantação de um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), que é uma atividade com o objetivo do retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano pré-estabelecido para o uso do solo, visando a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente. A Lei é bem clara no que diz respeito à obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e ao usuário da contribuição pela utilização de recursos ambientais, com fins econômicos.
Segundo Salvador e Miranda (2007) a recuperação se dá através de um plano que considere os aspectos ambientais, estéticos e sociais, de acordo com a destinação que se pretende dar à área, permitindo um novo equilíbrio ecológico. Mas, para Arato, Martins e Ferrari (2003) nem sempre é possível o retorno de um ecossistema degradado à sua condição original, devido ao estado de degradação a que foi submetido.
O objetivo amplo dos PRADs é a garantia da segurança e da saúde pública, através da reabilitação das áreas perturbadas pelas ações humanas, de modo a retorná-las às condições desejáveis e necessárias à implantação de um uso pós-degradação previamente eleito e socialmente aceitável (LIMA; FLORES; COSTA, 2006).
2. OBJETIVOS
Ampliar o olhar sobre as consequências ambientais provocadas pela mineração em serra pelada, propor uma discussão capaz de compreender pormenorizadamente cada fator que contribuíu para o atual estado de degradação ambiental. Este trabalho, dentro do contexto descrito e pela relevância observada com relação às preocupações ambientais, tem por objetivo apresentar um plano de recuperação de áreas degradadas pelas atividades relacionadas à extração mineral em serra pelada e recuperação e amenização do problema exposto.
2.1. JUSTIFICATIVA
A atividade mineralógica no Brasil tem provocado grandes mudanças no meio ambiente, de ordem físicas, químicas e biológicas, diante dessa situação se torna necessário que se faça um estudo minucioso do impacto ambiental sofrido, para que sejam tomadas medidas mitigatórias para a recuperação do ambiente. O projeto proposto alcança qualidade e profundidade necessárias, podendo contribuir para novos estudos, críticas, análises científicas e ampliar os horizontes sobre áreas de mineração, juntamente com sua exploração, causas e efeitos negativos quanto à fauna, flora e recursos hídricos.
2.2. METODOLOGIA
Para a elaboração deste trabalho foram feitas pesquisas bibliográficas, artigos e revistas que abordavam sobre os impactos da mineração em serra pelada, por fim, foi feita uma seleção que melhor abrangem o tema proposto formando o corpo do trabalho.
3. DEFINIÇÕES ACERCA DE IMPACTOS AMBIENTAIS
É considerado impacto ambiental: qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o bem estar da população, as atividades sociais e econômicas, a fauna e a flora, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, e a qualificação dos recursos ambientais. Os impactos ambientais da atividade mineral no meio físico e biótipo são: alteração de lençóis freáticos, poluição sonora, visual, da água, ar e solo, impactos sobre a fauna e a flora, assoreamento, erosão, mobilização da terra, instabilidade de taludes, encostas e terrenos em geral, lançamentos de fragmentos e vibrações. Impactos esses que na sua maioria afetam o meio social direta e indiretamente, que por sua vez é afetado também por diversos fatores econômicos que serão vistos mais adiante. A análise do impacto ambiental é um processo destinado a reunir todos os elementos que concorrem em uma decisão para alguma ação sobre o meio ambiente. Não se pode questionar a necessidade de explorar os recursos minerais que o país possui e sabendo-se que a exploração é feita através de concessões e subsídios governamentais, tem-se que admitir que deva ser planejada levando em conta as dimensões das reservas e o atendimento às necessidades do País, tanto para sua transformação industrial como para exploração. A maior parte das minerações no Brasil provoca poluição por lama. A poluição por compostos químicos solúveis é mais rara. As minerações de ferro, calcário, granito, areia, argila, bauxita, manganês, cassiterita, diamante e várias outras, provocam normalmente poluição das águas apenas por lama. O controle deve ser feito por meio de barragens para a contenção e sedimentação destas lamas. As barragens são na maior parte das vezes os investimentos mais pesados em controle ambiental realizados pelas empresas de mineração. Muitas minerações provocam também poluição de natureza química, por efluentes dissolvíveis na água usada tanto no tratamento do minério como na água que passa pela área da extração. As minerações que extraem ouro podem apresentar problemas mais sérios e complexos de contaminação das águas, principalmente por usarem cianetos altamente tóxicos no tratamento do minério.
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