Recurso judicial
Abstract: Recurso judicial. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: josianesz • 7/11/2014 • Abstract • 930 Palavras (4 Páginas) • 162 Visualizações
Excelentíssimo Senhor
Doutor Juiz de Direito da 1a Vara Criminal da Comarca de xxxx
Tício, já qualificado nos autos do Processo número xxxx, que lhe move o Ministério Público,
por seu procurador abaixo assinado vem à presença de Vossa Excelência para, inconformado
com a sentença condenatória proferida, interpor
RECURSO DE APELAÇÃO,
o que faz tempestivamente, com fundamento no artigo 593, I do Código de Processo Penal.
Requer, assim, que após recebida, com as razões anexas, ouvida a parte contrária, sejam os
autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do xxxx, onde deverá ser
processado o presente recurso e, ao final, provido.
Nestes termos,
Pede Deferimento.
Xxxxx, 21 de agosto de 2011.
Advogado – OAB
_________________________________
RAZÕES DE APELAÇÃO
Processo No.
Apelante: Tício
Apelado: Ministério Público
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Xxx
Colenda Câmara
1. Dos Fatos
Em síntese:
O Apelante foi condenado como incurso nas sanções do artigo 157, parágrafo segundo, inciso
I do Código Penal Brasileiro – roubo majorado pelo emprego de arma – à pena de reclusão de
oito anos e seis meses, a ser cumprida, inicialmente, no regime fechado.
Conforme o descrito nos autos, o Apelante, durante o Inquérito Policial teria sido reconhecido
pela vítima, através de um procedimento de reconhecimento consubstanciado pela visão,
através de um pequeno orifício, da sala onde se encontrava o Apelante. Durante a instrução
criminal, a vítima não confirmou ter escutado disparos de arma de fogo, tampouco as
testemunhas ouvidas confirmaram os tiros, muito embora todos tenha afirmado que o autor
do fato portava uma arma.
Não houve apreensão de qualquer arma e, também por isso, não houve qualquer perícia. Os
policiais ouvidos em juízo, afirmaram que após ouvirem gritos de ‘pega ladrão’, saíram ao
encalço do acusado. Também disseram que durante a perseguição o acusado era apontado por
pessoas que passavam próximas, e que perceberam quando este jogou algo no córrego que
existe ali perto, imaginando que fosse uma arma.
No interrogatório, o acusado, ora Apelante, exerceu o seu direito de ficar em silêncio, tendo o
juízo ‘a quo’ considerado, para a condenação e fixação da pena, os depoimentos das
testemunhas e o reconhecimento feito pela vítima em sede policial.
A decisão condenatória, contudo, merece ser reformada, senão vejamos.
2. Preliminarmente:
Destaque-se, inicialmente, a desobediência do disposto no artigo 226, II, do Código de
Processo Penal, que impõe condições para o procedimento de reconhecimento de pessoas e,
por isso mesmo, impõe se reconheça a nulidade processual, nos termos do artigo 564, IV do
CPP.
3. No mérito:
Evidentemente, pelo que consta dos autos, merece o Apelante ser absolvido da imputação que
lhe é feita através da denúncia. Não há qualquer prova de ter o acusado, ora Apelante,
concorrido para a prática do crime de roubo, eis que não comprovada a autoria.
Concretamente o que existe nos autos não serve para apontar autoria. A vítima reconheceu o
acusado, ora Apelante, em procedimento totalmente impróprio e inadequado, já que ‘espiou’
por um pequeno orifício de porta em direção a sala onde se encontrava o réu. Assim
procedendo, não observou a autoridade as condições impostas pela legislação penal para o
reconhecimento de pessoas, expressamente dispostas no artigo 226, II do Código de Processo
Penal.
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