Renascimento

As transformações econômicas e sociais que já se faziam sentir na Baixa Idade Média, em um processo relativamente rápido, culminariam em mudanças que afetariam de uma ou de outra forma todo o meio onde o homem se inseria, ocasionando o que seria conhecido como Renascimento. Ligadas à expansão comercial, à reforma religiosa e ao absolutismo político, essas mudanças, típicas do século XIV a XVI, articularam-se com o capitalismo comercial, dando origem a uma sociedade dicotômica, renovada em alguns aspectos e ao mesmo tempo conservadora em outros. Trata-se de um período que expressa em suas próprias concepções uma época transitória e multifacetada.

O termo Renascimento parece ter sido utilizado pela primeira vez em 1550, por um crítico de arte italiano de nome Giorio Vasari. A palavra buscava destacar, ao contrário da Idade Média, a cultura não eclesiástica, racionalizada e científica. Todavia, as interpretações relacionadas ao emprego do termo nunca fizeram juz a seu verdadeiro significado. De forma alguma, houve uma simples renovação da cultura dita clássica, e muito menos um “renascer” cultural, como se antes tudo esticvesse realmente imerso em “trevas”, como costuma-se ouvir de forntes leigas. Ora, o que realmente houve foi uma inspiração na Antigüidade Clássica, sobretudo no que concerne ao antropocentrismo, que se encontrava com a nova realidade burguesa urbana. Em sua mais profunda essência, o Renascimento foi um movimento de caráter anti-clerical e antiescolástico. O teocentrismo medieval, com toda a sua religiosidade, não mais era compatível com o cotidiano que se formava, mas também não mais poderia ser destacada do dia-a-dia europeu a estrutura imposta pelo cristianismo. Daí a formação de uma síntese cultural, esta sim, nova e dinâmica, que abarcaria toda a Europa, praticamente, em épocas diferentes e com características diferentes, embora o movimento mais impressionante e caracaterístico tenha sido o que se deu na Itália.

“O espírito de aventura intelectual e artística que surgiu na Itália no decorrer do século XIV e ficou conhecido como Renascimento estava fundado numa confiança resoluta nas capacidades do homem e em sua bondade essencial. Perseguindo com ardor esse ideal humanístico, os estudiosos puseram-se a redescobrir e interpretar (...) as realizações das grandes civilizações da Grécia e de Roma na Antiguidade.” (Time Life, 1500-1600, p.13)

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